Mobilização na capital ocorreu no Largo São Sebastião.
Atividade faz parte de agenda nacional da categoria.
Mobilização na capital ocorreu no Largo São Sebastião, em Manaus (Foto: Girlene Medeiros/G1 AM)
Médicos do Amazonas paralisaram as atividades nesta terça-feira (23) em
protesto por melhorias nas condições de trabalho e no ensino médico de
qualidade, além da implantação do piso nacional. Os manifestantes também
se mobilizaram contrários à contratação de médicos estrangeiros no
país. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas
(Simeam), Mário Vianna, a atividade faz parte de uma agenda nacional da
categoria. Em Manaus, a classe mobilizou profissionais no centro de Manaus.A mobilização no Largo São Sebastião, nas proximidades do Teatro Amazonas, reuniu diversos especialistas. A greve afeta os atendimentos ambulatoriais em todo o estado. Segundo estimativas do sindicato, cerca de 3.800 médicos paralisaram as atividades nesta terça-feira. Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) informou que, apesar da paralisação, as atividades nos hospitais da rede acontecem normalmente. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) comunicou que os atendimentos na rede muncipal como Samu e maternidade também ocorrem dentro da normalidade.
A realização de concurso público, o enquadramento por tempo de serviço e a criação da carreira de estado também estão na pauta da manifestação. "Queremos o piso salarial de R$ 10.412 mensal por 20h trabalhadas. Hoje, o piso é R$ 1,3 mil mensais, por 20h, e junto com gratificações esse valor chega a R$ 5 mil", disse.
Cerca de cem médicos compareceram ao Largo na manhã desta terça (Foto: Girlene Medeiros/G1 AM)
O projeto que prevê facilitação na contratação de médicos estrangeiros
também é alvo dos protestos na capital do Amazonas. Segundo Vianna, a
proposta do Governo Federal é uma medida impositiva. "Nós acredimentos
que esse programa Mais Médicos deveria ter passado por uma discussão na
categoria. O ministro Padilha prometeu não trazer mais gente sem
qualificação e não é o que vai ocorrer. Essa é uma medida extremamente
impositiva".O anestesiologista Renato de Oliveira criticou falta de condução de trabalho da categoria. "O governo faz a comparação do número de médicos no Brasil com o de outros países, mas não faz a comparação do investimento que é feito no Brasil e em outros países. É complicado. No nosso caso, as compras para fazer anestesia é feita por pregão e nesse processo a gente não sabe da qualidade do material. Somos obrigados a trabalhar com produtos similares aos originais e isso compromete o nosso trabalho e, automaticamente, as anestesias que são feitas", contou.
Passeata
Do Largo São Sebastião, o grupo de médicos seguiu pelas ruas do centro da cidade com destino à sede da Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, na Avenida Joaquim Nabuco, também no centro, onde o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se reuniu com prefeitos e secretários de todo o estado para tratar sobre o programa Mais Médicos.
Médicos foram até a sede do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Foto: Girlene Medeiros/G1 AM)
DenúnciasDurante esta terça-feira (23), a Ouvidoria do sindicato receberá denúncias de médicos e da população a respeito de condições de trabalho nas unidades de saúde, falta de medicamento e demora na realização de exames. As denúncias podem ser feitas por meio de fotos, vídeos ou textos, no e-mail ouvidoria@simeam.org.br e nos telefones (092) 3651-7798 / 3308-9313.
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