MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Chefs brasileiros fazem sucesso com restaurante 'secreto' em Paris


Casal faz jantares personalizados em seu apartamento na capital francesa.
Turistas do Brasil são os clientes mais comuns.

Flávia Mantovani Do G1, em São Paulo

Os chefs Celinha e Gustavo Mattos em seu apartamento em Paris (Foto: Divulgação/Chez Nous Chez Vous)Os chefs Celinha e Gustavo Mattos em seu apartamento em Paris (Foto: Divulgação/Chez Nous Chez Vous)
Em meio às muitas opções gastronômicas de Paris, um casal de chefs oferece aos turistas brasileiros a possibilidade de provar a comida local em um ambiente mais familiar – e com direito a entender tudo o que é servido mesmo sem falar francês.
Naturais do interior de São Paulo, Celinha Mattos e Gustavo Mattos montaram um restaurante dentro do apartamento onde moram, com quintal e vista para a Torre Eiffel, no 15ème Arrondissement.
O Chez Nous Chez Vous, em Paris (Foto: Divulgação/Chez Nous Chez Vous)A casa dos chefs, onde eles servem o jantar
(Foto: Divulgação/Chez Nous Chez Vous)
Os jantares são feitos sob medida, mediante reserva e para um número máximo de dez pessoas.
Os clientes assistem a uma parte da preparação dos pratos, são servidos pelos donos da casa e podem levar o próprio vinho (pagando uma taxa de rolha) ou provar os que o casal escolhe para cada refeição, de acordo com o valor que a pessoa quer gastar.
A mistura de culinária europeia com hospitalidade brasileira deu certo: o “Chez Nous Chez Vous” vai completar cinco anos de funcionamento e é considerado um dos melhores “restaurantes secretos” de Paris – rótulo dado pelo jornal “The New York Times” em uma reportagem sobre o tema.
Na clientela, que eles calculam ser 85% formada por brasileiros, há artistas, políticos, diplomatas, apresentadores de TV, estilistas e escritores conhecidos.
Sem placa na porta
Celinha e Gustavo se mudaram para Paris há oito anos, quando decidiram abandonar seus empregos na capital paulista (ela era tradutora e ele, publicitário) e transformar o hobby de cozinhar em profissão.
Eles estudaram na conhecida escola de gastronomia “Le Cordon Bleu” e trabalharam alguns meses com chefs estrelados. Querendo fugir ao dia a dia corrido das cozinhas de restaurantes comuns, decidiram receber em sua casa os clientes – que eles chamam de convidados.
O primeiro cliente foi o cunhado do arquiteto que desenhou a cozinha da casa. A partir daí, foi chegando mais gente que sabia do lugar pela propaganda boca a boca.
“A gente não queria montar um restaurante tradicional. Sabemos o estresse que é. Acreditamos que um bom chef tem que viajar, conhecer outras comidas, outras pessoas. Queríamos ter mais liberdade”, diz Celinha.
O local não tem placa na porta nem garçons. A refeição é servida na sala de jantar, e os clientes podem usar o computador, ajudar a escolher as músicas ou ligar para o Brasil de um telefone que fica disponível.
“Os convidados nunca passam diretamente à mesa. Primeiro eles ficam no sofá, bebendo e comendo os aperitivos, conversando. A ideia é que a pessoa se sinta na casa dela. É como um chef a domicílio, só que é o nosso domicílio”, diz Gustavo.
Sopa fria de ervilha perfumada com menta e camarões flambados, um dos pratos servidos no Chez Nous Chez Vous (Foto: Divulgação/Chez Nous Chez Vous)Sopa fria de ervilha perfumada com menta e
camarões flambados, um dos pratos servidos
no Chez Nous Chez Vous (Foto: Divulgação/
Chez Nous Chez Vous)
Sete pratos
A opção de menu degustação, com sete pratos, que custa 150 euros (cerca de R$ 440) por pessoa. Já a refeição tradicional, com entrada, prato principal e sobremesa, sai por 120 euros (cerca de R$ 300).
Bebidas alcoólicas são cobradas à parte. Entre as opções, há três tipos de champanhe feitos por um produtor especialmente para o “Chez Nous Chez Vous”.
O cardápio é surpresa para os convidados. Para decidirem os pratos, os chefs se baseiam nas preferências deles, que preenchem um questionário antes de ir ao local.
O método de preparação dos pratos é francês, mas são usados ingredientes de vários lugares do mundo. Rillette de arraia, coxas de pato confit e até uma moqueca revisitada, feita com coelho e lagostim, estão entre as opções já servidas.
Alguns dos clientes acabaram se tornando amigos dos chefs. “Como não ficamos só dentro da cozinha, há uma interação maior com o convidado”, diz Gustavo.
Quando há pessoas de grupos diferentes, elas chegam envergonhadas, mas Celinha e Gustavo garantem que o papo engata fácil. “As pessoas que vêm são muito cultas, acostumadas a viajar muito, têm cabeça aberta. O gelo é quebrado logo depois da primeira taça de champanhe”, diz ela.

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