MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Profissionais e estudantes de medicina realizam protesto em Cuiabá


Entidades médicas promovem passeata pelo centro político da capital.
Ato segue pauta nacional por melhor estrutura e condições de trabalho.

Renê Dióz Do G1 MT

Profissionais e estudantes se reuniram na sede do CRM na tarde desta quarta (3). (Foto: Renê Dióz/G1)Profissionais e estudantes se reuniram na sede do CRM na tarde desta quarta (3). (Foto: Renê Dióz/G1)
Entidades médicas de Mato Grosso promoveram na tarde desta quarta-feira (3) uma passeata pelas ruas do centro político de Cuiabá em contribuição aos protestos nacionais por melhorias na estrutura e nas condições de trabalho dos profissionais da saúde em todo o país. As manifestações foram provocadas pelo anúncio da presidente Dilma Rousseff (PT) de que deve "importar" médicos de outros países para atender a população brasileira nas cidades do interior.
Em Cuiabá, desde as 12h os profissionais paralisaram nesta quarta-feira atividades como consultas ou outros procedimentos que não sejam de urgência e emergência.
Já a passeata teve como rota as ruas que passam pelas sedes do Ministério Público Estadual (MPE), a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Palácio Paiaguás (sede do Poder Executivo em Mato Grosso) e a Assembleia Legislativa (AL) - todos na região do Centro Político Administrativo.
Profissionais se pintaram para passeata em Cuiabá. (Foto: Renê Dióz/G1)Profissionais se pintaram para passeata em Cuiabá.
(Foto: Renê Dióz/G1)
Na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM), a concentração dos manifestantes começou por volta das 14h. Ao longo da passeata, eles entregaram aos representantes dos órgãos estaduais no Centro Político documentos com suas pautas de reivindicações. A Polícia Militar dispôs agentes para garantir a seguraça dos manifestantes no trajeto, com uma viatura e sete policiais em motocicletas.
Por volta das 18h, quando os manifestantes já se encontravam no prédio da AL, o vice-presidente do CRM, Arlan Azevedo, estimou que cerca de 800 manifestantes integravam o ato.
Saúde estadual
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da SES informou que o titular da pasta, Mauri Rodrigues, participava de uma reunião ordinária do Conselho Estadual de Saúde no momento em que os manifestantes passaram pela sede da secretaria. O secretário estava tratando de assuntos relacionados ao Hospital Metropolitano, ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e à Farmácia de Alto Custo.
Rodrigues interrompeu a reunião e dirigiu-se imediatamente à secretaria para receber os médicos. Até o momento em que a nota foi enviada, ele ainda aguardava os líderes do movimento, segundo a assessoria de imprensa
Protestos
A presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed), Elza Queiroz, esclareceu que a manifestação em Cuiabá não é isolada, tendo sido convocada tanto pelo Sindimed quanto pelo CRM, pela Associação Médica e pela Academia dos Médicos de Mato Grosso, mas convidando a participação não só de profissionais da saúde.
Um dos pontos cobrados pelo movimento, destacou, é a revogação do contratos com as Organizações Sociais de Saúde (OSS), as quais têm operado em Mato Grosso na gestão de unidades hospitalares e da Farmácia de Alto Custo. Por isso, na AL os manifestantes devem cobrar mais uma vez a aprovação do projeto de lei de iniciativa popular que veta a contratação das OSS.
Medida anunciada por Dilma rendeu reações e críticas por parte dos profissionais. (Foto: Renê Dióz/G1)Medida anunciada por Dilma rendeu reações por
parte dos profissionais. (Foto: Renê Dióz/G1)
'Importação' de profissionais
Presidente do CRM, Dalva Neves explicou que o movimento nada tem contra a vinda de médicos de outros países para atuar no interior dos estados, mas contra a forma com a qual a medida foi anunciada pela presidente a fim de solucionar a escassez de profissionais nas regiões mais carentes - sem critério ou sem mesmo mencionar a necessidade de eles passarem pelo crivo dos exames de validação dos diplomas.
A solução, segundo a presidente, não é necessariamente trazer outros profissionais, mas gerir o setor da saúde com maior responsabilidade, criando para os já existentes planos de carreira e garantia de pagamento de seus salários nas cidades do interior.
A ausência dessas condições é que têm afastado profissionais desses locais, mesmo com alta oferta de salários. Em Mato Grosso, estão em atividade 4.020 médicos; cerca de metade atua em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital.
"A manifestação é um grito de alerta dos médicos para a sociedade. Não é possível continuarmos a ver as pessoas morrerem e ficar indiferente a isso que acontece. Esse despertar de consciência do brasileiro é extremamente salutar. Se a gente fez o impeachment de um presidente, não está na hora de cobrarmos desses políticos responsabilidade? Porque político só tem medo de povo na rua", argumentou.

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