Motorista diz que clientela aumentou 40% e que ganha até R$ 450 por dia.
Viagens e compras por telefone também fazem parte dos serviços do taxista.
O
taxista Edson Esteves mostra o laptop que comprou para oferecer para os
passageiros durante as corrida (Foto: Isabella Formiga/G1)
Pelo mesmo preço de uma corrida normal, o taxista do Distrito Federal
Edson Estevam oferece aos passageiros um serviço especial: carro com
banco de couro, TV, DVD, laptop e até água, suco e refrigerante de
graça, mantidos gelados em um frigobar instalado no veículo. O motorista
diz que a clientela aumentou em 40% desde o investimento e que não fica
parado. “Se quiser, consigo rodar de segunda a segunda, cliente não
falta. Falta é energia”, diz.Estevam gastou R$ 9 mil para equipar o carro, um Doblô, com capacidade para até sete pessoas. O investimento, diz ele, foi recuperado em oito meses. O taxista trabalha das 7h às 19h e ganha, em média, R$ 450 por dia. “Paro uma vez na semana, às vezes duas, para ficar com a família”, diz.
A decisão de oferecer um serviço diferenciado surgiu em 2011, quando Estevam comprou seu primeiro veículo para trabalhar. “Antes, eu pegava os passageiros em um carro muito simples, duro, sem ar-condicionado e percebia que eles ficavam incomodados”, diz ele, que é taxista há sete anos. “Por isso, decidi investir em um carro bom, com conforto e serviço de qualidade.”
O taxista paga R$ 440 quinzenais a uma cooperativa para receber passageiros, mas diz que a maior parte de seus clientes já é cativa. A maioria é de mulheres, mas há também muitos idosos e pessoas que não se sentem seguras para dirigir, afirma.
Além das corridas pela cidade, Edson diz que é comum passageiros fretarem o carro por um dia inteiro e pagarem a diária. “Levo clientes em viagens para Goiânia, levo para tours em Pirenópolis”, diz. “Hoje mesmo uma cliente pagou uma diária para acompanhá-la ao Detran.”
Estevam tem ainda outro diferencial: faz compras por telefone e cobra apenas o preço da corrida. “Também compro remédios e ainda tenho todos os cartões de desconto das farmácias", diz. "Ligo o taxímetro e vou.”
“Os clientes estão ficando cada vez mais exigentes. Os carros agora precisam ter máquina de cartão, tecnologia, bom atendimento. O taxista não é apenas um motorista, mas um empreendedor”, diz. “O mercado já caminha com essa finalidade”.
De acordo com a Secretaria de Transportes, o Distrito Federal tem 3,4 mil táxis. O governo está elaborando um edital para dar 646 novas permissões. Atualmente, apenas o taxista e o motorista auxiliar têm permissão para dirigir um táxi. O governo pretende ampliar para dois o número de motoristas auxiliares. Assim, cada veículo poderá operar 24 horas por dia.
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