MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Uesb vai apurar trote que teria feito caloura lamber testículos de boi

Estudante diz que desmaiou após bochechar uma substância de cor roxa.
Instituição deverá apresentar relatório de sindicância no prazo de 30 dias.

Do G1 BA

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) abriu uma comissão de sindicância nesta quinta-feira (9) para apurar o trote realizado por estudantes do curso de Agronomia, no dia 26 de abril, em um dos campi da instituição, em Vitória da Conquista, sudoeste do estado.
Uma estudante de 20 anos relatou ter sido obrigada a lamber pênis e testículos de bois. Ela prestou queixa na delegacia da cidade e enviou denúncia ao Ministério Público da Bahia. De acordo com a Uesb, três servidores dos quadros docente e administrativo apuram o caso. O prazo para a apresentação do relatório final é de 30 dias úteis.
A estudante, que preferiu não se identificar, disse ao G1 que ela e outros calouros do curso foram forçados a andar no campus da universidade de “elefantinho”, "brincadeira" clássica nos trotes, em que jovens ficam de mãos entrelaçadas, agachados, imitando rabo e tromba dos animais. Antes disso, eles ainda foram obrigados a ir ao banheiro vestir calcinha e sutiã por cima da roupa, segundo conta.
A estudante afirma que os veteranos, do 3º e 4º semestres, pegaram duas bolas gelatinosas, afirmando que eram testículos de boi, e colocaram na boca dos calouros, que foram obrigados a chupá-las. Depois, segundo o relato, eles levaram os calouros para uma espécie de curral e também os obrigaram a lamber um objeto que simulava pênis de boi ereto conservado com formol, segundo relatou a advogada da estudante.
A polícia confirmou que houve registro da queixa da estudante na unidade. Em relação ao Ministério Público da Bahia, uma servidora informou que a denúncia chegou ao conhecimento da promotoria. A promotora responsável pelo caso não foi localizada para falar sobre o assunto.
De acordo com a advogada Michele Leão, a jovem desmaiou após bochechar uma substância de cor roxa. Ela não sabe dizer se era violeta ou um tipo de mistura chamada de “mata bicheira”, produto usado em bovinos e urina de animal.
Em seguida, a estudante foi levada para a enfermaria da universidade, “onde a jogaram embaixo do chuveiro e a deram gases para limpar a boca, porque estava muito ferida e a língua começou a sangrar”, relatou a advogada.
Depois do ocorrido, a estudante pegou um ônibus para a cidade de Brumado, também na região sudoeste, onde mora a mãe dela. No dia seguinte, ela foi a uma clínica, pois estava com vários hematomas de alergia no corpo, segundo Michele Leão.
Ainda de acordo com a advogada, a jovem, que não sabia do que se tratava o trote, pediu aos veteranos para não participar da ação, pois ela era muito alérgica a “produtos fortes”. Mas os alunos disseram que “se ela fugisse ia ser pior”, contou. Eles ainda afirmaram que “o trote ia ser leve”, segundo Leão.
A advogada da estudante disse que entrou com um pedido de medida protetiva na polícia, pois a aluna está se sentindo coagida e com medo dos colegas. Ela continua frequentando as aulas.
Trote proibido
Em nota oficial divulgada na terça-feira (7), a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia informou que o trote é proibido em todos os campi da instituição. Segundo a unidade, aos estudantes que desobedecerem a determinação serão aplicadas sanções disciplinares, desde a suspensão por 100 dias letivos ao desligamento dos quadros, "caso haja violência ou utilização de qualquer meio ou produto que cause ou possa causar danos pessoais, psicológicos, lesões corporais, entre outros".

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