MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Médicos no Amapá paralisam por falta de estrutura e salários


Amapá tem menos de um médico para cada mil habitantes.
Remuneração salarial no estado está abaixo do piso nacional da categoria.

Abinoan Santiago Do G1 AP

Médicos no Amapá se mobilizaram em frente ao CRM/AP para reivindicar melhorias de trabalho (Foto: Abinoan Santiago/G1)Médicos no Amapá se mobilizaram em frente ao CRM/AP para reivindicar melhorias de trabalho (Foto: Abinoan Santiago/G1)
A atual condição de trabalho da rede pública de saúde e a possível vinda de médicos estrangeiros ao Amapá, foram as principais bandeiras do protesto realizado por médicos, nesta quarta-fera (3), em frente ao Conselho Regional de Medicina (CRM). O movimento seguiu as manifestações nacionais da categoria.
O CRM no Amapá tem 696 médicos cadastrados. Para o presidente do Conselho, Dorimar Barbosa, o Amapá deveria ter o dobro do efetivo atual. "O ideal seria no mínimo duas vez mais que esse número porque desses quase 700 profissionais, mais de 5% não prestam serviço na rede pública, além de não darem conta de atender toda a demanda no estado", contou.
O estudo 'Demografia Médica no Brasil', produzido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) apontou que o Amapá tem 0,95 médico para mil habitantes, ficando a frente somente do Pará, com 0, 84; e Maranhão, com 0,71. A média brasileira é 1,8 médico para cada grupo de mil habitantes.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos no Amapá (Sindmed), Fernando Nascimento, além do efetivo de médicos defasado, a estrutura da saúde oferecida no Amapá é deficiente. "Temos hospitais com mais de 50 anos, e eles não passaram por grandes reformas. Queremos a melhoria da estrutura física e salarial, com a adesão ao piso nacional", acrescentou.
O salário do médico no Amapá é de R$ 3.500 por 20 horas semanais trabalhadas. O piso da categoria, estipulado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) é R$ 10.412 para a mesma jornada semanal de trabalho.
A paralisação dos médicos, segundo o CRM, não prejudicou os serviços oferecidos nos hospitais do estado por causa dos atendimentos de urgência que continuam normalmente durante o dia.
Médico colombiano William Camillo Barrera, 62 anos, é contra a vinda de médicos estrangeiros (Foto: Abinoan Santiago/G1)Médico colombiano William Camillo Barrera,
62 anos, é contra a vinda de médicos estrangeiros
(Foto: Abinoan Santiago/G1)
O médico colombiano William Camillo Barrera, 62 anos, trabalha no Programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), se formou no seu país de origem e está no Amapá há 7 anos. Mesmo sendo estrangeiro se colocou contrário a vinda de médicos de outros países.
"A forma como querem trazer médicos ao Brasil e ao Amapá é totalmente errada. Deve haver a revalidação do diploma como ocorreu comigo, que passei 2 anos me preparando para ser aprovado profissionalmente no país porque as escolas de medicina são diferentes na América Latina. E se aplicarem a prova, o governo deve dar estrutura porque não adianta trazer médicos se não tem soro ", contou revoltado, o médico colombiano. Atualmente, no Amapá existe cinco médicos estrangeiros em exercício.
O obstetra Antonio Miranda, 66 anos, é do Pará e está há 28 anos no Amapá. Para ele, desde a vinda ao estado, pouco mudou quanto a estrutura médica oferecida. "Está do mesmo jeito, e em determinados casos, até piorou. Não há investimento necessário. Na minha especialidade, por exemplo, não tem política preventiva, o que provoca a gestação cada vez mais cedo de mulheres jovens", relatou.
Médicos no Amapá protestaram utilizando nariz de palhaço no movimento (Foto: Abinoan Santiago/G1)Médicos no Amapá protestaram utilizando nariz de palhaço no movimento (Foto: Abinoan Santiago/G1)
A ginecologista Sandra Miranda, 56 anos, afirmou que o exame de Colo de Útero não é feito há mais de um ano na rede pública de sáude do estado. "Sem a prevenção, não vamos poder tratar da doença quando ela estiver mais avançada porque o serviço público vai estar inchado de pacientes. Isso é um desrespeito com o cidadão do Amapá", contou indignada.

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