Eles adquiriram aparelho de medir pressão e medicamentos, em Goiânia.
Funcionários denunciam extrema carência de unidades de saúde na capital.
"A gente fez vaquinha comprou esse aparelho e parte de medicamentos. Hoje, na farmácia central, você não tem nenhum medicamento para atender pacientes de hipertensão e diabetes. Falta de tudo", conta uma servidora da Unidade Básica de Saúde da Família (UBASF) do Bairro Goiá, que pediu para não ser identificada.
Assim como a funcionária, outros trabalhadores da unidade fizeram reclamações e, por medo de represálias, pediram para não ter o nome divulgado. "Não está tendo nem água, para citar um exemplo", aponta.
"O paciente às vezes está com a pressão muito elevada. A gente tem que fazer um medicamentozinho de emergência e nem sempre a gente tem. Aí, esse usuário fica o que? Fica ao léu", denuncia.
Falta medicamentos em postos de saúde de
Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Uma reclamação recorrente é a falta de médicos. "Está faltando médico
no Cais, o pessoal do 0800 não está tendo vaga e eles estão mandando o
pessoal aqui, porque tem a médica", diz outra servidora. Segundo ela,
com a sobrecarga, a médica da unidade de saúde da família não está dando
conta de atender a todos os pacientes. "Às 19h a gente tem de fechar.
Aí, a gente manda [os pacientes] embora", relata.Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Estrutura precária
Na unidade do Bairro da Vitória, há paredes com infiltração e mofo. No consultório, móveis em péssimas condições. A reportagem encontrou no local um balde amarrado ao ar condicionado, uma improvisação para reter a água que cai do aparelho sobre o banco onde sentam pacientes.
A antiga farmácia virou sala e depósito de arquivos. Há quatro meses não tem médico no período da tarde. A unidade também não tem auxiliar de enfermagem e os remédios foram doados por uma clínica particular, conta um funcionário.
Na unidade do Setor Parque Santa Rita falta antibióticos, remédios para pressão alta e diabetes e até material para curativo. "Não tinha esparadrapo, não tinha nada", diz uma paciente.
No Setor Santo Hilário, o lixo hospitalar não é separado. No consultório do dentista há mofo nas paredes. No posto de atendimento, o problema de outras unidades se repete: a falta de remédios.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que montou um plano de emergência para reabastecer as farmácias.
Sobre os problemas de infraestrutura, a Prefeitura de Goiânia disse que já começou a substituir as Unidades de Saúde da Família alugadas por prédios próprios. Disse também que faz a manutenção dos centros de saúde.
Balde é improvisado para aparar água que caia sobre banco (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Nenhum comentário:
Postar um comentário