MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Salvador: Morte por atropelamento é o dobro da média mundial

Luan Santos A TARDE

  • Iracem Chequer | Ag. A TARDE 19.02.2010
    Das 249 mortes no trânsito de Salvador registradas em 2012, 117 foram por atropelamento
Das 249 mortes no trânsito de Salvador registradas no ano passado, 117 foram por atropelamento, o que representa 47% do total. Isto quer dizer que a capital baiana contabilizou mais do que o dobro do percentual mundial de mortes por atropelamento.
O atropelamento foi a principal causa de morte no trânsito de Salvador no ano passado, seguido das colisões entre veículos, que registraram 68 óbitos.  Em 2011, morreram  118 pessoas atropeladas na capital, cerca de 50% do total de 233 mortes em vias de tráfego.
No ano passado, as avenidas Luís Viana Filho e ACM foram as vias que mais registraram acidentes com mortes em Salvador, com 25 e 9 mortos, respectivamente. Na opinião de especialistas em trânsito, o fato de Salvador ter média de mortes de pedestres no trânsito maior do que o percentual mundial tem relação com uma engenharia de trânsito que sempre favorecer os carros.
Rótula do Abacaxi - O professor do Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques, afirma que diversos problemas devem ser corrigidos, não apenas na cidade de Salvador.
"As falhas em  conservação de vias, fiscalização e sinalização deficientes são problemas que precisam ser corrigidos para diminuir o número de  acidentes e, consequentemente, de mortes no trânsito", disse.
Para o professor da Escola Politécnica da Ufba Elmo Felzemburg, a ausência de passeios e passarelas em muitas vias favorece  os acidentes envolvendo pedestres. "Fora que em muitos lugares as barracas ocupam os locais de passagem de pedestres e obrigam que eles partam para a rua. Salvador é uma cidade ruim para os pedestres, eles estão vulneráveis", destacou.
Na opinião de Felzemberg, que é mestre em planejamento e transporte urbano, a solução para reduzir o número de mortes por atropelamento é planejar a cidade para a circulação de pedestres. "Temos como exemplo a obra da Rótula do Abacaxi, que foi feita exclusivamente para carros", destacou o especialista.
Marques lembra que em 2004 foi aprovada a Resolução 166 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que, entre as outras ações, estabelece  a inserção de um currículo interdisciplinar sobre segurança de trânsito nas escolas, capacitação de profissionais que atuam na área de trânsito e disciplina  da circulação de ciclomotores e bicicletas.
"Esta resolução estabelecia muitas metas para o País e pouco disso foi feito. Precisamos de investimento contínuo, principalmente em educação", reiterou.
Situação no mundo - No mundo, as mortes por atropelamento representam 22% do total de óbitos em acidentes de trânsito, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o órgão, mais de 270 mil pedestres perdem a vida por ano no mundo. No total, 1,24 milhão de pedestres morrem anulamente no trânsito.
Os números preocupam autoridades e não somente as  de Salvador. A OMS conclamou os países-membros a pensarem na segurança do pedestre na II Semana Mundial de Segurança no Trânsito, que começou na última segunda-feira e terminou ontem. O objetivo do órgão é apelar à população mundial para que reduza o número de mortes de pedestres.
O estudante Leandro Moreira, 26 anos,  foi atropelado por um carro na Avenida Oceânica, no trecho de Ondina, e, para sua sorte, não sofreu ferimentos graves. "Eu estava indo jogar bola. Quando atravessei a rua, veio um carro em alta velocidade. Como não deu tempo de correr, eu pulei e caí no capô", contou o estudante.
Leandro Moreira afirmou também  que atravessava a via na faixa e que não viu o carro. "Fui atingido e caí na rua, mas, por sorte, tive ferimentos leves", disse. Em média, cerca de 40 mil pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito no Brasil, segundo levantamento do Ministério da Saúde.

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