MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 5 de maio de 2013

Primeiro ano de mandato de Hollande na França é marcado por protestos


Parisienses se manifestaram neste domingo contra medidas do presidente.
Mais de 70% dos franceses se dizem 'insatisfeitos' com governo.

Da France Presse

Manifestante mascarado segura cartaz com a frase "Hollande agrava as divisões sociais", durante protesto em Paris neste domingo (5) contra as medidas austeras do presidente francês, François Hollande (Foto: Thomas Coex/AFP)Manifestante mascarado segura cartaz com a frase "Hollande agrava as divisões sociais", durante protesto em Paris neste domingo (5) contra as medidas austeras do presidente francês, François Hollande (Foto: Thomas Coex/AFP)
O presidente francês, François Hollande, mais questionado do que nunca, se prepara para celebrar na segunda-feira (6) seu primeiro ano no poder em um cenário marcado por manifestações da esquerda contra a austeridade em Paris e por um novo protesto dos opositores ao casamento homossexual.
Na véspera do primeiro aniversário de sua vitória nas eleições presidenciais de 6 de maio de 2012 sobre o ex-presidente Nicolas Sarkozy, os partidários da Frente de Esquerda (FG), de Jean-Luc Mélenchon, se reuniram para uma "manifestação cidadã" em Paris contra a "austeridade, as finanças e por uma VI República".
Milhares de pessoas se concentraram na Praça da Bastilha, local emblemático da Revolução Francesa de 1789, para ver Melenchon discursar. Seu partido indicou a presença de 180 mil manifestantes, enquanto a polícia estimou a participação em 30 mil franceses. "Não queremos as finanças no poder. Não aceitamos as políticas de austeridade", declarou o líder de esquerda.
Nos últimos meses, com a degradação da situação econômica e o fechamento de fábricas na França, Mélenchon passou a atacar o governo socialista a tal ponto que o Hollande deixou de considerar a esquerda radical uma aliada.
Neste domingo, Mélenchon acusou o presidente francês de ser "uma das causas da crise, como (Angela) Merkel e outros líderes europeus, que fizeram a escolha pela austeridade". "Se vocês não sabem como agir, nós sabemos", declarou o ex-candidato à presidência em 2012.
O deputado europeu repetiu que está disposto a ser primeiro-ministro em uma "coabitação de esquerda" com um "presidente que diz que já não é socialista e um primeiro-ministro que confirma que é de esquerda". Enquanto isso, milhares de opositores à lei que abre caminho para o casamento entre pessoas do mesmo sexo e para a adoção por casais gays, manifestaram em Paris e em outras cidades.
François Hollande em visita à China (Foto: Reuters/Carlos Barria)François Hollande em visita à China
(Foto: Reuters/Carlos Barria)
Apesar da aprovação final da lei pelo Parlamento francês e das recentes pesquisas de opinião indicarem que dois terços dos franceses se opõem a uma continuação dos protestos, os organizadores da "Manifestação para todos" não se dão por vencidos.
No sábado, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Estrasburgo (leste) para advertir o governo contra qualquer tentativa de autorizar a reprodução medicamente assistida e a barriga de aluguel. Os opositores ao casamento gay, que realizam manifestações frequentemente marcadas por incidentes provocados por facções de extrema-direita, pretendem manter o movimento, enquanto os primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo podem começar a ser realizados a partir de junho.
Em Paris, cerca de 15 mil pessoas, segundo a polícia, se reuniram no centro da capital sob os gritos de "Não à RPM" (reprodução assistida) e "Não à GPA" (barriga de aluguel). Avós, pais e filhos se concentraram em uma imensa esplanada com cartazes defendendo "Todos nascidos de um homem e de uma mulher" e "Queremos trabalho e não casamento homossexual".
Já o governo, que não prevê uma grande reforma social, tenta transmitir a imagem de que está focado em resolver os problemas econômicos. Na segunda-feira, o chefe de Estado e o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault devem se reunir para preparar "os próximos meses", de acordo com o porta-voz do governo.
Entre os temas a serem abordados estão o saneamento das finanças públicas, o apoio à atividade econômica, a luta contra o desemprego, o acesso à habitação, iniciativas em educação e a questão da aposentadoria. Primeiro presidente de esquerda desde François Mitterrand (1981-1995), o socialista Hollande está à frente de um país à beira da recessão, um ano depois de ter sido eleito.
A taxa de desemprego, que atingiu 11% no final de março, não para de aumentar e o objetivo de conseguir a inversão da curva até o final de 2013 parece cada vez mais difícil. Um crescimento quase nulo também obrigou o governo a rever o objetivo de reduzir o déficit público em 3%, apesar de uma política orçamentária "séria" para alcançá-lo. Com mais de 70% dos franceses se dizendo "insatisfeitos", François Hollande se tornou o presidente mais impopular depois de um ano no cargo.
Manifestantes protestam em Paris na véspera do aniversário de um ano do presidente Hollande no poder (Foto: Charles Platiau/Reuters)Manifestantes protestam em Paris na véspera do aniversário de um ano do presidente Hollande no poder (Foto: Charles Platiau/Reuters)

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