Tempo úmido atrasa o plantio da cevada no Paraná

Agricultores estão preocupados com a situação.
Outros plantios podem ser prejudicados, como a safra de verão da soja.

Do Globo Rural

O plantio já deveria estar no fim, mas em muitas propriedades do sul do Paraná está só começando. O produtor Harry Nayer arrendou 700 hectares para produzir cevada, mas por enquanto plantou apenas 10% do programado. O medo é a queda na produtividade. “Dia após dia esse potencial vai sendo sensivelmente prejudicado. Eu acredito que até o término da safra, em torno de 5% a 10% do potencial produtivo vai ser afetado”, diz.
Até agora, 70% do que está previsto para esta safra foi plantado. Nesta mesma época do ano passado, 99% da safra de cevada já tinha sido plantada.
Guarapuava é responsável por 75% da produção de cevada do Paraná e a maior preocupação dos produtores da região continua sendo a chuva. A que caiu durante vários dias vai garantir umidade suficiente para germinação do grão, mas a previsão é de estiagem para as próximas semanas e a falta de água lá na frente pode comprometer o desenvolvimento da planta.
Apesar das incertezas, a previsão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento é otimista em relação a esta safra. A estimativa de colheita é de quase 182 mil toneladas, 15% a mais sobre a safra anterior.
Se a previsão se confirmar, esta vai ser a primeira boa notícia no início conturbado de safra, mas o produtor tem mais uma questão para se preocupar: os reflexos do atraso do plantio na colheita. “Provavelmente atrase o plantio da soja, o que começa também a prejudicar a produtividade da safra de verão”, explica Harry Nayer.