MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 23 de julho de 2013

'Nossa luta é por condições de trabalho', diz médica


Médicos entraram em greve nesta terça-feira (23) no Acre.
Apenas atendimentos de emergência serão mantidos.

Yuri Marcel Do G1 AC

Greve dos médicos Acre (Foto: Yuri Marcel / G1)Médicos deflagraram greve nesta terça-feira (23) (Foto: Yuri Marcel / G1)
Com aproximadamente 70% dos médicos do estado tendo aderido à greve da categoria, a diretora do Sindicato do Médicos do Acre (Sindmed), Jackeline Fecury, diz esperar que a população entenda que o objetivo da classe é pressionar o Poder Público por melhorias. A greve foi deflagrada nesta terça-feira (23) por tempo indeterminado.
"Quero que a população entenda que a gente está fazendo isso para melhorar a Saúde, o atendimento à população. Porque se a gente não lutar vai continuar do jeito que está. A gente não está lutando para ganhar mais dinheiro, mas melhorar as condições de trabalho", argumenta.
A diretora explica que os médicos estão alinhados com a pauta de discussão nacional, relacionada a aplicação do revalida e a contratação de médicos estrangeiros. "Os médicos do programa 'Mais Médicos' do Governo Federal estão vindo sem a exigência de fazer essa prova e isso revoltou toda a comunidade médica", diz.
Ela diz que os médicos querem conscientizar as pessoas do perigo da contratação de médicos estrangeiros sem o teste.
Condições de trabalho
Ao contrário de diversos movimentos grevistas atuais, a manifestação dos médicos não envolve questões salariais, mas estruturais. "É muito complicado trabalhar nessas condições, a gente não é mágico, precisa de material para exercer nossa profissão", enfatiza.
Entre o material que ela diz faltar em algumas unidades de saúde do estado vão desde o gesso até a medicação e até materiais cirúrgicos. "Cirurgias são suspensas por falta de material várias vezes", denuncia.
Outra pauta dos médicos acreanos é pela realização de concurso público para que os médicos que hoje ocupam vagas provisórias possam tentar a efetivação nos cargos. "Desde 2010 estamos tentando conversar com o Governo sobre esse concurso, para poder efetivar essas pessoas que estão nessa insegurança. Pedimos pelo menos 300 vagas e isso não foi atendido", fala.
Secretaria de Saúde diz que 'justificativa não existe'
Procurado pelo G1 o diretor executivo da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), Irailton de Lima Souza, diz que estranha a deflagração da greve.
Greve dos médicos Acre (Foto: Yuri Marcel / G1)Sesacre quer restabelecer mesa de negociações
(Foto: Yuri Marcel / G1)
"Definimos juntos em maio que o mês para negociação seria julho. O governo ficou aguardando manifestação do sindicato. No dia 13 de julho o governo manifestou interesse em instalar a mesa e ficou marcado para o dia 18. Porém, o sindicato alegou que era muito em cima e remarcaram para o dia 26 e decidiram uma greve no dia 23. Você não marca instalação de uma mesa de negociação e deflagra greve antes", diz.
Souza diz ainda que já firmou acordo com o sindicato para assegurar que os serviços de urgência e emergência e as cirurgias que possam colocar a saúde do paciente em risco em caso de remarcação. "Onde vai haver de fato impacto é nos serviços ambulatoriais e as cirurgias eletivas sem caráter emergencial", afirma.
O gestor afirma ainda que para minimizar os efeitos da greve o governo propõe a reinstalação da mesa de negociação. "Para que não haja manutenção do estado de greve e fique restrito a pauta da paralisação nacional", diz.
Sobre as denúncias de falta de equipamentos ele diz que a situação não condiz com a realidade. "A regra é o pronto atendimento as necessidades das unidades. Naturalmente há uma falha num lugar ou outro , mas nada e que justifique uma greve", afirma.
Ele diz ainda que uma comissão já foi instalada também para definir a questão do concurso. "Já temos comissão instalada com portaria e prazo estabelecido nossa expectativa é que no mais tardar em setembro estejamos em condição de lançar o edital e isso já foi informado para o sindicato", conclui.

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