Ato teve comunicação entre ocupantes da Ales com manifestantes na rua.
Houve depredação de cabines do pedágio e confronto na Terceira Ponte.
O tempo frio e a chuva fina que caiu em Vitória durante a tarde parecia, inicialmente, que diminuiria a participação popular na manifestação. Poucas pessoas se concentraravam na Ufes até as 18h, mas ao longo da passeata, de acordo com a Polícia Militar, 3 mil pessoas estiveram presentes. Um grupo de saxofonistas seguiu na frente da passeata tocando músicas e o Hino Nacional Brasileiro. Dessa vez, o protesto manteve o foco no fim do pedágio. O adiamento da votação de um decreto legislativo causou a ocupação da Assembleia na última terça-feira (2).
Depredação no pedágio e confronto
Após deixarem a Assembleia Legislativa, os manifestantes retornaram para a praça do pedágio, onde um grupo começou a depredar as cabines. Os tapumes que haviam sido colocados pela Rodosol para proteger a estrutura foram arrancados e os vidros foram quebrados. De acordo com a concessionária, cinco cabines foram parcialmente destruídas. A Tropa de Choque e o Batalhão de Missões Especiais (BME) dispersaram os participantes com bombas de efeito moral. Algumas pessoas correram em direção a Praia do Suá e outras voltaram para a Terceira Ponte.
Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, a polícia fez a primeira intervenção por causa de um incêndio provocado em uma das cabines da Terceira Ponte. “Não sabemos se foi coquetel molotov ou gasolina. Também não confirmamos se um funcionário da Rodosol foi ferido. Recomendamos que, se houver depredação, as pessoas de bem devem se afastar. Isso ajuda o trabalho da polícia”, disse.
O secretário de governo, Tyago Hoffmann, alegou que o Executivo considera a proposta inconstitucional. "O governo do estado está muito preocupado. Quem paga pela Terceira Ponte é o usuário que passa pela via com o carro. Nossa preocupação é com a possível quebra do contrato. O governo quer que a Assembleia exerça seu poder, mas precisamos que entendam que o decreto é inconstitucional. A Procuradoria-Geral e outros juristas consultados já declararam que é inconstitucional. A última auditoria foi feita em 2008. O MiP-ES, o Tribunal de Contas e o governo vão realizar uma nova auditoria, que deve ser concluída em um prazo de 60 a 90 dias. Existem meios para analisarmos e resolvermos possíveis problemas, mas não é por decreto", disse.
O movimento que ocupa a Ales também divulgou um posicionamento oficial. "Reafirmamos que só sairemos daqui após a aprovação do decreto que determina a suspensão do pedágio da Terceira Ponte. Agradecemos imensamente todas as doações recebidas. Estamos juntos nessa luta. Resistir, resistir até o pedágio cair".
Vandalos com tapumes das cabines da Terceira Ponte. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Cabines do pedágio foram destruídas. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Manifestantes são contra pedágio; (Foto: Leandro Nossa / G1 ES)
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