MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 19 de maio de 2013

Projeto no Piauí empresta perucas para mulheres com câncer de mama


Fundação filantrópica trabalha com cerca de 50 perucas doadas.
Mulheres atendidas pela entidade contam também com outros serviços.

Patrícia Andrade Do G1 PI

Cerca de 50 perucas são disponibilizadas para as pacientes atendidas pela instituição (Foto: Patrícia Andrade/G1)Cerca de 50 perucas são disponibilizadas para pacientes atendidas pela instituição (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Ajudar mulheres a recuperar a autoestima e amenizar os efeitos agressivos do tratamento contra o câncer. Essa é a bandeira levantada há quase 15 anos pela entidade filantrópica Fundação Maria Carvalho Santos, localizada no bairro Ilhotas, Zona Sul de Teresina, que mantém um serviço de empréstimo de perucas para mulheres acometidas pelo câncer de mama.

Com uma média de 50 perucas doadas por pacientes que passaram por tratamento, a entidade conta com vários voluntários para manter a beleza dos fios que serão emprestados.
Além das perucas, pacientes recebem doação de lenços para usar durante o tratamento (Foto: Patrícia Andrade/G1)Além das perucas, pacientes recebem
doação de lenços para usar durante
o tratamento (Foto: Patrícia Andrade/G1)
"Nós contamos com cabelereiros, que de forma voluntária, nos ajudam na limpeza das perucas para que elas fiquem prontas para outra pessoa usar. Nossa maior intenção é contribuir para que as mulheres, que passam por tratamento e que perdem seus cabelos, possam recuperar a autoestima", disse Cassandra Cunha, administradora da Fundação.

Para especialistas, a perda do cabelo durante o tratamento quimioterápico é o segundo impacto sentido pelo paciente após o diagnóstico. Esse efeito colateral é ainda pior para as mulheres, que associam a queda dos cabelos à perda da feminilidade. As drogas utilizadas durante a quimioterapia afetam as células que fazem o cabelo crescer.

Foi o que sentiu a administradora Osmarina Moraes Gomes, 37 anos, ao descobrir um nódulo maligno na mama direita. O diagnóstico foi um verdadeiro choque para ela, que sempre fez consultas e exames periodicamente. A retirada do nódulo aconteceu em julho do ano passado, logo após a descoberta da doença. No mês seguinte, Osmarina daria início à 16 sessões de quimioterapia e 30 de radioterapia.
Osmarina Moraes, 37 anos, fez tratamento após a retirada de um nódulo na mama direita (Foto: Patrícia Andrade/G1)Osmarina Moraes, 37 anos, fez tratamento após a retirada de nódulo na mama direita (Foto: Patrícia Andrade/G1)
"Claro que em primeiro lugar você pensa na sua saúde, mas a questão da estética também vem à tona com o tratamento. Por mais que você se prepare não é fácil acordar, olhar para cama e vê mechas do seu cabelo. Foi bastante difícil para mim que sempre tive cabelo grande", conta.

Ao buscar apoio na Fundação Maria Carvalho Santos ela logo ficou sabendo das perucas e pegou uma emprestada. Depois, conta,  a mulher do chefe de Osmarina chegou com outra peruca de presente, doada pela mãe dela que teve câncer nas duas mamas. Durante sete meses a administradora fez uso do acessório.
A administradora usou durante sete meses uma peruca emprestada pela fundação (Foto: Patrícia Andrade/G1)A administradora usou durante sete meses uma peruca
emprestada pela fundação (Foto: Patrícia Andrade/G1)
"Em casa eu usava mais os lenços, mas quando comecei a sair para participar de algumas festinhas ou ir a outros lugares usava a peruca", lembra.

Com os cabelos voltando a crescer, Osmarina fez a devolução da peruca nessa semana e aproveitou para fazer a doação de oito lenços que utilizou no período em que ficou sem as suas madeixas.
"O apoio que encontrei na minha família, marido, filho, amigos, colegas de trabalho e na fundação, foi fundamental para eu encarar a doença de cabeça erguida e não me deixar abater", revela Osmarina.

Apoio voluntário
De acordo com relatório do Instituto Nacional do Câncer, no Piauí foram 504 novos registros da doença em 2012 de um total de 3.359 casos.
Fundação Maria Carvalho Santos atende cerca de 4 mil mulheres vítimas do câncer de mama (Foto: Patrícia Andrade/G1)Fundação Maria Carvalho Santos atende cerca de 4 mil
mulheres vítimas do câncer de mama
(Foto: Patrícia Andrade/G1)
A Fundação Maria Carvalho Santos tem cerca de 4 mil mulheres cadastradas para receber atendimento gratuito com mastologistas, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas. A entidade conta ainda com vários projetos voltados à conscientização para prevenção da doença, oficinas de arte e dança para as pacientes.

Na sede da entidade também vem funcionando uma pequena farmácia, um bazar, uma biblioteca e um atelier de cabelo e maquiagem que atendem as pessoas que necessitam e as que estejam cadastradas na Fundação.

Os serviços são mantidos através de doações voluntárias. São 10 operadores de telemarketing e sete mensageiros responsáveis em atender os voluntários que mensalmente fazem doações.

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