MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dilma diz em Salvador ter certeza de que mais 10 anos virão para o PT


Lílian Machado |  IG  BA

Num dos pontos mais fortes do seu discurso, a presidente Dilma Rousseff, ao lado de Lula e Wagner, destacou que o PT fez o que e
Foto: Reginaldo Ipê
Num dos pontos mais fortes do seu discurso, a presidente Dilma Rousseff, ao lado de Lula e Wagner, destacou que o PT fez o que está de melhor agora no país
O discurso de aproximação com as “vozes das ruas” e as conquistas econômicas e sociais da população brasileira, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da presidente Dilma Rousseff (PT), predominaram no evento de comemoração de 10 anos do PT no poder, ontem à noite, no Othon Palace Hotel, na Avenida Oceânica. Dando o tom de resposta ao clima de manifestações e aos protestos que ocorriam do lado de fora, os principais protagonistas exaltaram as realizações de suas gestões e atribuíram a tomada de consciência à evolução social, com a “superação da pobreza extensa”. “Nós estamos enfrentando os desafios que são decorrentes do avanço histórico que provocamos”, afirmou. Dilma lembrou cinco pactos propostos por ela para “continuar” as mudanças no País. Ela iniciou o pronunciamento afirmando que o PT nasceu na luta pelos direitos e que esse continuava sendo o desafio, entretanto reconheceu que “há ainda um longo caminho a percorrer”.
“Nós sabemos que o País precisa de mais creches, mais escolas, mais vagas nas universidades, professores mais bem preparados e remunerados. Queremos transformar a riqueza perene do petróleo em conquistas para as futuras gerações”, frisou, mas em tom de bastante confiança, ao explanar os outros pactos como o da educação e o da reforma com a firme defesa de um plebiscito, Dilma deixou claro o seu próprio desejo e do PT de permanência no poder.  “Queremos fazer mais e podemos fazer mais. Justamente porque fizemos o que está de melhor aí agora. Quem fez o que nós fizemos é capaz de promover ainda mais melhorias e aprimorar nosso trabalho pelo povo. Democracia gera anseio por mais democracia. Tudo o que nós fizemos é apenas o começo. Um começo de novas transformações. Isso é o que nos diferencia. Por isso podemos ter certeza de que mais 10 anos virão”.
Ao chamar a atenção para o pacto da mobilidade urbana, questão que teria eclodido os protestos nas principais capitais, Dilma aproveitou para criticar os governos anteriores ao PT. “Esses 30 anos que o País esteve fora dos investimentos provocaram consequências danosas para as cidades. Desde o governo Lula apoiamos as melhorias no transporte público de massa”, exaltou. Segundo ela, R$89 milhões estão sendo investidos em 192 projetos para grandes e médias cidades.
“O que seria do Brasil sem nós"
Com a conhecida popularidade, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o que mais entusiasmou os petistas, durante o discurso, considerado o mais demorado da noite. O ex-dirigente citou desde fatos que marcaram a fundação do PT ao período em que deu posse à presidente Dilma. Porém, marcou seu pronunciamento de que foi a partir de seu governo que o “povo brasileiro conquistou o direito de andar de cabeça erguida”.
Lula disparou criticas contra a elite brasileira que, segundo ele, não se conforma com as melhorias alcançadas pela população de menor renda. Conforme ele,  apesar de faltarem mais avanços, o PT proporcionou muitas melhorias para os brasileiros. Num ímpeto de autoelogio, ele chegou a disparar: “O que seria do Brasil se não fosse o PT, se não fosse a Teologia da Libertação. O que seria do Brasil sem nós? Temos o direito de reivindicar o que falta, mas o dever de dizer tudo o que conquistamos”, enfatizou.     
O ex-presidente pediu aos militantes que começassem a se preparar para o debate. “É verdade que tem gente querendo que esqueçam o que fizemos nos últimos 10 anos”, disse. Segundo ele, é preciso animar a militância e que ninguém tenha vergonha de falar do partido. Lula também cutucou a imprensa ao dizer que o setor não gosta da presidente por ela ter evidenciado que “tem lado e que o seu lado é o partido”. Também prometeu continuar atuando. “Se Deus quiser e vai demorar muito, vou morrer fazendo política no PT”.
Wagner destaca maior transformação social
Primeira autoridade petista a discursar, após o presidente nacional do PT, o deputado federal Rui Falcão, o governador Jaques Wagner (PT) ressaltou os avanços nas reivindicações das ruas e também disparou críticas à “elite conservadora” que não reconhece as melhorias. Segundo ele, a movimentação das ruas é histórica e o PT faz parte deste projeto. “Há muito que comemorar porque desde 1985 o Brasil tem o maior período democrático e agora é quando se vive a maior época de desenvolvimento, ga-nhos sociais e econômicos no país”. Na mesma linha de Dilma e Lula, Wagner destacou que o Brasil viveu a sua “maior transformação de inclusão social nos últimos anos”.
O líder do governo estadual, entretanto, reconheceu que para permanecer por mais dez, vinte anos no poder é preciso “pensar e ouvir as ruas”.
Sem especificar, Wagner admitiu que o PT cometeu erros e frisou que para cada aplauso dado pelos acertos surgem as vaias para cada erro. “Portanto, não se deve ficar envergonhado, pois o PT é feito de homens e mulheres. É preciso continuar a pensar, ouvir as ruas e continuar a projetar a continuidade do partido no poder porque o PT ainda tem muito que contribuir com o Brasil e a Bahia”, disse.
O “companheiro”, como os próprios Lula e  Dilma o chamaram, descartou a tese de diminuição dos ministérios. “Reduzir Ministérios não significa aumentar eficiência. Antes de dizer isso, quem critica tem que saber para que servem”.
Durante o evento que teve como tema Movimentos Sociais e Participação Popular”, participaram, além das grandes estrelas partidárias, líderes de alguns segmentos que discursaram dando ênfase para a necessidade de renovação nos ideais do partido. A maioria fez questão de ressaltar que ganharam outras oportunidades com a chegada do PT ao poder. A jovem Daniele da Cruz, diretora da Une, surpreendeu ao elogiar políticas, como as cotas raciais que permitiram que ela ingressasse na  Ufba, mas também ao criticar o fato de dois colegas negros terem sido barrados na porta do evento. “Não é esse o PT que eu quero. O PT não combina com racismo”, disse.
Outra participação aplaudida foi a da líder religiosa Macota Valdina. Em tom suave, ela disse que o Brasil tinha o que comemorar com o PT no governo federal nos últimos dez anos. “Nesses dez anos uma coisa eu sempre digo: tem um Brasil antes do Lula e outro depois do Lula. O fato de uma religiosa de candomblé estar aqui hoje é algo diferente. Isso não havia. Podem ser pequenas, mas essas transformações são importantes”, frisou.
Wagner finalizou afirmando que: "É isso que a gestão petista vai continuar a fazer. A agenda neoliberal não responde ao grito das ruas”, completa o governador.

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