MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 25 de agosto de 2013

Criador diz ter percorrido o RS para salvar bulldog campeiro da extinção


Ralph Bender comprou a primeira fêmea em 1977 e começou a cruzar.
Criador garante que todos os cães da raça no país ‘têm um pé no Sul'.

Felipe Truda Do G1 RS
Bulldog campeiro de Deivis Albers: dócil e ciumento com o dono (Foto: Felipe Truda/G1)Bulldog campeiro de Deivis Albers: dócil e ciumento com o dono (Foto: Felipe Truda/G1)
O bulldog campeiro esteve perto da extinção na década de 1970. É o que conta o criador Ralph Schein Bender, que diz ter salvo a raça reunindo os poucos exemplares que restavam pelo interior do Rio Grande do Sul e fazendo os cruzamentos. Depois de 36 anos, pela segunda vez a bulldog campeiro participa da Expointer, realizada no Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A vontade de ter um bulldog campeiro ainda na adolescência fez com que Bender percebesse o quanto era complicado adquirir um. Ele explica que antigamente o animal era usado para a contenção do gado, o que foi proibido pela Vigilância Sanitária. Após a decisão, os cães da raça ficaram escassos.
Ralf Bender e o cão Trombada (Foto: Felipe Truda/G1)Ralf Bender e o Trombada (Foto: Felipe Truda/G1)
“Ele fazia a contenção do gado. Se um boi bravo escapava, ele ia lá e abocanhava pelo nariz. Mas aí a Saúde Pública proibiu e ele foi perdendo espaço paras outras raças. Era um cachorro que não tinha registro, ninguém podia criá-lo de forma organizada”, afirmou.
Em 1977, Ralph comprou sua primeira fêmea e percorreu o Rio Grande do Sul em busca de mais bulldogs para criar. “Comecei a regatar os que ainda existiam, cruzar entre si e desenvolver a raça”, conta.
Graças ao trabalho de Bender, a raça foi oficialmente reconhecida pela Associação Brasileira de Cinofilia (CBKC) em 2001. “Primeiro eles ficaram com o pé atrás, diziam que não era uma raça. Mas eu tinha tudo catalogado e mostrei a eles o trabalho”, afirmou.
Em meio aos latidos de Trombada, um de seus cães, Bender garante que todos os animais criados pelo Brasil são descendentes dos que ajudou a procriar. “Começamos a mandar para todo o país. Todos eles tem um pé no Sul”, brinca Ralph, que cria os animais em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O bulldog campeiro não é mais usado para a contenção do gado. É um animal doméstico que pode ser criado tanto em zonas urbanas como no campo, para fazer companhia aos donos e realizar a guarda das propriedades. Os animais também podem ser criados em apartamentos, mas neste caso é recomendado que façam pelo menos um passeio por dia.
Conan, cão de Albers, é criado em um sítio em Gravataí e participou de desfile na Expointer (Foto: Felipe Truda/G1)Conan é criado em um sítio em Gravataí e participou de desfile na Expointer (Foto: Felipe Truda/G1)
“É um cachorro apaixonado pelo dono”, afirma o cirurgião plástico Deivis Albers, de 37 anos, que desde 2009 cria o bulldog campeiro em Gravtaí, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Albers garante que o animal é dócil com visitantes e costuma se dar bem com a meninada. “Ele tem um temperamento confiável e equilibrado, e é incapaz de morder uma criança”, diz o criador ao lado do cão Conan.
O único problema que pode ocorrer é em relação ao convívio com outro animal na presença do proprietário. A paixão pelo dono é tanta que ele luta pela exclusividade. “Ele é ciumento com o dono. Se chegar outro cão perto, ele vai querer brigar”, conta. Tudo para fazer valer o título de “melhor amigo do homem”.

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