Rede social foi a forma mais prática de conseguir doações e voluntários.
Projeto não aceita dinheiro, apenas materiais de construção.
1,6
quilômetros de ponte foram reformados na comunidade 'Ponte do
Apertadinho', no distrito de Fazendinha (Foto: John Pacheco/G1)
Um grupo de voluntários do Amapá utiliza o Facebook para mobilizar
pessoas e reformar pontes de madeira em áreas alagadas de Macapá.
Moradores das ressacas usam a rede social para solicitar os serviços do
projeto chamado "SOS Mutirão Preservação".Em julho, o grupo reuniu 100 voluntários para a reforma de 1,6 quilômetros de uma ponte em madeira que fica na comunidade "Ponte do Apertadinho", no distrito da Fazendinha, localizado a 9 quilômetros de Macapá.
Aposentada Maria Rodrigues, de 65 anos, observa
o trabalho dos voluntários (Foto: John Pacheco/G1)
Nem a rua que dá acesso à ponte estava em condições de tráfego,
necessitando também da limpeza do local. “Ambulância e polícia não
entravam mais aqui”, afirmou Graça Borges, moradora da comunidade há
oito anos. Ela ainda ressalta que a precariedade da via de acesso e das
pontes de madeira isola ainda mais o local.o trabalho dos voluntários (Foto: John Pacheco/G1)
Moradora há 18 anos do Distrito da Fazendinha, a aposentada Maria Rodrigues, de 65 anos, se surpreendeu com a iniciativa popular. “Acho importante, pois era algo que eu não esperava. Aprovo o trabalho e ajudo no que posso. Em 18 anos morando aqui, as pontes são quebradas há muito tempo”, relata.
O auxiliar de serviços gerais Noé Júnior se juntou aos voluntários na reforma das pontes. “Tirei um dia do meu trabalho para fazer a minha parte, mas cada um tem que fazer a sua”, alerta.
Projeto foi idealizado pelo comerciante Jedielson
Jardina (Foto: John Pacheco/G1)
O serviço voluntário ocorre todo pelo facebook. O morador acessa a
página oficial do projeto na internet, faz a solicitação colocando
inclusive imagens da ponte que deseja que seja restaurada. Em seguida, a
coordenação do SOS Mutirão Preservação faz a mobilização para a
realização do serviço. Além de reformar as pontes, os voluntários também
fazem a limpeza nas áreas de ressaca.Jardina (Foto: John Pacheco/G1)
O projeto foi idealizado pelo comerciante Jedielson Jardina. A infância vivida em áreas alagadas de Macapá o motivou a criar o SOS Mutirão Preservação. “Tenho em mente desde os 13 anos. Sempre morei em áreas de ponte e lembro da dificuldade da minha mãe, que por várias vezes caiu das passarelas de madeira onde morávamos”, conta.
Para Jardina, a rede social foi fundamental no processo de arrecadação de material para os mutirões e, em especial, para a população pedir ajuda.
Página oficial do SOS Mutirão Preservação no
Facebook (Foto: Reprodução)
"O Facebook foi a forma mais prática de conseguir doações. Utilizamos a
página para atrair parceiros e divulgar as ações. Não aceitamos doação
em dinheiro, apenas doação de material para obra e força física”,
explica.Facebook (Foto: Reprodução)
Entre as doações estão materiais de construção, equipamentos como martelos, pás, enxadas, pregos, além de madeira suficiente para a reforma e, em alguns casos, a reconstrução das pontes.
A primeira edição do projeto, realizada em junho no bairro Zerão, Zona Sul de Macapá, reformou 600 metros de ponte. O bairro Perpétuo Socorro, na orla da capital, também ganhou a visita do mutirão.
Mutirão chega a reunir cerca de 100 voluntários (Foto: John Pacheco/G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário