Mãe publica fotos da filha pedindo vaga na rede pública em Rondonópolis.
Secretaria diz que não tem como atender toda demanda nas séries iniciais.
Mãe pede vaga para a filha na rede pública em Rondonópolis. (Foto: Reprodução/Facebook)
Uma mãe iniciou uma campanha em uma rede social para matricular a filha
caçula, de 4 anos, em uma escola de educação infantil da rede pública
na terceira maior cidade de Mato Grosso, Rondonópolis, localizada a 218 quilômetros de Cuiabá. A Secretaria de Educação de Rondonópolis informou ao G1
que há um déficit de vagas para alunos desta idade na cidade, mas que
este caso, especificamente, deve ser resolvido na próxima semana.De acordo com a pasta, 49 unidades escolares do município contam, no momento, com 8.373 crianças de zero a cinco anos. Outras 2.933 crianças, informou a assessoria, estão como Júlia, na fila de espera. O caso veio à tona no momento em que o país se prepara para ofertar nos próximos anos educação básica de forma obrigatória a crianças com idade a partir dos 4 anos
Melissa Jasche Quadros, de 36 anos, contou ao G1 que vive um drama há dois anos por não conseguir uma vaga na rede pública para a filha. Cansada de tanto procurar, Melissa passou a publicar fotos da menina segurando um cartaz com uma mensagem informal ao prefeito Percival Muniz e à secretária de Educação da cidade, Ana Carla Muniz. “Estou fazendo um cartaz para cada dia letivo perdido pela minha filha. O ano está em maio e, até agora, a gente não conseguiu uma vaga para ela”, afirmou mãe.
O primeiro cartaz foi confeccionado nesta última segunda-feira (28). Júlia Jasche Quadros aparece segurando o papel grafado com as seguintes palavras. “Hoje não fui para a escola, pois não há vaga para eu estudar”.
Mãe de outras duas meninas, de 8 e 15 anos, Melissa disse que o problema aumentou quando decidiu voltar a estudar. Sem ter onde deixar a pequena Júlia, Melissa, que cursa Geografia no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), perdeu as contas de quantas vezes foi preciso levar a filha com ela para a universidade.
Já peguei a Júlia chorando, dizendo que quer muito ir à escola porque ela já viveu essa experiência"
Melissa Quadros, mãe da menina
Em 2011, Melissa e o marido decidiram economizar para pagar uma escola particular para Júlia, então com dois anos. A mensalidade de R$ 220 por mês pesou no orçamento da família, que decidiu tirar a menina do local. “Não tive condições de pagar e ainda estou devendo duas mensalidades”, destacou a mãe.
Antes do início do período letivo deste ano, Melissa informou ao G1 que colocou o nome da filha em uma lista de espera em uma escola próxima da casa dela. Dias depois, quando retornou, o local estava fechado. “O espaço para os pequenos era anexo a uma escola. Quando fui lá para ver se tinha vaga para minha filha, o local não estava funcionando”, disse.
Mãe fez um cartaz para cada dia letivo perdido pela
filha (Foto: Reprodução/Facebook)
“Como futura professora eu encaro esta situação como algo muito
difícil. Ela tem apenas quatro anos, mas quer muito estudar. Já peguei a
Júlia chorando dizendo que quer muito ir à escola porque ela já viveu
essa experiência. Eu preciso trabalhar, mas, para isso acontecer,
necessito da escola para ela”, desabafou.filha (Foto: Reprodução/Facebook)
Sem vagas
Segundo o Ministério da Educação (MEC), uma alteração na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, tornou obrigatória a matrícula de crianças na educação básica a partir dos 4 anos de idade. De acordo com a lei 12.796, publicada no dia 4 de abril deste ano, estados e municípios têm até 2016 para garantir a oferta a todas as crianças a partir dessa idade.
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