MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Protesto tem pouca adesão, mas fecha acessos a Suape e rodovias


Centrais sindicais encerraram reunião às 9h15 desta quinta-feira.
PRF confirma interdições em trechos das BRS: 101, 428, 104, 232 e 116.

Katherine Coutinho Do G1 PE

Assembleia na Curva do Boi, em Suape (Foto: Katherine Coutinho/G1)Assembleia na Curva do Boi, em Suape (Foto: Katherine Coutinho/G1)

O ato convocado pelas centrais sindicais na manhã desta quinta-feira (11) foi encerrado por volta das 9h15 no Complexo Portuário de Suape, na Região Metropolitana do Recife.  Dos 40 mil trabalhadores previstos pela organização, apenas algumas centenas compareceram ao ato, que acabou com os manifestantes seguindo para os ônibus. Muita chuva e clima tranquilo marcaram a assembleia, que explicou os pontos defendidos pela mobilização nacional.

A assembleia começou pouco após as 8h30, no final da Avenida Portuária, no local conhecido como Curva do Boi. O presidente da Força Sindical, Aldo Amaral, explica que muitas empresas não mandaram os funcionários para Suape nesta quinta. "Acredito que pensaram que teria algum vandalismo, mas foi um ato pacífico. Começamos cedo com os bloqueios aos acessos ao Porto, que era nosso objetivo. Vim conversando com os trabalhadores pelo caminho e todos compreendem a importância do dia nacional de mobilização", aponta Amaral. "Uma parte da nossa miltância vai ficar aqui em Suape para impedir que os trabalhadores sejam colocados para trabalhar. Agora vamos para o Recife e vamos parar o Recife", prometeu Amaral, ressaltando que o ato na capital pernambucana está marcado para as 14h.
Bloqueio no acesso ao Porto de Suape feito com blocos de concreto. (Foto: Katherine Coutinho / G1)Bloqueio no acesso ao Porto de Suape feito com blocos
de concreto. (Foto: Katherine Coutinho / G1)
O movimento começou cedo, com uma tentativa de fechar a PE-60 por volta das 4h. Os manifestantes queimaram pneus, mas a chuva acabou apagando o fogo. Em seguida, seguiram para bloquear os acessos ao Porto, utilizando entulhos e chegando a atear fogo em pneus. Foram fechados os três principais acessos ao complexo, todos na PE-60, sendo um perto do Posto Rodoviário Estadual, no acesso à Praia de Gaibu; próximo ao monumento que fica no giradouro do Complexo de Suape e perto do novo viaduto, no caminho que vai para Ipojuca. Nesse último, blocos de concreto impediam o acesso dos ônibus.

De acordo com a assessoria de imprensa do Centro Administrativo de Suape, algumas empresas estão funcionando normalmente apesar da paralisação. No entanto, devido à mobilização, alguns trabalhadores não conseguiram chegar até as empresas e voltaram para casa. O Centro Administrativo está funcionando normalmente. Segundo a advogada do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) em Pernambuco, Margareth Rubem, os funcionários das obras da Refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica no Complexo Industrial e Portuário de Suape não conseguiram chegar para trabalhar durante a manhã. Diariamente, aproximadamente 40 mil pessoas trabalham no local. "As barricadas foram feitas logo cedo e mesmo o pessoal do administrativo não conseguiu passar. A gente dá esse dia praticamente como perdido, muitos funcionários voltaram para casa e não aderiram ao movimento", afirmou a advogada.
A expectativa é de que a situação seja normalizada na sexta-feira (12). "Sabemos que o ato hoje faz parte da mobilização nacional e amanhã tudo deve estar de volta à rotina. Nossa data-base se aproxima, mas não teve nada a ver com essa situação o ato de hoje. Ainda não temos a dimensão de trabalhadores afetados, devemos fazer o balanço ao longo do dia", explica Margareth.

Estradas
Por volta das 9h30, a Polícia Rodoviária Federal informou que, em Pernambuco, havia mais de dez interdições nas rodovias federais que cortam o estado. São trechos das BRS: 101, 428, 104, 232 e 116.
Apesar do clima tranquilo, o ato teve momentos de tensão. Antes da assembleia, quando trabalhadores e integrantes das forças sindicais e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se concentravam no local, alguns ônibus tentavam acessar o retorno para estacionar no Complexo de Suape. Alguns manifestantes chegaram a dar tapas no vidro de um dos ônibus ao pedir para parar, verificando um a um os veículos, garantindo que não havia ninguém dentro.
A pauta reivindicada pelas centrais foi aprovada na Conferência da Classe Trabalhadora, realizada em 2010, no estádio do Pacaembú, em São Paulo. Os principais pontos são o fim do fator previdenciário, jornada de 40 horas semanais sem redução salarial, reajuste digno para os aposentados, mais investimentos em saúde e educação, transporte público de qualidade, fim do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, reforma agrária, fim dos leilões do petróleo, combate à inflação e recuperação das perdas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Alberto Alves, ressalta ainda a importância da união das centrais sindicais em torno da pauta única. "Estamos deixando as diferenças políticas para lutar pelos direitos dos trabalhadores, que é o que importa. Vamos ficar atentos também para que aqueles que aderiram à paralisação de hoje não sejam descontados", garante Alves.

Confira o funcionamento de serviços nesta quinta-feira (11):
Bancos - O sindicato dos bancários informa que todas as agências do Recife que estão no corredor da passeata ficarão fechadas.
TJPE - Expediente normal
Comércio - A orientação da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Bens e Serviços do Recife (Sindilojas) é para as empresas funcionarem normalmente.
UFPE e UFRPE- Aulas mantidas
Correios - Funcionamento normal
Ministério Público - Expediente normal
Metrô - De acordo com a CBTU, o funcionamento será normal, das 5h às 23h
Porto de Suape - Centro administrativo de Suape funciona normalmente. Algumas empresas estão com atividades suspensas, uma vez que os funcionários não conseguiram chegar por causa dos bloqueios.

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