MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 12 de maio de 2013

Uruguai tem leite de alta qualidade e exporta para mais de 50 países


País vizinho exporta de cinco a seis vezes mais leite do que o Brasil.
Baixo custo de produção faz o país aumentar a competitividade.

Do Globo Rural

Apesar de ser um dos maiores produtores do mundo, o Brasil ainda não consegue com o leite o mesmo desempenho da soja, do milho e da carne no mercado externo. Os uruguaios não chegam a ter 1% dos nossos produtores. No entanto, o país vizinho exporta de cinco a seis vezes mais leite do que o Brasil.
No departamento (estado) de Florida fica a Conaprole, a maior cooperativa de leite do Uruguai, que abrange o país inteiro. O Uruguai tem um Instituto Nacional do Leite, quase no nível de ministério. Seu presidente, Manuel Carrero, diz por que seu país é bom no leite. “Do leite produzido no Uruguai se exporta mais de 60% do leite. Exportamos bastante por um conjunto de fatores. Um deles é a competitividade que nosso tem leite graças aos baixos custos de produção”, explica.
Uma fazenda, na cidade de Santa Lúcia, possui 400 vacas em lactação. O trato é forte no cocho, com silagem de milho e ração, mas o sistema é leite a pasto porque o ano todo a vacada tem o que pastar.
A pastagem no Uruguai é formada de leguminosas, gramíneas e vegetais de alto teor nutritivo e algumas delas ocorrem igualmente nos pastos do Sul do Brasil. São três ordenhas, às 3h, às 9h e às 15h. As condições sanitárias são obedecidas, mesmo porque, a qualquer vacilo, vem a penalidade. Se, por exemplo, o produtor mandar para a cooperativa o leite de uma vaca que tomou algum medicamento, da primeira vez a cooperativa desconta o dia e mais 5% de todo o mês.

A fazenda cria tanto as fêmeas como os bezerros machos, que são vendidos para confinamento de engorda. Os objetivos são basicamente três; conforto animal, qualidade do leite e higiene absoluta.
Para não desviar a atenção do produtor para o nascimento de bezerros, criou-se o campo de recria, que é mantido por pequenos criadores. A pessoa traz a sua bezerra e a entrega para especialistas criá-la  até a fase adulta ou a pessoa traz duas bezerrinhas desmamadas e pega na hora uma novilha na hora de parir. Conforme a época do ano, chega a ter 3,8 mil entre bezerras e novilhas.

O coordenador técnico do campo e agrônomo, Andres Barreira, diz que a inseminação é feita com touros de primeira linha uruguaios, americanos e canadenses. “Mensalmente, são R$ 45. Em todo período, incluindo inseminação, sanidade e alimentação, uns R$ 1 mil. Em dólares, vale em torno de US$ 1,2 mil e US$ 1,5 mil.

A industrialização é um ponto crítico e exige cuidado especial porque mais da metade do leite uruguaio se destina à exportação. Em cada etapa, a mesma preocupação com as regras sanitárias. O derivado que mais se exporta é o leite em pó, mas o laticínio também produz manteiga, queijo, iogurte e bebidas lácteas.
Em Nova Hélvecia, uma pequena cidade no sudoeste do país, relembra o início da tradição uruguaia de fazer queijos de qualidade. A antiga colônia suíça lembra o país da Europa. Uma queijaria de 1868, que ainda guarda peças do tempo dos suíços, está se transformando num museu do queijo artesanal uruguaio.
Nas questões de higiene e sanidade, o leite no Uruguai é operado sob critérios rígidos e muito fiscalizados. Isso gerou no país uma cultura da qualidade do leite, que se reflete no fato de que hoje, mais de 50 países compram produtos derivados do leite uruguaio.

O professor Sérgio Borbonet escreveu esse livro ‘A história da queijaria no Uruguai’, que aponta o começo dessa cultura. “A queijaria no Uruguai nasce com a chegada dos colonos estrangeiros. Se levanta uma pedra e sai um queijo”, conta o professor.
O destaque da região é o queijo colônia. Para prepará-lo, o leite é tirado na hora, das 80 vacas em lactação. O colônia é um queijo que tem olhos, buracos no corpo do queijo. Diferente dos queijos cegos, como o parmesão, por exemplo, que não tem buracos ou olhaduras. As regras para indústria são diferentes das do queijo artesanal  e por isso ele não pode ser exportado. A produção é de 180 quilos de colônia todo dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário