MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Em RO, dona de casa produz colher de pau artesanal para completar renda


Inês Pio da Silva começou atividade após ela e o marido perderem o emprego.
Arte rende cerca de R$ 400 mensais; colheres custam de R$ 0,50 a R$ 10.

Do G1 RO com informações da TV RO

Sentada na entrada de residência, a dona de casa e artesã Inês Pio da Silva, de 58 anos, passa mais de oito horas por dia produzindo, de forma artesanal, colheres de pau, no Bairro Ulisses Guimarães, Zona Leste de Porto Velho. A atividade rende cerca de R$ 400 mensais e foi desenvolvida após Inês e o marido, Reinaldo Araújo, perderem o emprego em 1998. Além da produção, a artesã vende as colheres por R$ 0,50 até R$ 10, conforme o tamanho.
Filha de carpinteiro, Inês nunca fez curso que a ajudasse no manuseio da matéria-prima. A prática foi surgindo com o tempo. “Eu peguei e disse assim: E agora? Não tem de onde tirar mesmo. Eu agarrei uma colher, me sentei ali atrás, coloquei, desenhei e cortei. E assim eu comecei a fazer”, lembra a artesã, que com faca e madeira em mãos produz quatro colheres por dia, quantidade considerada grande devido a forma artesanal da produção.
Dona de casa produz colher de pau artesanalmente (Foto: Reprodução/TV Rondônia)Dona de casa produz colher de pau artesanalmente (Foto: Reprodução/TV Rondônia)
A doença de uma neta, que morreu há poucos meses com uma doença no estômago, também motivou Inês a aperfeiçoar o trabalho manual que ajuda no sustento da família. “Fazia [as colheres], saía pelo bairro mesmo e, graças a Deus, vendia tudo e comprava fralda, roupinha pra ela. O benefício que ela recebia mal dava pro remédio dela”, emociona-se.
A produção de Inês era vendida por ela no próprio bairro. Com o passar do tempo, começaram as dores nas pernas e na coluna. Mas a produção continua a mesma. A arte começa pelo desenho da colher em um pedaço de madeira. O tamanho é variado. Com o facão, Inês começa a cortar a madeira e faz o côncavo da colher para, após, com a lima, acertar os detalhes e dar o acabamento com uma lixa.
O marido da artesã diz que tem orgulho do trabalho da esposa. “Se tiver 200 [colheres] ela vende num dia. Eu falei pra ela que isso é uma bênção de Deus, porque ela convida eu como esposo, os filhos e os netos e eles não querem fazer essa venda”, diz Reinaldo Araújo que também está doente e não consegue ajudar a artesã na venda das colheres.
Diante da dificuldade da família, a fisioterapeuta Giseli Pini ajuda a vender a produção de Inês.  A amizade entre as duas surgiu após a morte da neta da artesã. “Nós tivemos a ideia de ajudar, afinal nós temos um monte de amigos. Ela faz um trabalho muito bom. Ela faz um trabalho excelente”, afirma a fisioterapeuta.
Colheres de pau de diversos tamanhos são comercializadas entre R$ 0,50 e R$ 10 (Foto: Reprodução/TV Rondônia)Colheres de pau de diversos tamanhos são comercializadas entre R$ 0,50 e R$ 10 (Foto: Reprodução/TV Rondônia)

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