Inês Pio da Silva começou atividade após ela e o marido perderem o emprego.
Arte rende cerca de R$ 400 mensais; colheres custam de R$ 0,50 a R$ 10.
Filha de carpinteiro, Inês nunca fez curso que a ajudasse no manuseio da matéria-prima. A prática foi surgindo com o tempo. “Eu peguei e disse assim: E agora? Não tem de onde tirar mesmo. Eu agarrei uma colher, me sentei ali atrás, coloquei, desenhei e cortei. E assim eu comecei a fazer”, lembra a artesã, que com faca e madeira em mãos produz quatro colheres por dia, quantidade considerada grande devido a forma artesanal da produção.
Dona de casa produz colher de pau artesanalmente (Foto: Reprodução/TV Rondônia)
A doença de uma neta, que morreu há poucos meses com uma doença no
estômago, também motivou Inês a aperfeiçoar o trabalho manual que ajuda
no sustento da família. “Fazia [as colheres], saía pelo bairro mesmo e,
graças a Deus, vendia tudo e comprava fralda, roupinha pra ela. O
benefício que ela recebia mal dava pro remédio dela”, emociona-se.A produção de Inês era vendida por ela no próprio bairro. Com o passar do tempo, começaram as dores nas pernas e na coluna. Mas a produção continua a mesma. A arte começa pelo desenho da colher em um pedaço de madeira. O tamanho é variado. Com o facão, Inês começa a cortar a madeira e faz o côncavo da colher para, após, com a lima, acertar os detalhes e dar o acabamento com uma lixa.
O marido da artesã diz que tem orgulho do trabalho da esposa. “Se tiver 200 [colheres] ela vende num dia. Eu falei pra ela que isso é uma bênção de Deus, porque ela convida eu como esposo, os filhos e os netos e eles não querem fazer essa venda”, diz Reinaldo Araújo que também está doente e não consegue ajudar a artesã na venda das colheres.
Diante da dificuldade da família, a fisioterapeuta Giseli Pini ajuda a vender a produção de Inês. A amizade entre as duas surgiu após a morte da neta da artesã. “Nós tivemos a ideia de ajudar, afinal nós temos um monte de amigos. Ela faz um trabalho muito bom. Ela faz um trabalho excelente”, afirma a fisioterapeuta.
Colheres de pau de diversos tamanhos são comercializadas entre R$ 0,50 e R$ 10 (Foto: Reprodução/TV Rondônia)
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