Miriam Hermes - Sucursal Barreiras / A TARDE
Entre eles, Catolândia (870 km de Salvador), que com 3.609 habitantes (Censo 2010) é a cidade baiana com menor número de habitantes e, mesmo assim, enfrenta problemas para oferecer assistência básica. A maior dificuldade é a contratação de médicos, principalmente nos fins de semana, pois nenhum médico mora na cidade.
"Temos dois médicos que atendem durante a semana. Um dá plantão no Programa de Saúde da Família (PSF) e outro se reveza nos três postos que temos na zona rural", diz o secretário municipal da Saúde, José Francisco da Cruz. Ele reconhece que o ideal seria ter pelo menos o dobro de profissionais.
"Temos duas ambulâncias de plantão para levar os pacientes a São Desidério e Barreiras, municípios parceiros", explica Cruz a alternativa para atender a população aos finais de semana.
O gestor opina que os R$ 10 mil que o governo federal disponibiliza para o pagamento a médicos de PSF "são insuficientes, pois eles querem até R$ 22 mil para vir". Cruz afirma que o município não dispõe de recursos no momento para melhorar as unidades existentes. "Temos locais, como em um assentamento, em que o atendimento médico é feito em uma igreja, porque não podemos construir um posto agora".
Dificuldade - Para a aposentada Maria Dias, 75, que há um ano está com paralisia nas pernas devido a uma infecção na medula, a única maneira para fazer fisioterapia é indo duas ou três vezes por semana para Barreiras, percorrendo uma distância de 42 km.
Ela afirma que é um sofrimento, pois parte da estrada ainda não tem asfalto. "O município dá o transporte, mas se tivesse fisioterapeuta aqui seria bem mais fácil", diz a aposentada.
Dona Maria, uma das seis pacientes que o município encaminha para receber atendimento em Barreiras, garante que está animada e tem a expectativa que em breve poderá ser atendida em São Desidério, " mais perto de casa (distância de 15 km)".
São Desidério - Com 24 médicos contratados, o município de São Desidério (890 km da capital) oferece atendimentos de média complexidade. De acordo com o secretário da Saúde, Jeferson Barbosa, há ainda a necessidade de disponibilizar algumas especialidades. "É mesmo difícil atrair médicos a cidades menores", aponta.
Barbosa critica o Mais Saúde, "porque o valor de R$ 10 mil por mês para salário de médicos não condiz com a expectativa deles".
Segundo o secretário, "a média que eles cobram é de R$ 2 mil por plantão. Com este salário que o governo federal quer pagar os médicos brasileiros não vão se sentir atraídos para os municípios do interior".
A secretaria da Saúde tem dificuldades para manter médicos no plantão de final de semana. "Nosso maior problema é o distrito de Roda Velha que, pela distância das outras localidades, deveria ter médico 24 horas, todos os dias da semana. Mas nem sempre isto é possível", lamenta Jeferson Barbosa.
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