MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 20 de maio de 2013

No CE, agricultores endividados cobram proposta de negociação


Muitos tentam há quase duas décadas reduzir as dívidas.
Valores não param de subir e algumas ações acabaram na Justiça.

Do Globo Rural

O município de Tauá é o mais importante da região de Inhamuns, no sertão do Ceará. Cerca de 4 mil produtores rurais vivem na região e a base da economia é a agropecuária.
Nas últimas décadas muitos produtores pegaram dinheiro emprestado para investir no campo e não conseguiram pagar. É o caso da família de Luís Gonçalves. O pai dele contraiu um empréstimo no Banco do Nordeste em 1996 para construir um açude, mas só conseguiu pagar as duas primeiras parcelas. Hoje o filho deve para o banco R$ 52 mil.
Luiz Osório anda pela plantação de feijão quase perdida. O produtor reclama da forma como os juros da dívida, de R$ 74 mil, foram calculados. O montante, segundo ele, chegou a R$ 350 mil e o banco cobra o valor na Justiça.
Os produtores dizem que quando fizeram o financiamento, não foram informados sobre qual seria o valor das parcelas. Mais de 10 anos depois, quem se esforçou para pagar tudo em dia descobriu que ainda devia mais do que o valor do empréstimo e o pior, as prestações seriam cada vez maiores.
Antônio Marcos fez dois empréstimos, um em 1996 e outro em 1998. Ao todo foram R$ 82 mil. A dívida não foi paga e hoje está, segundo ele, em R$ 290 mil. O produtor conta que procurou o banco para renegociar parte da dívida e que não conseguiu. “Cheguei no banco com o dinheiro para pagar um empréstimo, mas eles só recebiam os dois de uma vez”, conta.
Segundo o Banco do Nordeste, 500 agricultores estão inadimplentes no município de Tauá. O banco informa que eles podem ser beneficiados pela lei que está em vigor e que permite que as dívidas antigas sejam renegociadas e pagas até 2015.
Apesar do banco garantir a renegociação, os agricultores dizem que é necessário pagar parte da dívida e que eles não têm dinheiro. Francisco Rodrigues deve R$ 280 mil, mas para ficar em dia, teria que dar R$ 80 mil de entrada pois o novo empréstimo garantido pela lei é de no máximo R$ 200 mil.
A assessoria do banco informa ainda que os agricultores que devem mais de R$ 200 mil e, portanto, não podem fazer a operação prevista em lei, têm outras alternativas. Eles devem procurar as agências

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