MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 14 de julho de 2013

Menor cidade baiana sofre com falta de profissionais

Miriam Hermes - Sucursal Barreiras  /  A TARDE

  • Miriam Hermes | Ag. A TARDE
    Além de viver em local com poucos médicos, Dona Maria viaja para fazer fisioterapia
Dos 23 municípios que fazem parte da região oeste da Bahia, 20 estão na lista do Ministério da Saúde como prioritários para receber médicos dentro do Programa Mais Saúde.
Entre eles, Catolândia (870 km de Salvador), que com 3.609 habitantes (Censo 2010) é a cidade baiana com menor número de habitantes e, mesmo assim, enfrenta problemas para oferecer assistência básica. A maior dificuldade é a contratação de médicos, principalmente nos fins de semana, pois nenhum médico mora na cidade.
"Temos dois médicos que atendem durante a semana. Um dá plantão no Programa de Saúde da Família (PSF) e outro se reveza nos três postos que temos na zona rural", diz o secretário municipal da Saúde, José Francisco da Cruz. Ele reconhece que o ideal seria ter pelo menos o dobro de profissionais.

"Nos finais de semana também precisamos de médicos, pois a doença não escolhe a hora para chegar. Mas continuamos sem opção", lamenta o secretário.
"Temos duas ambulâncias de plantão para levar os pacientes a São Desidério e Barreiras,  municípios parceiros", explica Cruz a alternativa para atender a população aos finais de semana.
O gestor opina que os R$ 10 mil que o governo federal disponibiliza para o pagamento  a médicos de PSF "são insuficientes, pois eles querem até R$ 22 mil para vir". Cruz afirma que o município não dispõe de recursos no momento para melhorar as unidades existentes. "Temos locais, como em um assentamento, em que o atendimento médico é feito em uma igreja, porque não podemos construir um posto agora".
Dificuldade - Para a aposentada Maria Dias, 75, que há um ano está com paralisia nas pernas devido a uma infecção na medula, a única maneira para fazer fisioterapia é indo duas ou três vezes por semana para Barreiras, percorrendo uma distância de 42 km.
Ela afirma que é um sofrimento, pois parte da estrada ainda não tem asfalto. "O município dá o transporte, mas se tivesse fisioterapeuta aqui seria bem mais fácil", diz a aposentada.

Dona Maria, uma das seis pacientes que o município encaminha para receber atendimento em Barreiras, garante que está animada e tem a expectativa que em breve poderá ser atendida em São Desidério, " mais perto de casa (distância de 15 km)".
São Desidério - Com 24 médicos contratados, o município de São Desidério (890 km da capital) oferece atendimentos de média complexidade. De acordo com o secretário da Saúde, Jeferson Barbosa, há ainda a necessidade de disponibilizar algumas especialidades. "É mesmo difícil atrair médicos a cidades menores", aponta.
Barbosa critica o Mais Saúde, "porque o valor de R$ 10 mil por mês para salário de médicos não condiz com a expectativa deles".

Segundo o secretário, "a média que eles cobram é de R$ 2 mil por plantão. Com este salário que o governo federal quer pagar os médicos brasileiros não vão se sentir atraídos para os municípios do interior".
A secretaria da Saúde tem dificuldades para manter médicos no plantão de final de semana. "Nosso maior problema é o distrito de Roda Velha que, pela distância das outras localidades, deveria ter médico 24 horas, todos os dias da semana. Mas nem sempre isto é possível", lamenta Jeferson Barbosa.

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