Por Flávio Ilha, no Globo:
Num evento fechado que reuniu cerca de 5 mil operários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu nesta quarta-feira que vai fazer “o que estiver a meu alcance” para que o governo direcione investimentos públicos para a indústria naval nacional. Num discurso de 28 minutos, Lula citou a presidente Dilma Rousseff cinco vezes. “Se conheço a alma, a cabeça e o coração da presidente, Dilma não vai permitir que haja retrocesso nas encomendas (da Petrobras) para a indústria. Tenho certeza de que ela nunca mais deixará faltar casa e emprego a vocês, que é condição para a cidadania”, disse o ex-presidente.
Num evento fechado que reuniu cerca de 5 mil operários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu nesta quarta-feira que vai fazer “o que estiver a meu alcance” para que o governo direcione investimentos públicos para a indústria naval nacional. Num discurso de 28 minutos, Lula citou a presidente Dilma Rousseff cinco vezes. “Se conheço a alma, a cabeça e o coração da presidente, Dilma não vai permitir que haja retrocesso nas encomendas (da Petrobras) para a indústria. Tenho certeza de que ela nunca mais deixará faltar casa e emprego a vocês, que é condição para a cidadania”, disse o ex-presidente.
O evento,
apresentado oficialmente como uma palestra motivacional para os
trabalhadores do consórcio Quip, foi realizado no canteiro de obras da
empresa em Rio Grande, onde estão construídas três plataformas para a
Petrobras. Os investimentos passam de R$ 4 bilhões. A P-63 deve estar
concluída no final de maio, enquanto a P-58 tem previsão de término para
setembro. Os dois projetos empregam 7 mil operários. O estaleiro ainda
mantém na cidade a construção da P-55, onde emprega cerca de 3 mil
pessoas no dique seco.
Lula
defendeu a escolha de estaleiros brasileiros para os projetos navais
mesmo que os contratos custem mais caro para a Petrobras. Segundo o
ex-presidente, os contratos garantiriam emprego e renda para
trabalhadores locais, e não da China ou de Cingapura. E disse que a
estatal tem de ser “a maior cliente” dos brasileiros. “O que não falta é
país que se proponha a construir as coisas para nós. Mas eles não
garantem o arroz e o feijão de 190 milhões de brasileiros. Já me
disseram, quando eu era presidente, que comprar plataformas no exterior
podia gerar lucro de US$ 100 milhões para a Petrobras. Mas também
deixaria o povo na miséria”, discursou. Também lembrou que foi no seu
governo que a indústria naval recuperou a importância econômica,
reforçada pela gestão de Dilma. E pediu qualificação e dedicação aos
operários, para aumentar as chances de construir as plataformas no
Brasil.
Valor de cachê não foi revelado
A palestra de Lula foi paga pelo
consórcio, que reúne as empreiteiras Queiroz Galvão, Iesa Óleo e Gás e
UTC Engenharia. O valor destinado ao ex-presidente não foi fornecido
pela empresa. Segundo a assessoria de imprensa da Quip, o sigilo fazia
parte do contrato com Lula. Outra cláusula impedia o acesso de
jornalistas ao canteiro de obras e condicionava qualquer informação
sobre o evento à aprovação prévia do Instituto Lula.
(…)
Nenhum comentário:
Postar um comentário