MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 13 de julho de 2013

Crise financeira ameaça permanência de reserva ambiental no Amapá


Segundo administrador, não há recursos para manter o local.
Localizada em Santana, Revecon abriga 604 animais silvestres.

Fabíola Gomes Do G1 AP

Reserva ambiental no Amapá ameçada passa por crise financeira (Foto: Fabíola Gomes/G1)Reserva ambiental no Amapá ameçada passa por
crise financeira (Foto: Fabíola Gomes/G1)
A Reserva Particular do Patrimônio Natural (Revecon), localizada na Vila Amazonas, no município de Santana, a 17 quilômetros de Macapá, passa por crise financeira e ameaça fechar. A principal dificuldade é referente à falta de recursos para manter a alimentação dos animais, o pagamento de funcionários e os reparos nas estruturas físicas do local, segundo pontuou Paulo Amorin, que administra o espaço.

Criada em 1998, a Revecon é um centro voluntário para atendimento e hospedagem de animais silvestres. Desenvolve atividades de educação ambiental e pesquisas em ecossistemas naturais da fauna e da flora. O espaço físico da reserva é particular e os animais são de responsabilidade do poder público estadual.
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Logradouro abriga araras na Reserva Revecon (Foto: Fabíola Gomes/G1)Logradouro abriga araras na Reserva Revecon (Foto: Fabíola Gomes/G1)
Segundo Paulo Roberto Amorin, médico veterinário aposentado e administrador do local, até o ano 2006, as despesas do espaço eram pagas com recursos próprios, "mas o aumento da quantidade de animais impossibilitou a Revencon de manter o funcionamento do local", disse, e acrescentou: "Minha família comprou o terreno, cuidamos de 604 animais. Recebemos animais apreendidos pelo Batalhão Ambiental. Não queremos deixar de realizar esse trabalho com eles", lamentou Amorin.
O administrador do local informou que em 2006 apresentou um projeto para a Secretaria do Meio Ambiente do Amapa (Sema), pedindo ajuda financeira. O projeto foi aprovado e um convênio no valor de R$ 49 mil para serem pagos anualmente foi firmado.
Logradoura que abriga lontra na Reserva Revecon (Foto: Fabíola Gomes / G1)Logradouro que abriga lontra na Revecon
(Foto: Fabíola Gomes / G1)
"Devido à mudança de rubrica de órgãos, a responsabilidade do convênio, que antes era da Sema, passou a ser do Imap [Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá]. A instituição ficou responsável em alavancar recursos através das empresas que buscam licenciamento ambiental para se instalarem no estado, e ainda um recurso próprio da secretaria. Mas, até o momento, não recebi o recurso próprio do Imap, estamos contando apenas com o recurso de duas empresas", reclamou.

Amorin falou que o valor recebido atualmente, oriundo das duas empresas parceiras, somam R$ 6,5 mil. As despesas da reserva, no entanto, chegam a R$ 15 mil mensais, segundo calculou. "Gastamos muito com a alimentação dos animais. Estou devendo o salário de dois funcionários e ainda não tenho condições de fazer os reparos da estrutura física da reserva", lamentou.
O diretor-presidente do Imap, Marcelo da Silva Oliveira, disse que reconhece a importância da Revecon no processo de educação ambiental e tratamento com os  animais no Amapá. "No ano passado conseguimos alavancar um recurso no valor de R$ 8  mil, por meio de um termo de cooperação técnica com a empresa Ancel. Mas o período de execução encerrou. Agora estamos procurando fazer o mesmo trâmite com outras empresas, para que a reserva seja apoiada", afirmou o diretor.
Em relação ao recurso próprio do Imap, Marcelo Oliveira afirmou que o processo não é legal, pois a Revecon é instituição particular. "A área é particular. E também  não possuímos recursos próprios para esse fim", explicou.
Revecon
A reserva possui uma área de 170 mil metros quadrados, com logradouros que abrigam amimais como onça pintada, lontra, macacos, papagaios, araras e tucanos. Além de uma nascente do Rio Amazonas.

Para conhecer a Revecon, os interessados precisam agendar uma visita junto à administração do local, e pagar uma taxa no valor de R$ 10. Portadores de necessidades especiais não pagam entrada.
"Aqui não é um zoológico, fazemos um trabalho de educação ambiental, mostrando como os animais chegam aqui, como é feita a recuperação deles e a importância da preservação ecológica. A taxa cobrada é para ajudar na limpeza e manutenção do local. Se não tivermos um apoio, seremos obrigados a fechar", lamentou Amorin.
Nascente do Rio Amazonas passa pela Reserva Ambiental (Foto: Fabíola Gomes/G1)Nascente do Rio Amazonas passa pela Reserva Ambiental (Foto: Fabíola Gomes/G1)

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