MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Nutricionista diz que a merenda na escola ajuda a educação alimentar


Naira Sodré |  IG BA

Foto: SXC/Creative Commons
Nas três últimas décadas, os padrões de consumo alimentar em Salvador, segundo pesquisa do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Alimentação, deixaram de ser baseados no tradicional arroz e feijão. Tudo isso graças ao aumento de produtos industrializados que chegou a ser da ordem de 400%, principalmente em se tratando de biscoitos e refrigerantes, provocando um consumo excessivo de açúcar e gorduras em geral.
A dieta rica em gorduras e com baixo teor de fibra, tem sido responsável pelo aumento do sobrepeso e da obesidade nas populações urbanas de todo o mundo. Os problemas alimentares das crianças passaram da desnutrição para o sobrepeso e a obesidade, provocados pelas mudanças no nosso estilo de vida nas grandes cidades. Dentro deste aspecto, a merenda passou a ser  um fator-chave para que as crianças aprendam sobre alimentação correta.
Segundo a nutricionista Rosana Perim, a merenda escolar é de fundamental importância para a criança e já faz parte da educação alimentar. Nas últimas décadas, passou a ser um instrumento que demonstra a importância de uma boa alimentação para a saúde e os problemas que podem surgir quando é inadequada. O momento da merenda pode ser transformado em uma atividade educativa, em que a escola fornece aos alunos informações e conhecimentos relacionados com alimentação e saúde, fazendo com que a criança participe da atividade, diz a nutricionista.
Uma merenda escolar de qualidade beneficia não apenas a criança, mas também toda a família, estimulando a mudança do comportamento alimentar. Se a alimentação na escola contribui para um melhor desempenho escolar, contribui também para a formação de bons hábitos alimentares. Sem dúvida que essa contribuição estará aumentando a segurança alimentar, que faz parte dos direitos humanos, melhora a qualidade de vida, aumenta o sentido de cidadania, comentou.
O lanche escolar é uma refeição intermediária, que serve para dar energia à criança entre duas refeições principais. O ideal é que ele contenha uma porção de carboidratos, para fornecer energia; uma porção de lácteos, que tem proteínas; uma porção de frutas ou legumes, responsáveis pelas vitaminas, fibras e minerais; e uma bebida, para hidratação. Do outro lado, pães brancos,  refrigerantes, salgadinhos – especialmente os fritos – e confeitos desequilibram a balança. Apesar de fornecerem energia, estes alimentos contêm pouco além das chamadas “calorias vazias”. “Nutricionalmente, eles são só sal e gordura”, alerta a nutricionista Rosana Perim.
O lanche preferido das crianças
No entanto, as crianças gostam de comer e de levar na lancheira para a escola salgadinhos, batatas fritas, chocolate, refrigerantes. Quando não levam, compram na cantina da escola apenas o que lhes agradam. O cachorro-quente é o preferido da garotada, apesar de estar na lista negra dos nutricionistas. Os pais não estão por perto e as crianças aproveitam para consumir o que gostam: cachorro-quente, hambúrguer, chocolate, e etc. Tudo que pode colocar em risco a saúde. Para equilibrar esta equação, a nutricionista e consultora alimentar Cynthia Striebel, que há 14 anos vem desenvolvendo projetos de educação alimentar em várias escolas, sugere que os pais usem a negociação.
“Seu filho quer levar algo não muito nutritivo? Eventualmente, isso não é um problema. Negocie com ele um dia da semana para este lanche e, nos outros dias, as frutas, cereais e o leite”, exemplifica. Rosana Perim concorda. “Não precisa proibir o chocolate. Basta saber equilibrar”, diz ela. Outra dica é incluir as crianças no processo de comprar e preparar o lanche. Vale levá-las ao mercado ou à feira, explicar por que você escolhe aqueles alimentos e como aquilo vai fazer bem a elas.

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