MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Clássico soviético, Trabant ainda sobrevive nas ruas da Hungria


Em Budapeste, carro de apenas 26 cv roda no dia a dia da cidade.
Modelo foi fabricado entre 1957 e 1991; pai do projeto morreu dia 17.

Priscila Dal Poggetto Do G1, em Budapeste (Hungria) - A jornalista viajou a convite da Audi do Brasil

Trabant, o modelo soviético produzido entre 1957 e 1991, ainda roda pelas ruas de Budapeste  (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)O soviético Trabant ainda roda em Budapeste, na Hungria (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
A capital da Hungria, Budapeste, não é repleta de carrões de luxo como se pode observar em cidades mais endinheiradas da ex-União Soviética, como São Petersburgo e Moscou, na “mãe” Rússia. Mais parecidas com o perfil do Brasil, tanto pelos carros quanto pelos buracos, as vias húngaras também chamam a atenção por causa de um carrinho ainda muito usado pelos locais, o Trabant.
Este modelo, produzido entre 1957 e 1991 pela Sachsering na cidade de Zwickau, na antiga Alemanha Oriental, ainda é usado como meio de transporte de muitas famílias húngaras, diferentemente de países como a própria Alemanha, onde é artigo de colecionador e foi proibido de circular por ser poluente.
Na Hungria, o carrinho carinhosamente chamado de Trabi e símbolo da União Soviética vai além das estantes das lojas para turistas, repletas de camisetas, canecas e miniaturas dele. O que já virou símbolo de Budapeste roda lá assim como o Fusca ainda circula pelas ruas brasileiras.
Apelidado de Trabi, modelo virou símbolo de Budapeste (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)Apelidado de Trabi, modelo virou símbolo de
Budapeste (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
O modelo foi criado para ser o carro de trabalhadores, já que o regime socialista considerava qualquer outro automóvel como produto do sistema capitalista.
Ao todo, foram produzidas 3,7 milhões de unidades do modelo, mas a maioria virou sucata. Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e com o consequente fim da União Soviética, o Trabi não conseguiu sobreviver diante da concorrência das outras marcas.
Mesmo assim, o Trabant foi o carro que marcou a era de domínio da União Soviética e, por isso, foi considerado pela revista norte-americana Forbes um dos dez automóveis que marcaram a história da indústria automobilística mundial.
Por causa do regime comunista, a possibilidade de comprar este modelo na Hungria era difícil. Para começar, apenas uma importadora tinha a licença para vendê-lo no país, a Merkur. Já o interessado entrava em uma lista e esperava anos pelo carro.
Atualmente, para testar o carrinho na Hungria, só se um dono emprestar o carro (somente em Budapeste é possível achar algum para alugar, mas não é muito fácil). No entanto, em Berlim, há “guias turísticos” com permissão para circular com o Trabi. Ao volante, os turistas saem em comboio atrás do guia e passam pelos principais pontos turísticos da cidade, saindo do Checkpoint Charlie. Este é o nome do principal posto militar localizado na rua Friedrichstrasse, que dividia a Berlim Oriental da Ocidental durante a Guerra Fria.
Trabant é feito em carroceria de plástico (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)Trabant é feito em carroceria de plástico
(Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
Como é a mecânica do Trabi
O pai do projeto do lendário Trabi é o engenheiro Werne Lang, que morreu no último 17 de ataque cardíaco, aos 91 anos. Lang participou do desenvolvimento dos dois modelos existentes: o Trabant P50 ou Trabant 500, fabricado entre 1957 e 1963, e Trabant P60, produzido entre 1963 e 1991.
Feito com carroceria de plástico reforçado similar à fibra de vidro (Duroplast), ele tem como principal característica ser muito leve — pesa 750 kg — e ter estrutura extremamente simples.
Equipado com motor de dois cilindros e dois tempos, refrigerado a ar, o Trabi atinge a velocidade máxima de 100km/h e, partindo do zero, acelera até ela em 21 segundos. São apenas 26 cavalos de potência — a mesma de uma moto de 250 cc ou de dois scooters pequenos. O câmbio é manual de quatro marchas com acionamento na coluna. Já o painel exibe apenas o velocímetro.
Fumaça enlatada
Outra característica marcante do Trabant é a sua fumaça. Além de poluente, ela tem um cheiro característico. No início dos anos 2000, uma onda nostálgica por objetos relacionados ao regime comunista, chamada de “Ostalgie”, fez com que diversos produtos fossem vendidos em alusão à época. Entre eles, o “Trabi Duft” ou perfume de Trabant. Comercializado a 3,98 euros por um site hoje em dia extinto, nada mais era do que fumaça de Trabant enlatada. O “perfume” era extraído com algodão do escapamento do carro e colocado dentro de uma lata.
Trabant é equipado com motor de dois cilindros e dois tempos, refrigerado a ar (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)Trabant é equipado com motor de dois cilindros e dois tempos, refrigerado a ar (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)

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