Prazo para índios deixarem fazenda em MS termina neste sábado

Reintegração de posse determina desocupação na fazenda Buriti.
Representante indígena diz que grupo não deve deixar a propriedade.

Fabiano Arruda Do G1 MS

Indígenas ocupam fazenda Buriti desde quarta-feira (16). (Foto: Maressa Mendonça/G1MS)

Termina neste sábado (18) o prazo para que indígenas da etnia terena deixem a fazenda Buriti, em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande. A área está ocupada desde a quarta-feira (15). Os índios também ocuparam outras três propriedades rurais no município, segundo divulgado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na quinta (16), no entanto, apenas a Buriti tem mandado para reintegração de posse.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Federal, que está no local desde a tarde de quinta, a situação é tranquila e os índios sinalizam deixar a fazenda dentro do prazo. O G1 entrou em contato com a assessoria da Funai nesta sexta (17) e, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, afirmou que índios começaram a deixar algumas fazendas. O G1 entrou em contato com produtores rurais da região, que não confirmaram a informação.

Ridel disse que produtores entraram na fazenda Buriti nesta manhã. Um dia antes eles haviam sido barrados por policiais federais e não conseguiram entrar na área. Conforme o presidente da Famasul, a presença dos pecuaristas é em apoio aos donos da propriedade.

Produtor no município de Maracaju, José Carlos Fachini afirmou que nesta manhã pelo menos 180 fazendeiros se reuniram na região. Segundo ele, a mobilização dos produtores na Buriti deve aumentar neste sábado para acompanhar o cumprimento da reintegração de posse.

Policiais federais observam indígenas na fazenda
Buriti. (Foto: Maressa Mendonça / G1 MS)

O G1 também conversou com o vereador de Sidrolândia, Cleidinaldo Marcelino (PP), representante dos indígenas.

Ele também disse que a tensão na fazenda é menor, mas disse temer pelo processo de desocupação.

Conforme Marcelino, as comunidades indígenas estão se unindo para acompanhar o cumprimento da reintegração de posse e a informação é que os terena não deixarão a área.