MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 9 de junho de 2013

Jovens encontram dificuldades para tratar dependência química na capital


CAPs infantil está fechado desde o início do ano.
Demanda também é grande entre pacientes de hospitais psiquiátricos.

Do G1 MA com informações da TV Mirante

Nas ruas, nos semáforos e em regiões da cidade conhecidas como ‘cracolândias’, tem sido cada dia mais comum encontrar crianças e adolescentes em situação de risco, por causa do uso de drogas. E para tratá-las, as dificuldades são maiores ainda. Em São Luís, a única instituição apropriada para a internação ou tratamento de crianças e adolescentes dependentes de drogas, na rede pública, está fechada.
Há três anos, Édson Ferreira conheceu um mundo cruel. Da maconha passou pro crack e a dependência química começou a mostrar os sinais. “Começava a fazer besteiras, não obedecia mais pas ordens de pai e mãe. No trabalho também comecei a faltar", disse o montador industrial, que há pouco mais de um mês ele começou o tratamento para acabar com a dependência. Segundo ele próprio, graças à mãe, seu destino foi diferente: “No CAPs do município não foi possível. Aí vim para cá e já evoluí 99%, podemos dizer"
Os Centros de Apoio Psicossocial (CAPs) existem exatamente para não só curar o dependente químico, mas também para reinseri-lo na sociedade, no mercado de trabalho e, muitas vezes, até na própria família. De acordo com o Ministério da Saúde, os municípios são responsáveis pela administração dos CAPS. O problema é que, em São Luís, quem procura atendimento hoje em dia encontra muita dificuldade.
A situação é pior para dependentes menores de idade. O CAPs infantil está fechado desde o início do ano.
De acordo com a Secretaria de Saúde de São Luís (Semus), a paralisação no atendimento a crianças e adolescentes se deve à interdição do prédio onde o CAPs funcionava. “Quando recebsmos a casa no início da gestão, ela estava em uma situação estrutural não adequada. Então a Vigilância [Sanitária] condenou a unidade e nós tivemos que fechar temporariamente", disse Marcelo Matos, assessor da Coordenação de Saúde Mental da Semus.
De acordo com a coordenação de saúde mental do município, atendimentos a menores de idade foram remanejados a outros centros. “As crianças que apresentavam situação de transtorno mental, nós as transferimos. E agora os adolescentes que tinham problemas com drogas, nós os transferimos para o CAPs do Monte Castelo", completou Matos
Aumento na demanda
A demanda por tratamento também cresceu em outros lugares, como no Hospital Nina Rodrigues, que trata pacientes psiquiátricos. O problema, segundo a direção do hospital, se agrava quando meninos e meninas dividem espaço com pessoas de várias idades e diferentes patologias. “Elas não têm local específico para serem acolhidos. No Hospital da Criança não existem vagas e os CAPs municipais não estão funcionando de maneira adequada. Isso faz com que elas venham para cá, para a urgência, passem por observação e fiquem assistidas em um ambiente onde há adultos, idosos, que não é o adequado", explicou Rui Cruz, diretor do Nina Rodrigues.
O mesmo problema é relatado pela direção do CAPs-AD, que a rede estadual de saúde administra em na capital maranhense. O centro, que hoje atende a cerca de 220 pacientes, recebe os menores encaminhados pelo poder judiciário ou pelo Ministério Público. “O Estatuto da Criança e do Adolescente é bem claro, definindo que uma criança deve ser tratada em um ambiente específico para crianças. Isso tem que ser respeitado. Tem que existir um CAPs infantil para tratar essa demanda específica", afirmou o diretor Marcelo Costa.
A promotoria de justiça da Infância e Juventude conhece a situação e diz que, neste momento, busca um diálogo com o poder municipal. Mas não descarta a hipótese de abrir uma ação contra o município caso o problema não seja resolvido. “Hoje em dia há um faz de conta para atender essa demanda. É uma demanda reprimida e infelizmente quando você vai aos locais e vê a situação como está, você acha que tudo aquilo que está nas leis não existe e certamente foi rasgado por alguém", disse a promotora de Justiça Fernanda Helena Nunes.
O prazo para que o CAPs infantil volte a funcionar foi dado pela própria secretaria municipal de saúde. “A residência escolhida por nós teve uma pendência com a documentação e atrasou nosso processo de licitação. Mas até o final de junho e início de julho, acho que está resolvido", finalizou Marcelo Matos.

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