MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Aposentado coleciona fósseis de animais pré-históricos no Acre


Homem guarda fósseis de purussaurus, mastodonte e preguiça gigante.
Colecionador improvisou museu em sua própria residência.

Francisco Rocha Do G1 AC

Coleciondor de Fósseis (Foto: Donicélio Nunes /Arquivo pessoal)Renato Bezerra guarda fósseis em sua casa, no interior do Acre (Foto: Donicélio Nunes /Arquivo pessoal)
Há mais de 30 anos, o policial civil aposentado Renato Bezerra Mota, de 73 anos, se dedica a colecionar fósseis de animais pré-históricos encontrados no município de Marechal Thaumaturgo (AC), na fronteira com o Peru. Fazem parte da coleção fósseis de purussaurus, mastodontes, tartaruga e preguiça gigantes.
O colecionador conta que já encontrou mais de 60 fósseis, boa parte às margens do Rio Juruá. “Os locais onde costumo encontrar os fósseis foram vistoriados por pesquisadores ingleses, americanos e alemães na década de 80. Alguns já estavam expostos por conta do desbarrancamento do rio”, conta o colecionador.
Sem espaço no município para expor ao público, Bezerra improvisou um museu em sua  própria residência para guardar as peças. Por causa da quantidade encontrada, ele diz que está deixando de coletar por falta de espaço na moradia.
Dente de Purussaurus (Foto: Donicélio Nunes /Arquivo pessoal)Renato guarda dente de Purussaurus
(Foto: Donicélio Nunes /Arquivo pessoal)
Os fósseis foram identificados pelo paleontólogo Alceu Ranzi da Universidade Federal do Acre (Ufac), como sendo de purussaurus, mastodonte, preguiça gigante e tartaruga gigante. "Eu estive lá, vi toda coleção e deixei tudo anotado para ele. A recomendação que eu dei foi que a coleção deve ficar em Marechal Thaumaturgo como patrimônio histórico da cidade. Não tem porque sair de lá, se tem uma população que merece ter acesso", disse o paleontólogo.
Renato Bezerra lembra que começou a se interessar pelo assunto na década de 80, depois que comprou de um morador do município dois fósseis: um maxilar e um fêmur de um animal não identificado.
“Quando comecei a pesquisar sobre fósseis, querendo descobrir que tipo de animal pertencia os ossos que comprei, fui me identificando e pegando gosto pela coisa. Comecei a pesquisar em algumas áreas do município onde existia indícios de fósseis e encontrei”, diz Renato.
Hoje, a residência do colecionador se tornou um dos pontos turísticos do município. “Tenho recebido em minha casa turistas e pesquisadores, acadêmicos da Universidade Federal do Acre e alunos do ensino médio de escolas púbicas da região, em busca de informações sobre estas espécies de animais que já viveram em nossa região”, comenta Renato.
Espécies
De acordo com o diretor do Centro de Paleontologia da Ufac, o paleontólogo Jonas Filho, o purussaurus era uma espécie que vivia na Amazônia, no Peru, Bolívia, tendo registros até na Venezuela. Segundo ele, uma pesquisa feita pela universidade em 1986, coletou um crânio atribuído a um indivíduo que media de 12 a 15 metros. "Esses animais eram enormes, só que os coletados no Acre têm demonstrado que os maiores tinham vivido aqui. Eles viveram há 8 milhões de anos, onde interava na Amazônia um mega pantanal. Eles podiam chegar até 15 metros de comprimento", explica.
Dente de mastodonte (Foto: Donicélio Nunes /Arquivo pessoal)Esse é um dente de mastodonte, da coleção de
Renato (Foto: Donicélio Nunes /Arquivo pessoal)
Já as preguiças gigantes e os mastodontes, de acordo com o paleontólogo, viveram no pleistoceno, uma época geológica que corresponde a 11 mil anos, momento em que a América do Sul, inclusive a Amazônia, era dominada por uma savana. As preguiças chegavam até seis metros de comprimento. Os mastodontes eram animais muito semelhantes aos elefantes.
Jonas Filho disse ainda que a universidade tem conhecimento da coleção de fósseis que existe em Marechal Thaumaturgo, mas devido a dificuldade de acesso ainda não foi possível visitar o local.
A Ufac tem em Rio Branco mais de seis mil fósseis de várias espécies de animais pré-históricos, que estão exposto ao público que queira conhecer. Ainda segundo Jonas, na exposição existem fósseis das espécies encontras no alto Juruá.

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