MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Artistas protestam na noite de estreia do Festival de Ópera, em Belém


Dezenas de artistas se reuniram em frente ao Theatro da Paz.
Protesto pedia a democratização dos recursos públicos para a cultura.

Do G1 PA

Theatro da paz (Foto: Gil Sóter/G1)Dezenas de artistas se reuniram em frente ao Theatro da Paz, onde acontecia a estreia do Festival de Ópera. (Foto: Gil Sóter/G1)
Peformances, apresentação de boi-bumbá, carimbó, teatro de rua, dança e música compuseram a diversidade de atrações que ocupou a frente do Theatro da Paz, em Belém, na noite desta quinta-feira (8). A reunião de artistas paraenses ocorreu como forma de protesto contra a atual gestão estadual da Secretaria de Cultura, na noite de estreia do XII Festival de Ópera do Pará, promovido pelo governo do estado.
Dezenas de artistas participaram da manifestação e pediram a democratização das verbas públicas para a cultura. "Não podemos compactuar com uma política pública de eventos, capaz de investir milhões em um festival de três dias, enquanto inúmeros outros segmentos da diversa cultura produzida no Pará ficam à míngua", declarou o ator Alberto Silva, integrante do movimento Chega!.
Atores e dançarinos encenaram uma paródia de ópera. Usando nariz de palhaço e saias feitas de balão, o grupo se apresentava em torno do bonequeiro Jefferson Cecim, caracterizado com um paletó e uma máscara. "É uma vergonha termos uma política pública fechada em gabinete e elitista", frisa Alberto Silva.
Artistas encenaram uma paródia de ópera. No centro, Cecim aparece mascarado e vestindo paletó. (Foto: Gil Sóter/G1)Artistas encenaram uma paródia de ópera. No centro, Cecim aparece mascarado e vestindo paletó. (Foto: Gil Sóter/G1)
"A verdadeira ópera popular é o boi-bumbá, que se apresenta do lado de fora do Theatro da Paz, porque não há espaço e incentivo à cultura popular do estado", destaca Jhonny Russel, diretor e ator de teatro de rua. "Trabalho há 20 anos como ator de rua e apenas uma vez tive o subsídio do governo para o meu trabalho. e eu vivo exclusivamente disso, o mínimo é que o artista consiga pagar as suas contas. Queremos editais de cultura diretos, sem que o projeto seja submetido ao marketing de empresas para ser aprovado. Arte não é mercado", completa.
Com megafone em punho, Alberto Silva falou em nome dos artistas. (Foto: Gil Sóter/G1)Com megafone em punho, Alberto Silva falou em
nome dos artistas. (Foto: Gil Sóter/G1)
De acordo com Alberto Silva, o saldo do movimento, que veio a público no começo do mês de julho, durante a leitura de uma carta-manifesto na Mostra do Terruá Pará, é ter agregado artistas de diversos segmentos. "Começamos com 30, hoje somos muito mais. Essa foi a grande conquista até agora. Do governo, recebemos a promessa da criação de um Fundo Estadual de Cultura em 15 dias. Isso é terrível, porque significa que o fundo será criado sem que haja um debate amplo com os artistas, vai ser feito às pressas. Não é disso que estamos falando", critica.
O próximo passo do movimento é promover uma assembleia para a formulação de uma carta dos artistas à sociedade do Pará. "Vamos nos reunir para elaborar uma grande carta endereçada à sociedade, onde iremos expor nossa realidade, falar sobre os desmandos da spolíticas públicas para cultura, que prejudica não só os artitas, mas a todos os cidadadãos, que são excluídos do acesso à arte". A reunião está agendada para a próxima quarta-feira (14), no Teatro Cláudio Barradas, na Jerônimo Pimentel, no bairro do Umarizal.
Entenda o caso
Reunidos no movimento Chega!, artistas do Pará leram uam carta-manifesto dentro da programação da mostra Terruá Pará, no dia 9 de julho, no palco do teatro Margarida Schivasappa, no Centur.
Carregando faixas de críticas a dois dos principais projetos culturais do governo estadual, O Terruá Pará e o Festival de Ópera, artistas expuseram insatisfação com o modelo de política pública na gestão de cultura.
Entre as reivindicações, os manifestantes destacaram a revisão do Plano Plurianual, aprovado no dia 2 de julho em sessão extraordinária da Câmara Municipal de Belém, para destinar mais recursos para a promoção da arte; e a abertura de financiamento nos bancos do estado para a produção cultural.
No último dia 25, o presidente da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (Centur), Nilson Chaves, declarou a criação e regulamentação do Fundo Estadual de Cultura.
De acordo com Chaves, os investimentos já feitos pelo governo na área cultural superam R$ 50 milhões nos últimos dois anos e meio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário