Convivência começou na escola, quando menino passava por problemas.
Tânia de Carvalho falou sobre a alegria de ser mãe.
A relação de Rodrigo Carvalho Gomes com a mãe tem abraços, elogios e
muita bronca, levando Tânia Margareth de Carvalho, de 54 anos, às
risadas. Tímido, o jovem de 18 anos se incomoda um pouco com o jeito
expansivo dela e com a mania de abordar pessoas ao acaso sempre
tentando ajudar. Da mesma maneira, há dez anos, Tânia decidiu fazer algo
por um dos alunos, descrito por outros professores como uma criança
triste e pouco participativa na escola. O menino era como diziam e não
gostava da ideia de revelar os problemas. Pouco a pouco, ela conseguiu.
Foram muitos passeios ao clube, lanches e visitas, até ficarem mais
próximos e se chamarem, enfim, mãe e filho.
Casada há 14 anos, Tânia sempre quis ter filhos. Ela nunca engravidou, mas esse instinto maternal sempre existiu e foi vivido por meio de sua forte relação com as sobrinhas, com os vizinhos e, claro, com os alunos. Ao contar em casa sobre a história de Rodrigo, o marido da professora começou a insistir para que ele fosse passar uns dias na casa do casal. “Como a gente sempre saía com as minhas sobrinhas para passear, ir ao clube, ele deu a ideia da gente levar o Rodrigo junto”, conta.
Ela sabia o que queria, mas esperou uma posição do marido, também muito apegado ao garoto. O caminhoneiro Wilson Marques Gomes atendeu às expectativas e sugeriu a adoção de Rodrigo. O casal explicou ao menino que havia duas opções. Eles poderiam virar tutores, cuidando dele até os 18 anos ou registrá-lo como filho. “Ele não pensou duas vezes e me falou que queria ser adotado”, diz.
“Quando eu vim para cá não era uma coisa que eu achei que fosse fazer tanta diferença na minha vida. Mas aos poucos eu fui percebendo que aquilo era sério, que eu estava me apegando. Era difícil ir embora”, conta o jovem. Tânia acredita que no mundo existem filhos de mães trocadas, cabendo ao destino uni-los com as mães verdadeiras. “Eu não me lembro da minha vida sem ele. (...) É o filho que eu queria”, explica ela.
A dinâmica da casa de Tânia mudou um pouco com a presença do menino, e levou alegria para a vida do casal, que se tornou uma família com a chegada de Rodrigo. "No começo ele me chamava de professora, mas um dia conversamos e eu expliquei à ele que ele podia me chamar de como ele quisesse. Nesse mesmo dia , lá do quarto dele, ele me gritou de longe: 'Mamãe, mamãe!'. E a partir daí eu deixei de ser professora e passei a ser mamãe".
Os dois compartilham gostos em comum, o que fortalece a relação de mãe e filho. O mais forte é pelos livros. Tânia também incentiva Rodrigo a escrever poesias, coisa que o jovem faz desde novo. A troca de experiências é, segundo a professora, uma via de mão dupla, já que Rodrigo também apresentou à mãe muito sobre o mundo. “A maior recompensa de ser mãe é poder passar o que eu tenho de melhor pra alguém e muitas vezes identificar a minha pessoa nele. E ele em mim também, porque isso daqui é uma troca maravilhosa. Ele está aqui, é meu amigo, meu companheiro”.
No dia das mães, neste domingo (12), a família pretende escolher um restaurante especial para comemorar. Mesmo considerando o jeito exagerado de Tânia, Rodrigo admira o coração grande da mulher que o escolheu como filho. “O melhor dela é esse pensamento positivo, e essa questão de sentir a energia dela. Contagia!”, diz. E a mãezona ainda demonstra a vontade de aumentar a família: “Eu sempre acho que aqui ainda cabe mais. Ainda não veio porque não tenho um quarto sobrando. Mas eu acho que tem uma menininha em algum lugar por aí que vai me encontrar em algum momento”, diz, com esperança.
*Colaborou com esta reportagem Laura de Las Casas
Mãe e filho demonstram cumplicidade e carinho construídos em anos de convivência em família. (Foto: Laura de Las Casas/G1)
Rodrigo foi adotado por Tânia, professora dele à época, aos oito anos
de idade. Ela se lembra do dia em que ele foi transferido para sua
turma, já que a outra professora o considerava um aluno difícil de
lidar. No primeiro exercício em sala, no qual cada criança deveria se
desenhar, o menino se fez com lágrimas nos olhos e disse estar triste.
Não satisfeita com a explicação, ela deu início a atividades envolvendo
todos os alunos; a ideia era fazê-lo se abrir e não se sentir só. Logo,
em conversa com uma tia do garoto, descobriu que Rodrigo vivia em casa
problemas familiares graves, o que justificava o jeito fechado e
solitário do menino.Casada há 14 anos, Tânia sempre quis ter filhos. Ela nunca engravidou, mas esse instinto maternal sempre existiu e foi vivido por meio de sua forte relação com as sobrinhas, com os vizinhos e, claro, com os alunos. Ao contar em casa sobre a história de Rodrigo, o marido da professora começou a insistir para que ele fosse passar uns dias na casa do casal. “Como a gente sempre saía com as minhas sobrinhas para passear, ir ao clube, ele deu a ideia da gente levar o Rodrigo junto”, conta.
Rodrigo abraça os pais em fotos do album de
família no ano em que chegou à nova casa.
(Foto: Tânia Margareth/Arquivo Pessoal)
Na primeira visita, em um feriado prolongado, Rodrigo ficou uma
semana, indo ao clube diariamente. A hora de ir embora foi difícil. O
menino, chorando muito, pediu para ficar insistentemente. “Eu lembro de
sentir o meu coração partindo, de sentir que eu estava fazendo mal a
ele, deixando ele ir embora. Mas ai depois as coisas foram acontecendo,
ele começou a vir sempre, e a mãe biológica dele me procurou, me contou
que não tinha condições de criá-lo, me pediu para ficar com ele”,
lembra.família no ano em que chegou à nova casa.
(Foto: Tânia Margareth/Arquivo Pessoal)
Ela sabia o que queria, mas esperou uma posição do marido, também muito apegado ao garoto. O caminhoneiro Wilson Marques Gomes atendeu às expectativas e sugeriu a adoção de Rodrigo. O casal explicou ao menino que havia duas opções. Eles poderiam virar tutores, cuidando dele até os 18 anos ou registrá-lo como filho. “Ele não pensou duas vezes e me falou que queria ser adotado”, diz.
“Quando eu vim para cá não era uma coisa que eu achei que fosse fazer tanta diferença na minha vida. Mas aos poucos eu fui percebendo que aquilo era sério, que eu estava me apegando. Era difícil ir embora”, conta o jovem. Tânia acredita que no mundo existem filhos de mães trocadas, cabendo ao destino uni-los com as mães verdadeiras. “Eu não me lembro da minha vida sem ele. (...) É o filho que eu queria”, explica ela.
A dinâmica da casa de Tânia mudou um pouco com a presença do menino, e levou alegria para a vida do casal, que se tornou uma família com a chegada de Rodrigo. "No começo ele me chamava de professora, mas um dia conversamos e eu expliquei à ele que ele podia me chamar de como ele quisesse. Nesse mesmo dia , lá do quarto dele, ele me gritou de longe: 'Mamãe, mamãe!'. E a partir daí eu deixei de ser professora e passei a ser mamãe".
Os dois compartilham gostos em comum, o que fortalece a relação de mãe e filho. O mais forte é pelos livros. Tânia também incentiva Rodrigo a escrever poesias, coisa que o jovem faz desde novo. A troca de experiências é, segundo a professora, uma via de mão dupla, já que Rodrigo também apresentou à mãe muito sobre o mundo. “A maior recompensa de ser mãe é poder passar o que eu tenho de melhor pra alguém e muitas vezes identificar a minha pessoa nele. E ele em mim também, porque isso daqui é uma troca maravilhosa. Ele está aqui, é meu amigo, meu companheiro”.
No dia das mães, neste domingo (12), a família pretende escolher um restaurante especial para comemorar. Mesmo considerando o jeito exagerado de Tânia, Rodrigo admira o coração grande da mulher que o escolheu como filho. “O melhor dela é esse pensamento positivo, e essa questão de sentir a energia dela. Contagia!”, diz. E a mãezona ainda demonstra a vontade de aumentar a família: “Eu sempre acho que aqui ainda cabe mais. Ainda não veio porque não tenho um quarto sobrando. Mas eu acho que tem uma menininha em algum lugar por aí que vai me encontrar em algum momento”, diz, com esperança.
*Colaborou com esta reportagem Laura de Las Casas
Nenhum comentário:
Postar um comentário