Fernando Haddad sinalizou nesta terça que o valor pode ser revisto.
Parte do grupo quer seguir nas ruas por melhorias na saúde e educação.
Após cinco protestos contra o aumento na tarifa dos transportes, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, sinalizou, na manhã de terça (18), que o valor pode ser revisto. A mudança de postura e discurso do político, porém, não deve afetar uma parcela dos manifestantes que ajudaram o movimento a crescer. Para eles, os protestos continuam mesmo que a tarifa seja reduzida. O ato ganhou força e pleiteia mudanças em diversos setores de políticas públicas. Além da bandeira inicial - o preço do transporte -, os problemas na saúde e educação são os principais descontentamentos da população que pretende se manter nas ruas. Veja o que pensam alguns desses manifestantes, ouvidos pelo G1 durante protesto na tarde desta terça, o sexto na capital:
Beatriz Scheer, de 17 anos, foi acompanhada da mãe, Carmem Sheer, de 51, para o ato desta terça-feira. Para a matriarca, a ocupação das ruas sinaliza uma mudança de postura e a esperança de que sua filha tenha um futuro melhor. “Acho que temos que continuar na luta. Ela tem 17 anos e cresceu com essa sensação de impunidade e violência. A minha filha merece uma juventude melhor.”
Luana Bolone, de 31 anos, presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos, acredita que os atos ecoem diversos gritos da população. Para ela, além do tema especifico que originou as manifestações, o povo demonstra necessidade de brigar por outros problemas sociais. “Esse movimento se organiza por uma pauta muito concreta. É muito cedo para avaliar, mas a cena aqui na Praça da Sé congrega uma série de sentimentos de indignações da população brasileira."
Maria Alicia, estudante de 20 anos, defende a ocupação da cidade independente de idade ou profissão. Para a jovem, a causa não é limitada aos valor da tarifa. “Lutamos por mais educação, saúde. Não estamos sós atrás da diminuição da tarifa.”
O professor da rede estadual de ensino levou para o ato desta terça um cartaz com todas as questões que considera mais preocupantes. Na visão dele, a manifestação segue independente de redução na tarifa. “A questão é muito mais ampla, e o brasileiro acordou para a realidade. Falta investimento na educação, que é a base de todo país, de toda nação.”
Beatriz Gaspar, de 22 anos, estudante de música e atriz, acha um absurdo o aumento da tarifa. Para ela, o transporte não teve melhorias que justifiquem esse novo valor. É necessário seguir nas ruas protestando contra a construção de estádios para a Copa enquanto a população carece de um sistema de saúde e ensino de qualidade, segundo a jovem. “Vou continuar porque agora que o povo acordou, vai vir para as ruas reivindicar pela saúde.”
Melissa, de 32 anos, analista de sistema, diz que seguirá dando corpo às manifestações em prol de causas femininas e de minorias. Ela também deseja cobrar transparência e coerência nos gatos do governo. “Continuo protestando pelo direito da mulher, das minorias e bom uso do dinheiro público.”
Daniela Santiago Jacob, 19 anos, estudante de medicina, dará sequência ao seu ativismo independente do valor da tarifa. “Sou contra o descaso que acontece desse país que investe em copa e não pensam na saúde e educação.”
Audrey Dionízio, de 28 anos, foi ao ato desta terça, na Praça da Sé, com um grupo de amigos. Para ela e os colegas, dois temas são mais alarmantes. “Vamos continuar lutando pelos nossos direitos. Saúde e educação são a nossa preferência”.
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