MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 20 de junho de 2013

'Ministro da Justiça é mal informado e compromete o PT'


Para tucano, críticas de Cardozo jogam 'na lama' integração de Alckmin com Dilma e disputas no PT explicam declarações


Tiago Dantas - O Estado de S.Paulo
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional de São Paulo, Julio Semeghini (PSDB), afirmou que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), compromete o governo da presidente Dilma Rousseff ao afirmar que o Estado não aproveita parcerias nem financiamentos oferecidos pela União e que o governador Geraldo Alckmin politiza a questão da segurança.
Cardozo tem dado declarações críticas sobre a condução do governo do tucano Geraldo Alckmin no combate à violência. Os movimentos do ministro são interpretados no PSDB e no próprio PT como um sinal de que ele quer se cacifar como possível candidato do partido à sucessão de Alckmin em 2014.
Semeghini classificou como "ótimos" os convênios estabelecidos pelo governador Alckmin com a prefeitura de Fernando Haddad e a presidência de Dilma Rousseff, do PT. "Não vi uma integração tão boa na época do (governador Mário) Covas com o (presidente) Fernando Henrique", disse o secretário.
Em entrevista ao Estado, Semeghini afirmou que ações conjuntas dos governos estadual e federal foram firmadas em áreas como habitação, transportes, segurança e desenvolvimento social. E garantiu que o governo estadual se envolveu com os principais programas do governo petista: o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
O governo do Estado tem aceitado as propostas feitas pelo governo federal?
Sim, em todas as áreas. Somos muito gratos a Dilma. É uma integração que o Brasil vive hoje e não pode ser jogado na lama como o José Eduardo (Cardoso) quer fazer. Não é por aí. O que está dando certo temos que ressaltar. O José Eduardo escolheu um ponto errado. Está muito mal informado. Ele escolheu um ponto forte e está insistindo em algo, comprometendo o próprio governo dele. O governador Alckmin não considera oferta de apoio como algo eleitoral.
O sr. considera que a integração entre os governo é boa?
Não é boa. É ótima. E com a Prefeitura também. Não vi uma integração tão boa na época do Covas com o Fernando Henrique. Era o mesmo partido, mas era um momento difícil, de todo mundo estar contendo verbas. Naquela época, os governos não conseguiam se complementar. Hoje, eles têm dinheiro. Estão fazendo projetos conjuntos.
Quais parcerias o sr. destaca?
O que qualquer brasileiro vê como marca no governo do PT? O Bolsa Família. Qual foi o trabalho que o governo Alckmin fez junto com o governo Dilma? A gente fez o cadastro juntos, fizemos aporte para dar complementação na renda. Não fizemos um cartão próprio. Isso não faria sentido. Outra coisa importante: o Minha Casa, Minha Vida. A gente não consegue fazer casa em São Paulo pelo valor da terra. O governo do Estado fez parceria e passa para cada casa R$ 20 mil. Nós somos complementares. Quem tem o cadastro é a Caixa Econômica Federal. E depois tem o Haddad. Apresentamos o projeto de PPP para o Haddad. No dia, o prefeito disse: 'Vamos participar'. E vai dar R$ 20 mil para cada moradia. Serão 20 mil habitações no centro.
Nos últimos dias a cidade tem sido palco de protestos pela redução da tarifa. O diálogo entre os governos estadual e municipal tem sido constante?
Um dos maiores desafios que vivemos hoje é o transporte metropolitano. Claro que não é só isso, mas o que mobiliza o pessoal? A qualidade e o preço do transporte. Nós não podemos mais ter carro. Temos que ter transporte sobre trilho, de alta capacidade. Fomos fazer parceria, com a própria Dilma, na linha 18-Bronze, ligando um governo do PT, que é São Bernardo, com outro que é do PT, São Paulo. Ela colocou R$ 400 milhões e financiamento do PAC de R$ 1,276 bilhão. Ela não está me dando dinheiro, está financiando. Mas é uma parceria.
Como é a relação estadual com o Ministério da Justiça?
Ele (o ministro José Eduardo Cardozo) tem cobrado que não estamos pegando dinheiro para fazer os presídios. Dez dias atrás saiu a aprovação de uma alteração em uma norma do Departamento de Presídios que permitiu que fizéssemos nossos projetos. O ministério topou a adequação e vamos assinar nos próximos dias para ter nossos presídios. Estamos pedindo dez casas de detenção provisória e um presídio feminino. Ele também nos deu seis micro-ônibus, com câmeras, do projeto "Crack: É possível vencer". Temos projeto para instalar quase mil câmeras no Estado. Vamos integrar com as câmeras que o ministério vai dar.
Se as parcerias estão andando, qual motivo para as críticas explícitas do ministro?
Acho que está com algum problema de disputa pessoal dentro do partido (por conta da eleição de 2014). Mas acho que ele não deveria, como ministro, comprometer a relação dos entes da federação. Está criticando uma coisa que está funcionando muito bem.

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