Área da Usina Hidrelétrica é estudada desde 2010.
Escavações vão iniciar no dia 26 de junho.
Urnas semelhantes às encontradas na área do Igarapé do Prata (Foto: Thaís Pucci/G1)
O arqueólogo amapaense, professor e doutor Edinaldo Pinheiro Nunes
Filho, e a equipe de arqueologia do Centro de Estudos e Pesquisas
Arqueológicas do Amapá
(CEPAP), da Universidade Federal do Amapá (Unifap), descobriram peças
da cultura arqueológica Koriabo, na área da Usina Hidrelétrica de Ferreira Gomes,
no Rio Araguari. O lugar é estudado desde outubro de 2010. As
escavações para a retirada dos fragmentos e objetos acontecerão a partir
do dia 26 de junho, quando cessam as chuvas na região.
Professor e doutor Edinaldo Nunes Filho,
pesquisador da área (Foto: Thaís Pucci/G1)
O grupo desenvolve atividades em 16 sítios arqueológicos no Amapá. O
estudo faz parte do programa de arqueologia na usina, também chamado de
"Projeto de salvamento da área da Usina Hidrelétrica". Durante uma
exploração no sítio arqueológico do Igarapé do Prata, que iniciou no dia
8 de junho, pesquisadores acharam peças com mais de mil anos de
existência, entre elas cerâmicas funerárias.pesquisador da área (Foto: Thaís Pucci/G1)
Foram encontrados vasilhames e urnas funerárias com a finalidade de enterrar e sepultar as cinzas dos moradores da época. A cremação era um hábito da região, que, segundo o professor, era realizado para evitar a contaminação durante o processo de decomposição do morto. “Dentro dos objetos, achamos cinzas e ossos que não foram completamente queimados, misturados com terra”, revelou Nunes.
Machadinhos feitos de pedra (Foto: Thaís Pucci/G1)
Segundo ele, dois processos mortuários eram realizados. “O primeiro era
o sepultamento primário, com enterro e homenagem aos mortos. Depois da
decomposição e apodrecimento da carne, eles desenterravam os ossos e
cremavam, fazendo o sepultamento secundário ou permanente”, explicou.Os arqueólogos encontraram também peças quebra-coquinhos, feitos de pedra, que auxiliavam na abertura de frutas, e machados, que eram utilizados para cortar
peças já foram resgatadas.
Quebra-coquinhos da cultura arqueológica Koriabo
(Foto: Thaís Pucci/G1)
De acordo com Nunes, esta parte da região amazônica está em condições
desfavoráveis para o desenvolvimento por conta das chuvas. “A chuva nos
impediu de dar prosseguimento na área de terra firme, mas retornaremos
no dia 26. Levaremos aproximadamente uma semana para realizar esse
trabalho, e começaremos a analisar as peças encontradas em setembro. O
resultado do estudo das cerâmicas, com análise e identificações
individuais deve ser concluído apenas em janeiro de 2014”, explicou.(Foto: Thaís Pucci/G1)
A importância da escavação, de acordo com o professor, é a compreensão do contexto histórico e arqueológico da região. “Como eles conseguiram se adaptar ao local, e superaram as diversidades do solo pobre, com fauna e flora precária?”, questionou.
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