MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 17 de agosto de 2013

Crescimento do número de pombos em Maceió preocupa especialista


Aves tomaram espaços públicos e privados, diz Centro de Zoonoses.
Poeira das fezes e penas desses animais podem provocar doenças.

Do G1 AL

Bandos de pombos estão espalhados por toda a cidade, principalmente perto de locais que ofereçam alimento facilmente. (Foto: Derek Gustavo/G1)Pombos estão espalhados por toda a cidade, principalmente perto de locais que oferecem alimento facilmente. (Foto: Derek Gustavo/G1)
Está se tornando cada vez mais difícil andar por Maceió e não encontrar um bando de pombos em praças, no meio da rua ou em cima de residências. Apesar de não ter um número exato de aves que vivem na capital, o Centro de Controle de Zoonoses afirma que a população destes animais cresceu bastante nos últimos dez anos. Segundo o médico veterinário CCZ, Charles Nunes, além da sujeira que esses pássaros provocam, o principal problema é o risco de contrair as doenças que eles transmitem.
Um bom exemplo de local que vem sofrendo com a infestação dos pombos é a Escola Municipal Rui Palmeira, localizada no Vergel do Lago, periferia de Maceió. A unidade atende apenas crianças, até o 5º ano do Ensino Fundamental, e elas estão expostas aos riscos que as aves carregam consigo, graças à estrutura deficiente da escola, que se tornou um lugar ideal para as aves construírem ninhos.
Aves fizeram ninhos na cobertura do teto da escola. (Foto: Maria Aparecida Paciência Torres/ Arquivo Pessoal)Aves fizeram ninhos na cobertura do teto da escola.
(Foto: Mª Aparecida Torres/Arquivo pessoal)
“Nós últimos dois anos, nossos problemas com os pombos só aumentaram. Não faz muito tempo que fizemos uma reforma na caixa d'água, e o que encontramos no forro do prédio foi assustador. Praticamente um palmo de sujeira e restos mortais das aves. A estrutura física do colégio, cheia de fendas, facilita o crescimento de uma verdadeira colônia de pombos”, explica a diretora Maria Aparecida Paciência Palmeira.
A situação fica mais complicada quando o clima está muito seco. “Alguns alunos já apresentaram sintomas de doenças causados pelos pombos. Por exemplo, quando a poeira das fezes e das penas das aves entram nas salas, vemos diversos alunos coçando os olhos. Não sabemos ao certo como nos livrar da sujeira deles, e os funcionários aqui têm medo de chegar perto e contrair alguma doença”, conta a diretora.
Os pais dos alunos, preocupados com a situação, elaboraram um panfleto, explicando sobre as doenças que podem ser causadas pelos pombos, e distribuíram esse material entre alunos e professores. Maria Aparecida explica que isso já começou a surtir efeito. Um vizinho, que alimentava essas aves, foi abordado pelos pais, e há alguns dias já não é mais visto fazendo isso.
“Quando não sabemos dos perigos, achamos até bonitinho brincar e dar de comer a essas aves, mas depois que aprendemos a respeito dos riscos a que estamos expostos aqui, começamos a nos preocupar mais e a fazer o que podemos para evitar que algo grave aconteça aqui”, conclui a diretora.
Locais como caixas de ar condicionado são propícios para a construção de ninhos dessas aves. (Foto: Derek Gustavo/G1)Locais como caixas de aparelhos de ar condicionado
são propícios para a construção de ninhos dessas
aves. (Foto: Derek Gustavo/G1)
População deve tomar cuidado
O médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses de Maceió, Charles Nunes, explicou a quais riscos Maria Aparecida se referia. Segundo ele, as principais doenças causadas pelos pombos têm a ver com problemas respiratórios, causados por fungos.
“O contato direto com os pombos é praticamente impossível, porque eles fogem à menor aproximação. O perigo reside, porém, nas fezes desses animais, que quando acumuladas, produzem fungos que podem provocar algumas doenças. As principais são as respiratórias, como a criptococose ou histoplasmose, mas ainda existem outras como a toxoplasmose, provocada quando o fungo entra em contato com o sangue, e asalmonelose, quando alimentos infectados são ingeridos”, explica Nunes.
O médico-veterinário ainda aponta que o diagnóstico dessas doenças depende das pessoas relatarem ao médico se têm contato ou não com esses animais. “O registro dessas doenças ainda é baixo em Alagoas, tanto porque não se conhecem suas causas, quanto porque os médicos não estão diagnosticando essas doenças. Por isso é importante que os médicos levem em consideração o histórico do paciente, onde ele mora ou se tem contato com os pombos”.
O acúmulo de lixo é um dos principais chamarizes para os pombos. (Foto: Derek Gustavo/G1)O acúmulo de lixo é um dos principais chamarizes
para os pombos. (Foto: Derek Gustavo/G1)
Ainda segundo Nunes, parte da solução para os problemas provocados pelas aves deve partir da população. Os pombos costumam se abrigar em obras construídas de forma errada, que apresentam vãos muito grandes entre telhados e lajes, além de caixas de aparelhos de ar condicionado. Além disso, esses animais geralmente vivem em locais onde possam conseguir comida facilmente, perto de lugares onde se produzem alimentos, ou onde o lixo não é recolhido da forma correta e até mesmo em praças, onde as pessoas os alimentam.
“É importante lembrar à população para não alimentar esses animais e providenciar a colocação de barreiras nos locais onde eles possam se alojar. Além disso, quando forem fazer a limpeza desses espaços, as pessoas devem tomar cuidados como a utilização de luvas e máscara. A coleta adequada do lixo também contribui bastante”, recomenda Nunes.
Quem desejar ajuda para retirar os pombos de algum local, pode ligar para o Centro de Controle de Zoonoses, pelos números 3315-5460 e 3315-5463.

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