MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Chapa de oposição do Sindicato dos Motoristas de SP bloqueia terminais


Pelo menos 16 terminais de ônibus estão paralisados, segundo a SPTrans.
Coletivos param do lado de fora para não interromper serviço.

Do G1 São Paulo

Paralisação afeta ao menos 15 terminais de ônibus nesta quarta-feira (10) (Foto: Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo)Paralisação afeta metade dos terminais de ônibus da capital (Foto: Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo)
Motoristas e cobradores de ônibus de uma chapa de oposição à atual presidência do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo realizavam uma manifestação que bloqueava pelo menos 16 terminais de ônibus por volta das 12h desta quarta-feira (10). Segundo a SPTrans, apesar dos transtornos, a manifestação não interrompia o funcionamento das linhas, já que os ônibus realizavam o embarque e desembarque de passageiros do lado de fora dos terminais.
De acordo com a SPTrans, das 1.340 linhas de ônibus que circulam em São Paulo, cerca de 400 são afetadas pelos bloqueios – o que equivale a quase 30%. Ainda não havia informações sobre quantos passageiros são prejudicados pelos protestos. Às 12h, os manifestantes impediam a entrada e a saída de coletivos nos seguintes terminais:
- Parque Dom Pedro, no Centro
- Santo Amaro, na Zona Sul
- Santana, na Zona Norte
- Capelinha, na Zona Sul
- Campo Limpo, na Zona Sul
- Grajaú, na Zona Sul
- Varginha, na Zona Sul
- João Dias, na Zona Sul
- Lapa, na Zona Oeste
- Pirituba, na Zona Norte
- Cachoeirinha, na Zona Norte
- Vila Prudente, na Zona Leste
- Casa Verde, na Zona Norte
- Mercado, no Centro
- Princesa Isabel, no Centro
- Jabaquara, na Zona Sul
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Ônibus parados no corredor na Estrada de Itapecerica (Foto: Letícia Macedo/G1)Ônibus parados no corredor na Estrada de Itape-
cerica (Foto: Letícia Macedo/G1)
Segundo o Metrô, que também opera o Terminal Santana, os trens funcionavam normalmente nesta manhã - os bloqueios ocorriam apenas no embarque e desembarque dos ônibus. Segundo a SPTrans, São Paulo tem ao todo 28 terminais municipais e um intermunicipal.
O Terminal Sacomã também é afetado, já que os ônibus do Expresso Tiradentes que estão parados no Terminal Mercado, bloqueado pelos manifestantes, não conseguem completar o trajeto.
Eleições
O bloqueio dos acessos aos terminais acontece na véspera do início da eleição do sindicato, em plena campanha eleitoral - o Sindicato dos Motoristas de São Paulo entra em eleição a partir desta quinta-feira (11). Os manifestantes cobram transparência no processo eleitoral.
Segundo Ronaldo Moraes, que faz parte da chapa de oposição que disputa a presidência do sindicato, a comissão eleitoral, imposta pela presidência atual, já entregou três listagens com o número de votantes - a primeira com 22 mil, a segunda com 26 mil e a terceira com 29 mil nomes. Moraes afirma que o sindicato conta com 35 mil contribuintes aptos a votar.
Além disso, segundo Moraes, a comissão eleitoral ainda não definiu os horários que as urnas serão levadas para as seções eleitorais nas garagens - as urnas têm que estar nos locais de votação até a meia-noite, segundo ele. "Não queremos prejudicar a população, queremos chamar a atenção para a falta de transparência do processo eleitoral", disse, cobrando transparência.
Segundo Edvaldo Santiago Silva, que é secretário-geral da atual gestão do sindicato e está apoiando a chapa de oposição, o grupo pede também respostas a uma pauta de reivindicações que não foi defendida pela atual gestão. Entre os pedidos estão o registro e benefícios aos funcionários. “As empresas pagam horas extras fora da folha de pagamento, o que traz um prejuízo enorme ao trabalhador e ao país, já que a empresa não paga tributos”, disse.
O presidente do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, Isao Hosogi, conhecido como Jorginho, afirmou que a chapa de oposição não participou das reuniões que definiram os nomes da comissão eleitoral e que agora tenta cancelar a eleição. Jorginho informou ainda que já estão definidos os horários de saída das urnas. A única indefinição no processo eleitoral, segundo ele, é o local da apuração. O presidente acredita que não há segurança para que a contagem dos votos seja feita na sede do sindicato. Segundo ele, 300 seguranças particulares foram contratados para garantir a segurança das urnas.
Jorginho informou que apenas 29 mil motoristas e cobradores estão aptos a votar, já que o estatuto do sindicato prevê que os eleitores devem ter no mínimo seis meses de filiação. Segundo o presidente, a oposição é uma minoria que se formou após ele optar por compor sua chapa à reeleição apenas com nomes "ficha limpa". Em 2010, a Polícia Civil prendeu sindicalistas investigados por envolvimento na morte de membros do Sindicato dos Motoristas. Na casa de Edvaldo, secretário-geral do sindicato e que agora faz oposição a Jorginho, foram apreendidos cerca de R$ 55 mil.
"A diretoria de um sindicato tão importante como este tem que ter em sua composição membros com ficha limpa para que possa representar a categoria (...) Apesar que não sou nada contra o crime organizado, cada um faz o seu papel, mas não podemos aceitar que o tesoureiro do sindicato, que é candidato a presidente da outra chapa, fique ameaçando a nossa diretoria. Inclusive a maioria da diretoria que participa da chapa deste ano decidiu que seria uma chapa ficha limpa, e o Valdemar [candidato a presidente] não tem ficha limpa", atacou Jorginho.
O secretário dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, criticou o bloqueio dos terminais. "Um absurdo você parar um terminal, uma linha de ônibus em função de uma disputa sindical", disse à Rádio CBN.
Aposentada Janete Rossi,74 anos, aguardava há uma hora o ônibus no Terminal João Dias para ir a Santo Amaro (Foto: Letícia Macedo/G1)Aposentada Janete Rossi, 74 anos, aguardava há
uma hora o ônibus no Terminal João Dias
(Foto: Letícia Macedo/G1)
A SPTrans informou que a Secretaria Municipal de Transportes já acionou a Polícia Militar para garantir a segurança dos passageiros e desbloquear os terminais. A GCM, segundo a SPTrans, está nos terminais para preservar o patrimônio público.
Às 10h40, a PM informou apenas que havia reforçado o patrulhamento nos terminais de ônibus.
No dia 2 deste mês, os apoiadores da chapa de oposição à presidência do Sindicato dos Motoristas de São Paulo bloquearam três terminais de ônibus e fizeram um protesto até a Câmara Municipal. Ele chegaram a paralisar a operação no Terminal Dom Pedro durante a manhã e bloquearam alguns acessos dos terminais Bandeira e Mercado.
Espera
No Terminal João Dias, os passageiros parados na plataforma são orientados a usar o Metrô. Segundo funcionáriois do local, a paralisação começou por volta das 8h. A aposentada Janete Rossi, de 74 anos, esperava há cerca de uma hora por um ônibus. Ela deveria seguir para Santo Amaro, onde precisa pagar o seu aluguel. "Para mim, essa paralisação estava prevista para amanhã", disse ao G1.
Mesmo fora do horário de pico, passageiros enfrentam filas nos terminais paralisados nesta manhã. Não há previsão para que a circulação seja normalizada.
Nos arredores do Terminal Parque Dom Pedro, na região central de São Paulo, funcionários da SPTrans orientam os motoristas de ônibus a desviar o trajeto original para evitar passar pelo terminal. No serviço de som das plataformas, era informado por volta das 9h50 que o terminal estava "temporariamente fechado".
A manicure Nete Silva, de 41 anos, e a auxiliar de limpeza Maria das graça da Silva, de 51 anos, moram na região da Estrada de Itapecerica, na Zona Sul, e, às 9h45, aguardavam há mais de uma hora por um coletivo no Terminal João dias. "Chegamos na hora que o terminal parou de funcionar. Isso é péssimo. Eles fazem manifestação sem avisar e a gente não consegue chegar no trabalho", disse a manicure, que trabalha em Moema, também na Zona Sul
Interdições
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), os motoristas enfrentavam lentidão por aproximação nas proximidades de grande parte dos terminais de ônibus da capital que estão bloqueados pelos sindicalistas.
A companhia informa que há interdição parcial de vias no entorno dos terminais João Dias, Campo Limpo e Parque Dom Pedro: na Avenida João Dias, duas faixas estão bloqueadas no sentido Centro. Na Estrada do Campo Limpo, a faixa da direita era ocupada pelos manifestantes no sentido bairro. Já na Avenida do Estado, apenas uma faixa estava liberada para o tráfego no sentido Ipiranga.
Às 11h, a CET recomendou aos motoristas evitarem a Avenida do Estado, sentido Ipiranga.
Operação no Terminal Capelinha também foi interrompida (Foto: Letícia Macedo/G1)Operação no Terminal Capelinha também foi interrompida (Foto: Letícia Macedo/G1)

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