Prisma custa R$ 47.490, mas se impõe como produto mais atraente.
Partindo de R$ 42.390, Grand Siena lidera vendas da categoria.
Siena x Prisma (Foto: Flavio Moraes / G1)
É o caso de Chevrolet Prisma e Fiat
Grand Siena, cujas versões topo de linha com câmbio manual – LTZ, de R$
46.490, e Essence, que parte de R$ 42.380, respectivamente - o G1 comparou.Sem a vastidão de opções do patamar dos R$ 80 mil em diante – com crossovers, SUVs, sedãs e peruas que acolhem a prole, mas também instigam quem assina o cheque (leia-se prazer ao volante), o cliente precisa abrir o site de cada marca e, com lápis e calculadora na mão, listar item por item da oferta de equipamentos e fazer as contas. Nessa faixa de Prisma e Siena, a emoção está em último plano, e a razão é o norte da escolha.
Lançado há cerca de um ano e meio, o representante da Fiat acertou em cheio ao seguir uma receita relativamente simples: entre-eixos espichado, para garantir mais espaço traseiro, lista de equipamentos de série mais gorda e promoção a “Grand” Siena. De quebra, evoluiu dinamicamente após emprestar a suspensão traseira do Punto e, assim, melhorar em estabilidade.
Medida do Siena favorece porta-malas, mas não
melhora espaço interno (Foto: Flavio Moraes/G1)
Por ser mais comprido (4,29 m ante 4,27 m), o Grand Siena leva vantagem no porta-malas de 520 litros, que carrega 20 litros a mais que o Chevrolet.melhora espaço interno (Foto: Flavio Moraes/G1)
Da porta para dentro, no entanto, o tal progresso em esticar o entre-eixos do Siena em nada menos do que 13,7 centímetros (totalizando 2,51 m) não resultou em benefício para a acomodação dos passageiros de trás. Com entre-eixos de 2,53 m, o Prisma é mais espaçoso.
No Prisma, espaço para passageiros é maior, mas
banco muito alto do motorista pode incomodar
(Foto: Flavio Moraes / G1)
O sedã mais novo também leva vantagem no visual interior. O do Grand
Siena é datado e previsível, o do Chevrolet é espirituoso, com um painel
de instrumentos metade digital, metade analógico (leitura mais
didática, impossível), lateral de portas e painel com mais contornos
(que, por um triz não resvalam no exagero, diga-se) e porta-objetos mais
utilizáveis (e em maior número).banco muito alto do motorista pode incomodar
(Foto: Flavio Moraes / G1)
No sedã da Fiat o conservadorismo predomina: o mesmo painel que há anos vem se repetindo na linha Palio, Punto (o antigo) e Linea continua lá, se arrastando sobre novas grafias e cores. O mesmo vale para o console central, o rádio e os bancos. No máximo, volante e saídas do ar-condicionado novos, para dar um mínimo de frescor à cabine do Siena.
Os rivais se equiparam em ergonomia, com leve vantagem para o Fiat, que traz comandos do rádio no volante. A posição de guiar é apenas adequada nos dois casos, e é uma decepção em ambos a coluna da direção regulável apenas em altura. E o Prisma sofre da “ditadura” do banco alto que, por mais que esteja na posição mais baixa, ainda deixa o condutor muito próximo do teto.
Em termos de entretenimento e informação a
bordo, o MyLink, da Chevrolet, é mais acertado
(Foto: Flavio Moraes / G1)
My Link x Rádio Connectbordo, o MyLink, da Chevrolet, é mais acertado
(Foto: Flavio Moraes / G1)
Se há cinco anos gadgets eram reservados a carros acima de R$ 100 mil, hoje o compacto que não tiver o mínimo em recursos tecnológicos está fora da lista de candidatos. Chevrolet e Fiat sabem disso, mas a norte-americana entendeu melhor o recado.
O MyLink satisfaz desde o nerd mais exigente ao completamente leigo, que não precisa mais do que 30 segundos para se entender com o sistema. Já o Grand Siena traz o Radio Connect, que junta CD player, entrada USB e conexão Bluetooth, mas não é nem de longe intuitivo e simpático como o MyLink – este ainda exibe fotos e vídeos e acessa os aplicativos do celular. A tela de 7 polegadas garante boa visualização, mas a tela sensível ao toque carece de mais sensibilidade.
Ao volante
Prisma e Grand Siena não são referências em “libido automotiva” – ninguém dessa categoria é, na verdade –, mas o Chevrolet leva ligeira vantagem sobre o Fiat em prazer ao volante por dois motivos: câmbio com engates mais curtos, precisos e igualmente macios, e suspensão mais próxima do equilíbrio ideal entre conforto e estabilidade.
Ainda que o Grand Siena seja mais rápido com seu motor 1.6 16V (117 cavalos e 16,8 kgfm de torque), o Prisma (1.4 8V, de 106 cv e 13,9 kgfm de torque) leva vantagem em baixas rotações – ou seja, é melhor de usar na cidade.
Prisma x Siena (Foto: Flavio Moraes / G1)
O Grand Siena dá o troco na estrada, com motor trabalhando mais suave
nas velocidades mais altas. Ambos correspondem às suas propostas nessa
condição e apresentam isolamento acústico razoável.Quanto ao consumo, o Prisma marcou a média de 9 km/l, enquanto o Grand Siena ficou na casa dos igualmente satisfatórios 8,5 km/l – em percurso predominantemente urbano, nos dois casos.
Conclusão
O Prisma supera o rival como produto, se mostrando mais convincente dinamicamente e mais acolhedor. Liquidaria qualquer dúvida se não custasse tanto. Partindo de R$ 42.390, o Grand Siena vai a R$ 44.991 ao incrementar a lista de equipamentos com Radio Connect (R$ 1.481), vidros elétricos traseiros do tipo um toque (R$ 475) e sensor de estacionamento traseiro (R$ 645). Um Prisma com oferta semelhante não sai por menos de R$ 47.490.
As vendas de ambos indicam que o consumidor ainda não se convenceu a pagar mais pelo sedã da Chevrolet. Entre março (quando começou a ser comercializado) e agosto, o Prisma alcança média de 4.638 emplacamentos ao mês, segundo números da Fenabrave. Já o Grand Siena (cuja soma das vendas com o Siena deve ser dividida entre 30% para o Siena EL e 70% para o modelo mais novo) registra no mesmo período média de 6.025 novos clientes.
Comparativo Chevrolet Prisma contra Fiat Grand Siena (Foto: Flavio Moraes/G1)
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