MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ato no Rio reúne 300 mil pessoas e termina em confronto com a PM


Manifestação que começou pacífica deixou mais de 60 feridos.
Cinco pessoas foram presas pelo Bope por saques a loja no Centro.

Do G1 Rio

 Mais de 300 mil pessoas foram às ruas do Rio de Janeiro para a manifestação contra o aumento das tarifas de ônibus. Este foi o ato que reuniu o maior público desde o início dos protestos. A manifestação, que começou pacífica na Candelária, na tarde de quinta-feira (20), terminou com mais cenas de violência e vandalismo no Centro e no entorno do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade.
(O G1 acompanhou em tempo real as manifestações pelo país, em fotos e vídeos: veja relatos no Brasil inteiro, em São Paulo e no Rio.)
Até o início da madrugada de sexta-feira (21), 62 pessoas haviam sido atendidas no Hospital municipal Souza Aguiar, feridas durante o tumulto entre um pequeno grupo de manifestantes e a Polícia Militar. No mesmo horário, cinco pessoas tinham sido presas pelo Bope por saque a uma loja de calçados. Outras 10 pessoas foram detidas. Segundo a polícia, a maioria era menor de idade e foi liberada após a chegada dos responsáveis.
Com faixas e cartazes, as reivindicações pediam por maior orçamento na saúde e educação, a votação da PEC 37, além de críticas ao projeto de lei da Comissão de Direitos Humanos que pede o fim da proibição, pelo Conselho Federal de Psicologia, de tratamentos que se propõem a reverter a homossexualidade, chamada pelo deputado Marco Feliciano de “cura gay”.
Tumulto e confusão
  Pacífica na maior parte do tempo, as primeiras cenas de tumulto começaram na chegada à Prefeitura do Rio, na Cidade Nova. Um dos manifestantes que estava, em frente à Prefeitura do Rio, contou como o confronto começou. "Um grupo de cerca de seis pessoas quebrou uma lixeira e explodiram dentro uma bomba. Em seguida, atiraram uma bomba contra a polícia. Os cavalos se assustaram e a polícia foi para cima de todo mundo", contou o jovem de 22 anos, que preferiu não se identificar.
Outros manifestantes contam que a confusão começou quando dois manifestantes começaram a brigar entre si em frente à cavalaria da PM, que estava em frente à Prefeitura. Os cavalos se assustaram e a cavalaria foi para cima dos manifestantes, que revidaram com pedras. Segundo outros manifestantes, esses homens eram da P2 - policiais militares do serviço reservado que trabalham descaracterizados - e brigaram de propósito para provocar o confronto. No entanto, aparentemente eles estavam na manifestação.
Já estudante Jennifer Menezes, de 23 anos, lamentou o confronto. "Estava com esperança que dessa vez o protesto fosse diferente porque a gente conseguiu que baixassem a passagem [de ônibus]. Não imaginava que isso fosse acontecer. Existem dois problemas: os vândalos e a polícia", disse a jovem.
Por volta das 19h, o entorno da Prefeitura do Rio se transformou em uma praça de guerra. Durante o caos, os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo na tentativa de dispersar a multidão. Manifestantes jogaram pedras nos PMs, que revidaram com tiros de balas de borracha. Prédios, bancos e lojas foram destruídas por vândalos. Vinte radares da Prefeitura do Rio foram derrubados na Avenida Presidente Vargas, assim como pontos de ônibus foram depredados.
O clima tenso durou por mais de três horas. Algumas estações do metrô e a estação das Barcas, na Praça XV, tiveram o tráfego interrompido por alguns períodos. Várias vias importantes, como as avenidas Rio Branco, Presidente Vargas, Pinheiro Machado, Praça da Bandeira e túneis Santa Bárbara e Rebouças foram fechados.
Por volta das 22h30, um grupo de cerca de 100 manifestantes chegou ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras. A PM cercou a sede do governo estadual, para evitar a depredação do prédio histórico. Um pequeno grupo de manifestantes tentou bloquear o tráfego de ônibus na Rua Pinheiro Machado, mas a situação foi controlada por volta de meia-noite.
No mesmo horário, uma outra confusão aconteceu na Lapa e nos arredores da Faculdade Nacional de Direito, no Campo de Santana, e do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, no Largo de São Francisco, todos no Centro.  Alunos se refugiaram nas duas instituições com medo do tumulto. A Polícia Militar negou que tenha cercado as instituições de ensino. De acordo com a corporação, a PM se dirigiu ao local para garantir a segurança patrimonial dos prédios da universidade.
De acordo com o reitor da UFRJ, Carlos Levi, cerca de 700 estudantes se abrigaram nas duas unidades. Em nota, Levi demonstrou preocupação com os estudantes.
"A UFRJ vai continuar acompanhando a participação de seus estudantes nas manifestações legítimas, preocupada sempre com sua segurança, que deve ser garantida em nosso país, em sua democracia duramente conquistada", disse o reitor.
Rio de Janeiro - Polícia de choque entra em confronto com manifestantes durante protesto (Foto: Sergio Moraes/Reuters)Rio de Janeiro - Polícia de choque entra em confronto com manifestantes durante protesto (Foto: Sergio Moraes/Reuters)

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