MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Faltam profissionais qualificados em dez áreas

Fábio Bittencourt  A TARDE

  • DFreire | Divulgação
    Roosevelt começou a investir em sua carreira já na graduação
Quem está em busca de recolocação profissional ou mesmo da primeira oportunidade de emprego deve ficar atento ao resultado de um estudo divulgado na semana passada, intitulado Pesquisa Anual sobre a Escassez de Talentos.
Realizado pela ManpowerGroup - uma das principais empresas em gestão e contratação de pessoas -, o levantamento, feito em 42 países, aponta que 68% dos empregadores brasileiros (foram cerca de 750 entrevistados) têm dificuldades para preencher vagas em suas organizações, em especial nas áreas de engenharia, finanças, produção e vendas. Segundo o mesmo estudo, também é difícil selecionar profissional qualificado para trabalhar como mecânico, motorista, assistente administrativo, auxiliar de escritório, secretária, operário, técnico e com ofício manual.
O resultado disso, afirma o presidente (CEO) do ManpowerGroup, Riccardo Barberis, é que, "em um país como o Brasil, em desenvolvimento, onde as empresas têm planos de crescimento muito mais agressivo, sobram vagas de emprego, que deixam de ser preenchidas por falta de candidatos com qualificações técnicas".
"A pesquisa mostra que o potencial competitivo das empresas, hoje, é o capital humano, e que a falta de profissionais de habilidades técnicas é um problema estrutural no Brasil. Encontrar o talento certo para atender às necessidades de negócios continua a ser um desafio crítico para empregadores brasileiros", diz Barberis.
De acordo com o executivo, umas das causas desse cenário foi o desinteresse por parte dos jovens, e ao mesmo tempo o desprestígio que sofreram os cursos técnicos ao longo das duas últimas décadas.
"O mundo da escola tem de ser conectado com o do trabalho, e durante muito tempo a área de humanas foi privilegiada no País. Cursos técnicos têm de vir em primeiro plano, pois possuem valor agregado e costumam imprimir no aluno um espírito mais empreendedor", conta Barberis.
Ainda de acordo com ele, em 2012, "depois de anos, foi a primeira vez que o número de inscrições em vestibulares para engenharia superou o de direito". "O percurso acadêmico deve seguir o da empregabilidade", dá a dica.
Uma das saídas para os empregadores, diz Barberis, é promover treinamentos internos - incluindo iniciativas como a criação da chamada universidade corporativa. "Além de também analisar o potencial de candidatos para o futuro. Um profissional que não está preparado para determinada posição hoje pode crescer com um bom plano de carreira".
Na 8ª edição, pela segunda vez consecutiva, o Brasil, que participa da pesquisa desde 2010, aparece na segunda posição do ranking mundial, ficando atrás apenas do Japão, com 85% de empregadores com dificuldade para preencher vagas. A  média global é de 35%. 
"Vai faltar engenheiro" - Sergipano de Aracaju, formado em engenharia mecânica pela Universidade Federal da Paraíba, Roosevelt Costa Carvalho, 40, conta que, para trilhar sua trajetória profissional, resolveu investir em sua formação ainda durante a graduação. Segundo ele, não foi tarefa das mais fáceis conciliar a faculdade com a realização de cursos técnicos, estágios e o estudo de um segundo idioma (inglês).
Na opinião do engenheiro, o que pode ajudar candidatos em busca de uma vaga de emprego é ter sempre em mente a empresa e a área em que se quer atuar. Atualmente responsável pela área de projetos no grupo Brasil Kirin (empresa de bebidas com sede no Japão e que no Brasil detém a marca Schincariol), ele já passou por outras duas multinacionais (Ambev e Unilever).
"Deve-se pensar a empresa em que se quer trabalhar como sendo uma marca, uma grife. Para isso, o profissional precisa estar preparado e não desanimar. Tudo é difícil no mundo do trabalho, e os processos seletivos estão cada vez mais complexos", destaca Roosevelt.
Enquanto arrisca uma previsão: "Vai faltar engenheiro no mercado em 15 anos. Os mais jovens devem ficar atentos ao resultado dessa pesquisa e buscar se especializar em áreas mais técnicas. Carreira boa é a que tem empregabilidade".

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