MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 5 de julho de 2013

No Amapá, chega a 40 anos espera de rodovias por asfalto


Moradores reclamam que atoleiros prejudicam escoamento da produção.
Governo deve concluir parte da BR-156 em 2013; BR-210 não tem previsão.

Abinoan Santiago Do G1 AP

Em determinados trechos da BR-156, veículos ficam atolados (Foto: Gabriel Penha/G1)Em determinados trechos da BR-156, veículos ficam atolados (Foto: Gabriel Penha/G1)
As obras de pavimentação das rodovias BR-156 e BR-210, no Amapá, esperam por asfalto há pelo menos 40 anos. De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes (Setrap), a BR-156 começou a ser pavimentada em 1976, e dos 812 quilômetros de extensão, 528 não estão asfaltados. Na BR-210, que possui 320 quilômeros, o asfaltamento ainda nem começou.
A reportagem foi sugerida pelo policial rodoviário federal, Klebson Sampaio, 42 anos, pelo VC no G1. "Sou amapaense e trabalho nessa estrada há muito tempo, e sei a nossa realidade, principalmente a sua importância ao estado", afirmou.
A dificuldade também é enfrentada por quem depende da rodovia para tirar o sustento. A agricultora Conceição dos Santos, 30 anos, usa a BR-210 para escoar a produção até a capital. Ela mora na comunidade do Matapí, em Porto Grande, a 100 quilômetros de Macapá.
Rita de Cássia, 41 anos, reclama da situação da BR-210 no escoamento da produção (Foto: Abinoan Santiago/G1)Rita de Cássia, 41 anos, reclama da situação da
BR-210 no escoamento da produção
(Foto: Abinoan Santiago/G1)
"De Macapá até Porto Grande, tem asfalto, mas depois é estrada de terra, o que dificulta muito a nossa viagem porque devemos chegar cedo na feira", disse indignada.
A agricultora contou que saindo da comunidade de Matapí às 7h, é possível chegar em Macapá às 11h, em dias de verão: "No Sol, ela é boa, mas quando chove, a estrada fica tão ruím, que chegamos às 14h. Já tive até prejuízo com perdas em boa parte na produção por causa de atoleiros na rodovia".
A mesma dificuldade é enfrentada pela agricultora Rita de Cássia, 41 anos, moradora da Linha C, em Porto Grande. "Quando passamos da sede do município, não tem mais asfalto, e isso é prejudicial a nossa produção. Isso acontece desde os meus 10 anos, quando comecei a vender na feira, em Macapá", reclamou.
BR-156
A BR-156 é responsabilidade do Governo do Estado do Amapá (GEA) desde 1976. Ela possui 812 quilômetros. No trecho Norte, de Macapá a Oiapoque, são 569 quilômetros; no Sul são mais 243 quilômetros entre a capital e Laranjal do Jari.
Para o trecho norte ser asfaltado, a BR-156 foi dividida em três etapas pelo Governo do Amapá. A primeira vai de Calçoeneà Vila do Carnot, no mesmo município, e soma 56 quilômetros; a segunda, que começa na Vila do Carnot e termina próximo ao rio Cassiporé, em Calçoene, totaliza 54 quilômetros; a terceira e última etapa vai do rio Cassiporé ao município de Oiapoque, com 56 quilômetros.
BR-156, no trecho sul, foi dividida em 3 lotes para ser pavimentada pelo Governo do Amapá  (Foto: Gabriel Penha/G1)BR-156, no trecho sul, foi dividida em 3 etapas para
ser pavimentada pelo Governo do Amapá
(Foto: Gabriel Penha/G1)
De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes (Setrap), a primeira etapa está em fase de conclusão e deve ficar pronta até fim de 2013. Na segunda, a empresa responsável pelo serviço pediu a revisão dos custos da obra para iniciar o trabalho de asfaltamento. "Até setembro de 2013 vamos adequar os preços", disse Bruno Mineiro, secretário de Transportes.
Na terceira etapa por causa de problemas em trechos com áreas indígenas, a licitação da pavimentação vai ser lançada até o fim de julho.
"Provavelmente somente em 2015 o asfaltamento de toda a BR 156 vai ser concluído", prevê Bruno Mineiro.
No trecho sul, de Macapá a Laranjal do Jari, também há atualização de valores da pavimentação, que foram calculados em 2006.
Secretário de Transportes, Bruno Mineiro, diz que até 2015, o trecho norte da BR-156 será concluído (Foto: Abinoan Santiago/G1)Secretário de Transportes, Bruno Mineiro, diz que
até 2015, o trecho norte da BR-156 será concluído
(Foto: Abinoan Santiago/G1)
"A expectativa é lançar a licitação [do trecho sul] a partir de agosto. Mas, encontraremos um problema na reserva do Cajarí, no Laranjal do Jarí, onde tem um trecho de 110 quilômetros que vamos dar compensações ambientais", explicou o secretário da Setrap.
Para ser asfaltada, obra do trecho sul vai ser divida em quatro etapas, com cerca de 60 quilômetros, cada. Não há data definida para a conclusão da pavimentação.
BR-210
A BR-210 existe desde 1973 e compreende trecho de Macapá até Serra do Navio. Do município de Porto Grande até Serra do Navio, a rodovia soma mais de 102 quilômetros sem asfalto.
De acordo com Bruno Mineiro, o GEA está realizando um estudo para saber os valores da pavimentação e poder ter a responsabilidade da rodovia. "Vamos fazer uma licitação para o projeto, calcular o valor da obra e colocá-la dentro de recursos do PAC. Não temos previsão para conclusão do asfaltamento. A competência dessa rodovia deve ser passada ao estado ainda em julho", disse.

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