MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Comércio na região sul reabre após chegada da Força Nacional na Bahia


Buerarema recebe efetivo após manifestação de produtores rurais na sexta.
Região tem confronto histórico entre índios e fazendeiros.

Do G1 BA, com informações da TV Bahia

O comércio da cidade de Buerarema, no sul da Bahia, voltou a abirir por conta da  chegada da tropa da Força Nacional de Segurança nesta segunda-feira (19).
Na sexta-feira (16), durante manifestação dos produtores rurais contra invasões de fazendas na região por índios, a agência do Banco do Brasil foi depredada. A loja da Cesta do Povo foi arrombada e os produtos saqueados. Além disso, quatro carros oficiais foram incendiados na BR-101.
"Nos próximos dias, o patrulhamento será reforçado mais ainda. Agora com a chegada da Força Nacional, uma vez que esse patrulhamento já havia sido reforçado desde a quinta-feira [15] com a presença da Polícia Militar da Bahia e com a Polícia Federal lá na região", explica o delegado Marcos Vinícius Lima.
"Melhorou muito mesmo. Até porque a gente fica aqui até mais tarde, nos ajudou muito mesmo. A gente está sempre vendo eles trafegarem para lá e para cá, observando", opina a comerciante Mirian Lisboa. O efetivo da Força Nacional chegou na noite de domingo (18) na cidade de Ilhéus.
O principal objetivo do reforço no policiamento da região é evitar que ocorram novos atos de violência por conta do conflito entre indígenas e fazendeiros. "A gente não tem indicativo de novos protestos, o patrulhamento é para que não haja mais violência em ambos os lados, para garantir o processo de paz na região. Posteriormente devem ocorrer ações de reintegração de posse e atuação junto à Funai [Fundação Nacional do índio]", explicou o delegado Mário Lima.
O policiamento na região sul conta com o apoio da Polícia Militar, que atua com a Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE) Cacaueira. Não há previsão de quanto tempo a Força Nacional vai ficar na Bahia.
Manifestantes queimam 4 veículos durante protesto na BR-101 (Foto: José Carlos Concessor / Arquivo Pessoal)Manifestantes queimaram quatro veículos
(Foto: José Carlos Concessor / Arquivo Pessoal)
A disputa
A localidade conhecida como Serra do Padeiro, entre Buerarema, Una e Ilhéus, é alvo de disputa entre índios e fazendeiros. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), indígenas estão ocupando fazendas que se encontram no interior da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, que pertence aos índios Tupinambás.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirma que 300 indígenas Tupinambás participam das ações de ocupação das fazendas, que ficam em uma área de 47.376 hectares. Segundo o Cimi, entre o dia 2 e a terça-feira (13), 40 propriedades foram retomadas. O órgão conta que a área foi reconhecida pela Funai e que o processo estaria parado no Ministério da Justiça, o que teria motivado a ocupação das terras.
No entanto, Luis Uaquim, presidente da Associação dos Pequenos Produtores, alega que a área ainda não foi demarcada. “São locais de 2, 3 hectares. Não tem nada homologado. Nada que diga que é uma área indígena", afirma. Ele conta ainda que os índios estariam sendo violentos durante a ocupação das propriedades.
Eles [os índios] contratam pessoas e elas se vestem de índio, e vão atirando, tocando fogo nas propriedades. Eles [os fazendeiros] estão vivendo um terror. Eles moram lá e não têm pra onde ir. Isso é terror mesmo”, afirma Uaquim.
"Nessa noite [quinta-feira] eles invadiram mais uma, usaram extrema violência, bateram em três pessoas. Também tocaram fogo em um barzinho, em uma garagem", conta Herman Isensee, membro da direção da associação.
Segundo o Cimi, na noite de quarta-feira (14), um caminhão que transportava alunos da Escola Estadual Indígena Tupinambá da Serra do Padeiro, foi alvo de tiros oriundos de um homem que se encontrava em cima de um barranco. Duas pessoas ficaram feridas. Para o órgão, o objetivo do atirador era atingir um homem que seria irmão de um cacique Tupinambá.
A Polícia Federal está na região para investigar o caso, mas ainda não informou o número de propriedades que teriam sido invadidas por índios ou se houve casos de agressão. As polícias Militar e Civil também trabalham na investigação do caso.
Manifestantes queimam 4 veículos durante protesto na BR-101 (Foto: José Carlos Concessor / Arquivo Pessoal)BR-101 foi fechada na sexta-feira durante protesto (Foto: José Carlos Concessor / Arquivo Pessoal)

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