Categoria quer a aplicação do exame Revalida para estrangeiros.
Vetos ao projeto que regulamenta a profissão também geram reclamações.
Médicos do Amapá se reuniram no Conselho
Regional de Medicina (Foto: Fabíola Gomes/ G1)
Médicos do Amapá se reuniram na noite desta terça-feira (16), no prédio
do Conselho Regional de Medicina (CRM), em Macapá, para discutir os
vetos da presidência da República ao projeto de lei que regulamenta o
exercício da medicina; e a medida provisória que institui o programa
"Mais Médicos", do governo federal, que pretende contratar médicos
brasileiros e estrangeiros para atuarem nos interiores do país.Regional de Medicina (Foto: Fabíola Gomes/ G1)
De acordo com as lideranças médicas, "esse pacote de mudanças prejudica a medicina, a qualidade da assistência e ainda coloca em risco a vida dos brasileiros". Segundo os profissionais, dos 10 vetos derrubados, os mais críticos são os referentes aos diagnósticos e tratamentos que não serão mais privativos dos médicos.
Dorimar Barbosa, presidente do CRM-AP, disse que a categoria tentará contribuir para reverter a decisão. "Podemos entrar com o pedido de inconstitucionalidade do projeto para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), além de propor emendas para o projeto ou ainda pedir aos senadores a derrubada dos vetos, para que o texto original volte", anunciou Barbosa.
Nesta quarta-feira (17), uma comitiva de médicos que atuam no estado irão até Brasília se reunir aos demais profissionais do país, no Conselho Federal de Medicina (CFM). "Vamos avaliar as mudanças, para imediatamente iniciarmos um diálogo com os senadores e tentarmos convencê-los a derrubarem o veto da presidência da República", disse o presidente do CRM-AP.
Durante a reunião desta terça-feira, os profissionais de medicina discutiram também o programa "Mais Médicos", do governo federal, que prioriza a contratação de médicos formados no Brasil, mas, estabelece que no caso de não preenchimento das vagas pelos brasileiros, o governo contratará médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior, sendo que os últimos terão preferência dentro deste grupo.
Além do salário de R$ 10 mil, os médicos que atuarem no interior do país vão receber auxílio para deslocamento. A jornada de trabalho será de 40 horas semanais na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), sob a supervisão de instituições públicas de ensino.
Médico colombiano William Camilo é contra a não
aplicação do Revalida a médicos estrangeiros
(Foto: Fabíola Gomes/ G1)
O presidente do Sindicato dos Médicos do Amapá,
Joel Brito, disse que os médicos brasileiros não são contra a vinda de
médicos estrangeiros para o Brasil, mas discordam da não aplicação do
exame nacional de revalidação de diplomas médicos, conhecido como
Revalida, para os médicos estrangeirosaplicação do Revalida a médicos estrangeiros
(Foto: Fabíola Gomes/ G1)
"Eles precisam fazer o exame, sim, temos que conhecer a carga horária deles. Essa é uma maneira de fazer uma seleção dos profissionais que atenderão à nossa população", disse Brito.
O médico estrangeiro William Camilo Barreira, que atua no Brasil há 10 anos, disse ser contra a não aplicação do exame Revalida aos médicos estrangeiros. "Todo médico precisa ser avaliado para que seja verificada a qualidade do trabalho do profissional", disse Barreira, que é natural da Colômbia.
Fabiano Oliveira, único médico que atende à população do município de Itaubal, localizado a 103 quilômetros da capital, reclamou que "é difícil fazer medicina no local". "Trabalhamos em péssimas condições. Este programa deveria inserir medidas para solucionar a falta de estrutura nos interiores e ainda, priorizar a valorização dos profissionais que atuam nessas localidades", sugeriu o médico.
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