As turbulências políticas que ocorrem no Egito são acompanhadas de perto pelos norte-americanos. Eles sabem muito bem que o que ocorre lá pode afetá-los de diversas maneiras.
Um dos maiores negócios turísticos dos EUA são as viagens até as pirâmides.
O Egito, com a sua história de mais de 5.000 anos, as pirâmides e faraós, sempre foi um ótimo destino de viagens de luxo para os americanos, mas a violência política e social que tem assolado o país durante 2 anos e meio praticamente destruiu um negócio de milhões de dólares. Atualmente o departamento de Estado aconselha os americanos a não viajar para ao Egito. O governo também determinou que funcionários da embaixada abandonem o país, permanecendo somente o pessoal estritamente necessário.
O Egito é o aliado mais próximo dos Estados Unidos no mundo árabe e recebe US $ 1,5 bilhão por ano em dinheiro dos contribuintes dos EUA para programas militares e civis. De fato, nos últimos 30 anos, os Estados Unidos enviaram mais ajuda externa ao Egito do que para qualquer país, exceto Israel.
Agora a ajuda financeira está na balança, enquanto o governo dos EUA decide se chama a ação militar que derrubou o presidente Morsi de Golpe Militar.
O general Martin Dempsey, alto oficial do pentágono disse: "Se isso fosse visto como um golpe, então seria limitar nossa possibilidade de manter o tipo de relacionamento temos com as forças armadas egípcias."
Paz no Oriente Médio
Os Estados Unidos ajudam o Egito porque o país é uma das duas únicas nações árabes - junto com a Jordânia - que decidiu viver em paz com Israel. Se Washington retirar a ajuda bilionária isso de alguma maneira poderia afetar as perspectivas de paz no Oriente Médio.
O Egito controla o Canal de Suez, a rota marítima crucial para mais de 4% da oferta mundial de petróleo e 8% das rotas comerciais pelo mar. Mesmo com a turbulência no Egito o canal permanece em funcionamento normal, mas se houvesse alguma cisão entre comandantes militares no país, isso poderia afetar o comércio mundial, e americano, consequentemente. O exército egípcio conta com mais de 300 mil militares, aeronáutica e marinha juntos somAm cerca de 50 mil homens, fazendo com que o país seja considerado uma super-potência no Oriente Médio, ficando em 11º lugar como potência militar mundial, uma crise militar seria extremamente perigosa e danosa para toda a região.
Por conta dessas implicações financeiras e militares é que, enquanto chefes de estado de todo o planeta se apressam em criticar, o governo norte americano permanece relutante em condenar ou apoiar a movimentação militar que retirou o presidente egípcio do governo.
Robson Augusto.
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