MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Banco de perucas gratuito ajuda pacientes com câncer em Goiânia


Lenços e chapéus também podem ser emprestados; banco recebe doações.
Iniciativa, lançada neste mês, visa atender qualquer um que precise dos itens.

Fernanda Borges Do G1 GO

Banco de perucas e lenços gratuito é lançado em Goiânia (Foto: Fernanda Borges/G1)Qualquer pessoa pode recorrer ao
banco (Foto: Fernanda Borges/G1)
O Centro de Amigos da Mama (Ceama) lançou neste mês o primeiro Banco de Perucas e Lenços de Goiânia. Entre as atividades desenvolvidas está o atendimento às pacientes que estão fazendo tratamento de quimioterapia e radioterapia e não possuem condições financeiras de adquirir uma peruca.
O Ceama é um projeto do Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom). Coordenado pela oncologista clínica Márcia Queiróz e pela psicóloga especialista em psico-oncologia Jaqueline Amaral, o banco visa disponibilizar acessórios para pessoas que perderam os cabelos em função do tratamento contra o câncer.
“O empréstimo das perucas e lenços é gratuito a qualquer um. Mesmo quem não passa pelo tratamento no Cebrom, poderá recorrer ao serviço. Temos parceria com uma rede de cabeleireiros de Goiânia, que nos ajuda com as orientações sobre higienização dos acessórios e que fará os reparos necessários”, explicou Jaqueline.
De acordo com a médica, o banco conta com perucas, lenços e chapéus. “Todo o trabalho é desenvolvido com base em doações. Muitas vezes os próprios pacientes que não precisam mais do acessório entregam para que possamos passar para frente”, afirmou a psicóloga.
A ideia da criação do banco surgiu depois que uma ex-paciente, a aposentada Marina Aparecida Souza de Oliveira, 58 anos, doou uma peruca ao Ceama. “Vimos que tínhamos o espaço para viabilizar essa troca e lançamos o projeto. Além disso, sabíamos da dificuldade de comprar uma peruca, que pode variar de acordo com o tamanho e material – se for de cabelo humano, o valor pode girar em torno de R$ 2 mil – e queríamos ajudar”, ressaltou Jaqueline.
Marina Aparecida Souza foi a primeira a doar uma peruca ao banco do Ceama (Foto: Fernanda Borges/G1)Marina Aparecida foi a primeira a doar uma peruca
ao banco do Ceama (Foto: Fernanda Borges/G1)
Marina Aparecida, por sua vez, diz estar muito feliz de que sua doação tenha sido o ponta pé inicial para a criação do banco. “Minha peruca foi feita em 2008 com cabelos naturais e, na época, paguei R$ 500 por ela. Usei apenas umas três vezes e meu cabelo voltou a nascer. Foi aí que procurei o Ceama para passar o adereço para que outra pessoa pudesse ganhar de volta a autoestima”, lembra.
A aposentada se curou totalmente de um câncer de mama e diz que a perda de cabelos é uma das piores consequências do tratamento, pois envolve questões emocionais. “Para quem não passa por esse problema, ter uma peruca pode parecer bobagem. Porém, na maioria das vezes, os pacientes sofrem por se acharem diferentes e não poderem recorrer a uma peruca em função do orçamento escasso”, afirma. “Por isso a criação do banco é uma iniciativa que vai ajudar muita gente”, concluiu Marina Aparecida.
Empréstimo
Para levar uma peruca do banco o paciente terá que assinar um termo de responsabilidade. No entanto, não haverá prazo para devolução. “A pessoa poderá ficar com a peruca pelo tempo que julgar necessário. Só pedimos que ela nos devolva quando não precisar mais”, explicou Jaqueline Amaral.
“O Ceama não recebe ajuda financeira e todo o trabalho desenvolvido é feito com base em doações”, concluiu a psicóloga. Quem quiser doar perucas, lenços ou chapéus, pode entrar em contato pelo site do Cebrom.
Equipe multidisciplinar dá orientações e apoio emocional para pacientes com câncer (Foto: Fernanda Borges/G1)Equipe multidisciplinar dá apoio emocional  aos
pacientes com câncer (Foto: Fernanda Borges/G1)
Grupo de apoio
O trabalho desenvolvido pelo Ceama vai além do empréstimo de perucas e lenços. De acordo com a oncologista Márcia Queiróz, o grupo, que conta com a participação de uma equipe multidisciplinar do Cebrom, existe há nove anos e promove reuniões periodicamente com pacientes e pessoas que já estão curadas para discutir ações que garantam a qualidade de vida durante o tratamento.
“O objetivo é trocar experiências, principalmente dos ex-pacientes e dos que estão enfrentando o tratamento, pois a questão psicológica é fundamental para a cura”, explicou a médica.
Atualmente, cerca de 50 pessoas participam das reuniões, que são abertas a qualquer um que queira informações sobre os diferentes tipos de câncer. “Percebemos que o sucesso do tratamento vai além da questão clínica. Sem contar que luta contra o câncer envolve toda a família e muitas vezes os parentes do paciente ficam de fora desse suporte emocional. Aqui, todos são bem-vindos”, finalizou a oncologista.
No site do Cebrom os interessados podem ter informações sobre as datas das reuniões.

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