MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Passe Livre perde o rumo em Salvador


Fernanda Chagas | IG BA

Em mais um ato tímido no que diz respeito ao números de integrantes, o movimento Passe Livre Salvador (MPLS) não apenas conseguiu parar a Avenida Paralela como também modificar a rotina do Centro Administrativo da Bahia (CAB), local onde estão instaladas as sedes dos principais poderes do Executivo estadual. Após se reunirem no monumento Luís Eduardo Magalhães, os integrantes do MPLS seguiram em direção ao Centro Administrativo da Bahia (CAB) para protestar contra o poder público e elegeram a Secretaria de Segurança Pública, a Governadoria e Assembleia Legislativa como palco de protestos.
A principal reivindicação é a redução imediata da tarifa de ônibus de R$ 2,80 para R$ 2,50 e a concessão do passe livre para os estudantes. De certo, eles conseguiram a garantia por parte do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), de uma audiência pública no parlamento no dia dia oito próximo que deve contar com a presença do governador Jaques Wagner.
No momento em que os manifestantes chegaram na Governadoria, o governador cumpria agenda interna e encaminhou o secretário de Comunicação, Robinson Almeida, como seu representante. Almeida argumentou que o gestor estava ocupado, reunido com membros da Instituição Senhor Jesus – comandada pelo deputado estadual Pastor Sargento Isidório (PSB) – que estavam acampados no local, contudo reforçou a necessidade da formação de uma comissão e da escolha de líderes para se discutir a pauta de reivindicações.
O secretário assegurou ainda que o convite para o debate na AL, uma das solicitações, será entregue ao líder do Executivo estadual e que “o governo estará presente”.
Wagner, por sua vez, voltou a defender a democracia e o diálogo com as lideranças da sociedade civil organizada nessa terça-feira (23/7) em seu programa “Conversa com o Governador”. “Eu creio que essa energia que brota das ruas é positiva para a democracia, a despeito de alguns que tentam se utilizar dessas manifestações para baderna e para bagunça”, declarou.
Mais além, disse que: “Como já recebi vários segmentos aqui e é claro que estou aberto ao diálogo com o MPLS e também com outras lideranças das manifestações que lutam por mais saúde, mais educação e melhoria de transporte coletivo, entre outras bandeiras”, afirmou.
Nilo agenda audiência pública
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, cumprindo o que havia prometido em entrevista à Tribuna, desceu ao pátio para conversar com os cerca de 100 manifestantes e agendou data e horário para uma audiência pública no próprio parlamento, mas, assim como Wagner, exigiu que seja eleita uma comissão para facilitar o entendimento.
“As duas funções da Assembleia são elaborar as leis do Estado e fiscalizar o Poder Executivo. Eu garanto a vocês fazer uma sessão especial, uma audiência pública, em agosto, no dia oito, às14h30”.
Marcelo Nilo disse ainda ao grupo, bem na entrada do prédio legislativo, que embora não tenha autoridade para convocar o governador e o presidente do Tribunal de Justiça, Mário Alberto Hirs, encaminhará convite aos dois.
“E diante da relação que tenho com Wagner até pedirei a ele para conversar com vocês”, disse, complementando que, durante a sessão, a mesa será paritária.
“Fala um deputado e fala um de vocês, alternadamente. Na ocasião, foi cobrada também investigações sobre as ações consideradas truculentas da Polícia Militar nas manifestações.
Os integrantes do movimento, em que todos se auto-proclamam “porta-vozes” e rechaçam a escolha de um líder, destacaram que a meta é abrir o diálogo com as instâncias do poder, de forma que as reivindicações sejam atendidas.
Ocupação na Câmara de Salvador continua
Contudo, engana-se quem pensa que os protestos se resumiram apenas ao Centro Administrativo da Bahia. Á tarde eles retornaram à Câmara de Salvador, onde os vereadores, num esforço “inútil”, reuniram o Colégio de Líderes e propuseram aos integrantes do Movimento Passe Livre a desocupação imediata da Casa e prometeram intermediar um encontro com o prefeito de Salvador para o dia 9, às 9h da manhã.
A proposta era de desocupação do plenário com a promessa de um debate no parlamento municipal no dia 9 de agosto, um dia depois do encontro com os deputados e o governador Jaques Wagner.
“A ideia foi passada para os manifestantes para que possamos manter os trabalhos do Legislativo com normalidade. Sessões e audiências públicas foram marcadas para os próximos dias. Por isso, propusemos a desocupação. A Casa continuará aberta aos representantes do movimento, mas pedimos que às 18h, no fim do expediente, os integrantes do MPLS desocupem as galerias para que possamos continuar com as atividades da Casa”, justificou o presidente Paulo Câmara.
O grupo, embora tenha deixado o plenário, onde permaneciam acorrentados, rejeitou deixar a Câmara.  Eles usam como justificativa que um sim neste momento enfraqueceria o movimento e as pautas não sairiam do papel. “Não tem o menor sentido saírmos das dependências da Câmara com essa proposta que não atende o movimento. Sairíamos com nada nas mãos. Continuaremos a manifestação”, disse um dos integrantes.
Porém, o vereador Claudio Tinoco (DEM) classificou como partidária a ação de ocupação da Câmara. Pessoas que se colocam como líderes do Movimento Passe Livre (MPL), conforme ele, são filiados a partidos políticos de oposição e muitos foram até candidatos nas eleições passadas.
“Não tenho dúvidas de que é um movimento político. Aquelas pessoas que se colocam como líderes são filiadas a partidos políticos. Alguns foram candidatos nas últimas eleições por partidos diferentes como PSB, PCdoB e PSOL”, ressaltou.
Tinoco lembrou que o prefeito ACM Neto já tem dado respostas às reivindicações do verdadeiro MPLS sobre mobilidade urbana e melhorias no sistema de transporte, o que demonstra a sensibilidade do Executivo em dialogar com os manifestantes.
“Desde o primeiro instante nos chamou atenção a disposição do prefeito ACM Neto em receber uma comissão das lideranças do MPLS. A Prefeitura já tomou algumas medidas, entre elas a constituição do Conselho Municipal de Transportes e a solicitação da planilha de custos das empresas”, declarou o democrata.

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