MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Sem confiança em contraproposta, médicos do AC decidem manter greve


Categoria garante respeito a percentual de serviços em funcionamento.
Presidente do Sindmed diz que não há interesse em prejudicar a população.

Duaine Rodrigues Do G1 AC

Parados em todas as regiões do Acre desde a terça-feira (23) , reivindicando melhores condições de trabalho, os médicos do Acre rejeitaram a contraproposta do governo estadual e decidiram pela manutenção da greve. O posicionamento da categoria foi definido durante assembleia realizada nesta quarta-feira (24). De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), José Ribamar, a proposta encaminhada pela gestão do estado não passou confiança para a categoria.
"A greve continua. Os médicos não tiveram muita firmeza na proposta, não tiveram confiança. A categoria então, deliberou que não iria aceitar, mas o sindicato fica aberto a negociação. Queremos discutir, mas da forma que nos foi apresentada não atende aos anseios da categoria", ressalta.
Ribamar afirma que a decisão de manter o movimento grevista não quer causar prejuízos à população. Segundo ele, a atitude pretende obter melhorias que irão beneficiar não só os profissionais, mas também toda a sociedade.

"Não queremos de forma alguma prejudicar a população. Pelo contrário, queremos mais investimentos para a saúde, melhoria nas unidades de saúde. Alguns hospitais que ficam com pacientes distribuídos pelos corredores, pacientes que saem das salas de cirurgia e não têm leito. Todas essas coisas estamos denunciando e temos como mudar, como contribuir para melhorar. Estamos oferecendo há tempos o plano de carreira de estado, que é uma forma de fixar o médico no interior", afirma o sindicalista.
O presidente do Sindmed-AC garante que o percentual de serviços em funcionamento durante a greve está sendo respeitado. "O atendimento dos serviço de urgência e emergência está mantido. Estamos acompanhando em todo o estado", destaca.
'Pontos são conhecidos há tempos, mas não são atendidos', diz presidente
José Ribamar fala que o posicionamento negativo da categoria para a contraproposta encaminhada pelo governo foi levado a conhecimento dos gestores e também dos Ministérios Públicos do Estado e do Trabalho.
"Encaminhamos o posicionamento da assembleia para o governo, assim como também para o Ministério Público do Estado (MP-AC) e para o Ministério Público do Trabalho (MPT), porque não tem sido dada atenção para as nossas reivindicações. Estamos tentando junto a esses dois ministérios para ver se nos ajudam a resolver esse impasse", afirma.
Ele cita a insalubridade, direito que foi perdido pelos profissionais, que tentam resgatar desde o ano 2000. "Das 27 unidades da federação, 26 reconhecem o direito de insalubridade para os médicos. O nosso estado não tem concedido isso para nós. Em todas as nossas propostas, desde 2009, a gente pede o retorno da insalubridade", comenta Ribamar.
Outro ponto abordado é a falta da realização de concurso público.  Ribamar lembra que no estado há médicos atualmente contratados por prestação de serviço, pelo período de três meses.
"Esse contrato vai se renovando a cada três meses e ao final de um ano esses profissionais não têm nenhum direito trabalhista. Queremos eliminar essa forma e fixar o profissional em uma cidade do interior. O Acre é um exemplo do que tem de errado com relação a funcionalismo, que é o caso de funcionários que entram no serviço público sem concurso", analisa.
Por fim, ele enfatiza que a categoria também está envolvida no movimento nacional contra a Media Provisória 621, que dilatou o curso de medicina de seis para oito anos.
"Nós não concordamos com isso. É um contra-senso, pois não está faltando médicos no Brasil. O que falta são condições de trabalho. Precisamos ter planos de carreira para colocar os médicos no interior, investir mais 10% da receita bruta da União para estados e municípios terem mais força e recursos para poder tocar a saúde", encerra o presidente do Sindmed-AC.

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