MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifestantes tomam café e varrem frente do Palácio dos Bandeirantes


Cerca de 30 pessoas seguiam nesta manhã em frente à sede do governo.
Na noite anterior, grupo arrombou portão e houve confronto com a PM.

Kleber Tomaz Do G1 São Paulo

Manifestantes organizam café da manhã (Foto: Kleber Tomaz/G1)Manifestantes organizam café da manhã
(Foto: Kleber Tomaz/G1)
Cerca de 30 manifestantes organizaram um café da manhã nesta terça-feira (18) em frente ao Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. O clima era tranquilo em frente à portaria 2, onde eles se concentram. O grupo chegou a varrer a frente da sede do governo onde ainda havia sujeira que sobrou do conflito ocorrido na noite de segunda-feira (17). A polícia acompanha o ato à distância.
O Palácio dos Bandeirantes foi o único ponto que registrou tumulto durante a manifestação que reuniu cerca de 65 mil pessoas em São Paulo. Um grupo conseguiu arrombar a portaria 2 do Palácio dos Bandeirantes por volta das 23h. A polícia reagiu com bombas de efeito moral e gás de pimenta. Após a situação se acalmar, o grupo decidiu passar a noite em frente ao palácio.
(O G1 acompanhou em tempo real a manifestação, em fotos e vídeos: veja aqui.)

A Avenida Morumbi, que passa em frente ao Palácio dos Bandeirantes, segue parcialmente bloqueada nesta manhã. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a via está interditada no sentido Morumbi. Devido ao bloqueio, a CET montou uma faixa reversível. Para o motorista que seguia na direção do Aeroporto de Congonhas, a companhia indicava um desvio pela Avenida Giovanni Gronchi, passando pela Praça Roberto Gomes Pedrosa e pelas avenidas Jules Rimet e Padre Lebret. O tráfego era intenso na região por volta das 11h.
Estudante de veterinária começou a protestar na tarde de segunda (Foto: Kleber Tomaz/G1)Estudante de veterinária começou a protestar
na tarde de segunda (Foto: Kleber Tomaz/G1)
Os manifestantes ajudam a organizar o trânsito em frente ao Palácio e pedem para os motoristas buzinarem em apoio ao protesto. Eles disseram ao G1 que não esperam ser recebidos pelo governador Geraldo Alckmin, mas que têm a expectativa de que outras pessoas venham reforçar o bloqueio.
O grupo não descarta a possibilidade de caminhar até a sede da Assembleia Legislativa de São Paulo, na região do Ibirapuera. Nesta manhã de terça-feira, manifestantes participam de encontro com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, durante sessão extraordinária do Conselho da Cidade.
Integrante do Grupo Moradores do Morumbi passa para dar apoio (Foto: Kleber Tomaz/G1)Integrante do Grupo Moradores do Morumbi passa
para dar apoio (Foto: Kleber Tomaz/G1)
A engenheira civil Maristela Reis, do Grupo Moradores do Morumbi, passou em frente ao palácio e parou para conversar com os manifestantes. "Vim dar o apoio do grupo ao movimento. Tenho 15 minutos e vim me solidarizar. Nosso grupo sempre protestou por mais segurança, menos violência e contra a PEC 37 (que limita o poder de investigação do Ministério Público)", afirmou.
Vassoura emprestada
As pessoas que permaneceram em frente ao palácio ainda carregavam os cartazes do protesto. Uma fogueira foi feita durante a madrugada na Avenida Morumbi, que passa em frente ao edifício. Nesta manhã, era possível ver pichações nos muros externos da sede do governo e no asfalto, todas relacionadas ao aumento das tarifas do transporte urbano. Um grupo varria o chão onde ainda havia sujeira do ato. A vassoura e o carrinho de mão foram emprestados por funcionários do palácio, segundo os manifestantes. Nesta manhã, os muros do palácio começaram a ser pintados para apagar as pichações e o portão derrubando na noite anterior era reparado.
Funcionários reparam portão do Palácio dos Bandeirantes derrubado durante protesto (Foto: Kleber Tomaz/G1)Funcionários reparam portão do Palácio dos
Bandeirantes  (Foto: Kleber Tomaz/G1)
A estudante de veterinária Agnes Ferreira, 21, saiu às 17h da Avenida Faria Lima, na Zona Oeste da capital paulista e caminhou até a sede do governo. "Resistimos aqui. Jogaram cinco bombas na gente. Também deram dois tiros de bala de borracha", afirmou.

O major Alberto Sardilli, do Departamento de Segurança da Casa Militar, conversou com manifestantes que permaneciam em frente à sede do governo. "Eles [os manifestantes] podem ficar à vontade aí", declarou.
Manifestantes não esperam ser recebidos pelo governador (Foto: Kleber Tomaz/G1)Manifestantes não esperam ser recebidos pelo
governador (Foto: Kleber Tomaz/G1)
Avaliação do governo
A avaliação do governo do estado é que a estratégia de estabelecer um diálogo entre a Secretaria de Segurança e os líderes do movimento funcionou com perfeição, resultando em uma manifestação tranquila em praticamente todo o trajeto, informou o Bom Dia São Paulo.
Segundo o Palácio dos Bandeirantes, fracassou a tentativa de uma minoria de usar ações violentas para criar distúrbios e desvirtuar a manifestação.
Após o confronto entre manifestantes e policiais militares na noite da última quinta-feira (13), o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, anunciou no domingo (16) a mudança nos procedimentos para acompanhar os protestos. O uso de balas de borrachas foi descartado assim como a mobilização da Tropa de Choque. A PM foi orientada a agir, durante as manifestações, somente em caso de provocação e vandalismo.
O governo do estado disse que reconhece que o protesto a cada dia ganha força e que espera os acontecimentos para compreender a demanda dos manifestantes. Com relação à tarifa da passagem do Metrô, a princípio, ela não cai e segue em R$ 3,20.
Confronto
A sede do governo paulista foi um dos destinos dos manifestantes na última segunda. O quinto dia de protestos começou com a reunião de milhares de manifestantes no fim da tarde, no Largo da Batata. Uma parte do grupo esteve na Avenida Paulista e outra, na Assembleia Legislativa, onde não foram registrados incidentes.
Ao menos 3 mil pessoas chegaram ao Palácio dos Bandeirantes, de acordo com balanço da polícia às 22h.
O tumulto começou cerca de uma hora e trinta minutos depois de a passeata chegar ao local. Sob gritos de "o Palácio é nosso", os manifestantes pediam para que a entrada fosse liberada. A polícia apenas acompanhava, do lado interno.
Ainda antes do portão ser arrombado, rojões foram jogados pelos manifestantes e a entrada foi forçada. Neste momento, líderes do movimento tentavam pedir calma ao grupo. Em conversa com um representante da PM, chegou a ficar acordado que uma comissão seria recebida no Palácio.
Entretanto, a negociação não foi concretizada. Parte do grupo discordava do combinado e forçou a entrada, arrombando o portão.
A PM reagiu lançando bombas e conseguiu dispersar o grupo e fechar a portaria. Por volta das 23h30, jovens interditavam uma das esquinas da Avenida Morumbi com uma fogueira e foram dispersados pela PM com bombas.
Nas imediações, um ônibus teve um vidro quebrado e foi pichado. Xingamentos contra o governador e palavras de ordem foram pichadas no portão 2. Cerca de meia hora depois do tumulto, novamente manifestantes se concentraram em frente à portaria do Palácio, onde também acenderam uma fogueira.
Fogo em frente ao Palácio dos Bandeirantes (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Fogo em frente ao Palácio dos Bandeirantes (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
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Muro do Palácio dos Bandeirantes foi pichado (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Muro do Palácio dos Bandeirantes foi pichado (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
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Dois ônibus foram vandalizados na Avenida Morumbi; passageiros foram obrigados a descer e veículos foram deixados atravessados na via (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Dois ônibus foram vandalizados na Avenida Morumbi; passageiros foram obrigados a descer e veículos foram deixados atravessados na via (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

 

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