MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Multiplicidade religiosa diversifica os atrativos turísticos de Foz do Iguaçu


Capital da Energia e das Águas também garante espaço à espiritualidade.
Cristãos, muçulmanos e budistas dão mostras da mistura cultural da região.

Fabiula Wurmeister Do G1 PR, em Foz do Iguaçu

Estátua gigante do buda sentado dá as boas vindas aos visitantes do templo budista de Foz do Iguaçu (Foto: Fabiula Wurmeister / G1)Estátua gigante do buda sentado dá as boas vindas aos visitantes do templo budista de Foz do Iguaçu (Foto: Fabiula Wurmeister / G1)
Conhecida principalmente pelas Cataratas do Iguaçu e pela Hidrelétrica de Itaipu, Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, tem o turismo religioso como uma das opções de passeios para visitantes de todo o mundo. A cidade que recebe por ano mais de 1,5 milhão de turistas está estrategicamente localizada na tríplice fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina e no encontro entre os rios Paraná e Iguaçu.
A região privilegiada pelas maravilhas da natureza ainda conta com uma diversidade cultural característica de grandes centros urbanos. Esta mistura garantida por representantes de mais de 70 etnias que vivem na cidade de pouco mais de 250 mil habitantes também dá espaço à espiritualidade simbolizada em diversos templos.
Foz do Iguaçu também é um lugar considerado sagrado para os apaixonados pela natureza e revela seu sincretismo religioso por toda a cidade. Entre os mais conhecidos e visitados por turistas de todo o mundo estão a matriz e a nova catedral católica, a mesquita sunita, a husseiniie xiita e o templo budista.
A matriz São João Batista é a igreja mais antiga da cidade (Foto: Fabiula Wurmeister / G1)A matriz São João Batista é a igreja mais antiga da
cidade (Foto: Fabiula Wurmeister / G1)
Catolicismo
O antigo e o novo também fazem parte das várias representações religiosas da fronteira. No centro, o prédio da Matriz São João Batista faz parte do patrimônio histórico e cultural iguaçuense. Inaugurado na década de 1950, o prédio da primeira igreja da cidade traz traços da arquitetura de meados do século passado e ocupa o lugar da primeira construção, de madeira, destruída por um incêndio provocado por fogos de artifício de uma festa em 1925.
Ainda em obras na região norte da cidade, a catedral diocesana Nossa Senhora de Guadalupe pode ser vista de vários pontos de Foz do Iguaçu. Além do teto em ondas, os vitrais serão ornamentados com cenas que lembram os quatro elementos da natureza - terra, água, fogo e ar – e nas paredes obras representarão a via sacra percorrida por Jesus Cristo. Uma campanha incentiva os fiéis a fazer doações para a conclusão do prédio.
Islamismo
Com participação significativa no crescimento e desenvolvimento de Foz do Iguaçu e de Ciudad del Este, no Paraguai, libaneses, sírios, egípcios e palestinos formam na região a segunda maior comunidade de língua árabe do país. Atualmente com 22 mil descendentes e imigrantes, só é menor que a de São Paulo (SP). Presentes na região desde a década de 1950, a maioria é muçulmana e dividida entre sunitas e xiitas. E, cada denominação conta com os seus próprios templos.
A mesquita sunita de Foz do Iguaçu recebe cerca de 5 mil visitantes por mês (Foto: Fabiula Wurmeister / G1)A mesquita sunita de Foz do Iguaçu recebe cerca de 5 mil visitantes por mês (Foto: Fabiula Wurmeister / G1)
Inaugurada em 1983, a mesquita Omar Ibn Al-Khattab é aberta para visitas turísticas organizadas desde 2010. De arquitetura típica, ocupa quase metade da área de 1,25 mil metros quadrados onde funciona o Centro Cultural Beneficente Islâmico de Foz do Iguaçu. Das duas torres de 31 metros de altura ressoam cinco vezes por dia os chamados para as orações feitas voltadas a Meca, cidade sagrada do Islamismo. Arabescos e motivos religiosos enfeitam o salão dividido em espaços para homens e mulheres.
Por mês, a mesquita recebe cerca de cinco mil visitantes, quase todos acolhidos por Dona Kafa, uma das monitoras do centro cultural. Na entrada, as mulheres são orientadas a cobrir os cabelos e os ombros com os véus dispostos na entrada do salão. As que estiverem com roupas curtas recebem saias. “Este é um local sagrado e precisa ser respeitado”, justifica a senhora que parece não se cansar de explicar a essência do Islã. Todos entram descalços.
Isto que dizem que a mulher não tem importância não é verdade. (...) Mulher precisa ser  instruída e educada. Se a beleza termina, o que fica?"
Dona Kafa, monitora da mesquita de Foz
Sem reservas, responde tudo, inclusive os temas mais polêmicos. “Isto que dizem que a mulher muçulmana não é importante não é verdade. As mulheres são a base da família, são elas que educam e orientam os filhos. Na época das guerras, elas é que incentivavam os homens e até chegaram a lutar com as roupas deles. Mulher precisa ser inteligente, instruída e educada. Não basta ser bonita. Se a beleza termina, o que fica? E se ficar viúva como eu, como vai sobreviver?”, reflete ao tentar afastar o mito da submissão feminina.
No mesmo bairro e separada pela Avenida José Maria de Brito, a husseiniie (casa de Hussein) xiita Imam Khomeini, estágio anterior ao da mesquita e que tem a mesma função de servir como espaço para celebrações, palestras e eventos religiosos e sociais. Fundada em 1982 faz parte da Sociedade Beneficente de Foz do Iguaçu, entidade que abriga a Associação Senhora Fátima e o Grupo Escoteiro Líbano-Brasileiro. Entre os eventos celebrados pelos cerca de três mil muçulmanos que frequentam a husseiniie o que se destaca é a Ashura, os dez dias que lembram a luta do neto do profeta Maomé por justiça e liberdade. O período é semelhante à Semana Santa para o cristianismo.
Budismo
Do outro lado da cidade, bem próximo à fronteira com o Paraguai e às margens do Rio Paraná, um buda sentado e sorridente de sete metros de altura contempla Ciudad del Este. No mesmo jardim reservado à meditação, os visitantes se impressionam com os detalhes das várias estátuas de guerreiros e do buda deitado que enfeitam e protegem o templo budista. Outras 104 estátuas idênticas e enfileiradas representam as doações feitas por budistas de várias partes do mundo para a manutenção do espaço como forma de gratidão e louvor.
Serviço:
Templo Budista
Rua Dr. Josivalter Vila Nova, 99, Jardim Califórnia. As visitas são gratuitas e podem ser feitas de terça a domingo das 9h30 às 17h. Não há guias no local. Telefone (45) 3524-5566.
Mesquita Omar Ibn Al-Khattab
Rua Meca, 599, Jardim Central. As visitas são gratuitas e podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 14h às 17h30, e aos sábados, das 9h às 11h30. Grupos precisam agendar pelo telefone (45) 3025-1123.
Matriz São João Batista
Avenida Jorge Schimmelpfeng, 70, centro. Telefone para informações: (45) 3523-6409.
Catedral Nossa Senhora de Guadalupe
Vila A, sem número, próximo ao Centro Executivo de Itaipu.
Husseiniie Imam Khomeini
Avenida José Maria de Brito, 929, Jardim Central.
As visitas precisam ser agendadas pelo telefone (45) 3573-3287.

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