MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Importação de médicos preocupa o CRM/AC


Governo federal intenciona contratar 6 mil médicos estrangeiros.
Entidades médicas exigem o cumprimento da legislação nacional.

Do G1 AC

No Acre, o Conselho Regional de Medicina (CRM/AC) se mostra cauteloso com a proposta do governo federal de contratar médicos estrangeiros para trabalhar em cidades do interior do Brasil. A principal preocupação é com a qualificação dos profissionais.
Na segunda-feira (21), durante a Assembleia Mundial da Saúde, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, na Suíça, o secretário de Vigilância Sanitária, Jarbas Barbosa, e também de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, Mozart Sales, do governo federal, conversaram com representantes do Reino Unido, Canadá, Espanha e Portugal com o objetivo de conhecer a experiência desses países na atração dos médicos estrangeiros e deixar clara a intenção do Brasil em fechar parcerias.
O problema da má distribuição de médicos no país não acontece somente entre as regiões, mas também entre as capitais. Em Rio Branco, capital do estado, por exemplo, a razão de médicos por habitante é menor que a média nacional. Atualmente, são 832 profissionais em todo o estado.
A presidente do Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM/AC), Dilza Ribeiro, diz que o número de médicos é suficiente, mas a busca pela atuação na iniciativa privada acaba prejudicando o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
“O estado do Acre fica numa média abaixo da nacional com relação à quantidade de médicos por habitante, mas segundo a OMS, não existe um número mágico. O grande problema é que o estado precisa de uma política pública voltada para o Sistema Único de Saúde para que o médico faça carreira no SUS, senão ele vai para a iniciativa privada”, comenta.
Depois de um levantamento para identificar área com déficit de médicos, o estado foi contemplado com o plano de expansão do ensino médico do Ministério da Educação. A partir do próximo ano, o curso de medicina da Universidade Federal do Acre vai contar com mais 40 vagas.
Na opinião de Dilza Ribeiro, a tentativa de reduzir o déficit pode resultar em alguns problemas. “A grande preocupação está na formação desses profissionais. Precisamos de professores bem qualificados, com uma boa orientação pedagógica, técnica, que saiba ensinar o aluno a fazer com que o paciente volte a ter suas habilidades após a doença”, diz.
O anúncio feito na semana passada pelo governo federal sobre a intenção de contratar 6 mil médicos de Cuba, além de profissionais de Portugal e Espanha, para atuarem em regiões carentes do país fez as entidades médicas ligarem o sinal de alerta e tomarem uma iniciativa para exigir oi cumprimento da lei.
“Os conselhos Federal e os regionais de Medicina de todo o Brasil, não são contra a vinda de médicos de qualquer local do Brasil. Na verdade, são médicos cubanos, colocaram agora, espanhóis e portugueses. O que queremos é que seja cumprida a lei brasileira, que determina que o médico, para atuar no Brasil, tem que mostrar-se habilitado para exercer a função. É isso que eles não estão querendo fazer, então foi feita uma representação pelos conselhos Federal e regionais, na Procuradoria Geral da União justamente para que a lei seja cumprida”, explica Dilza Ribeiro.
Usuários aprovam contratações, mas pedem qualidade
Para quem depende dos serviços públicos de saúde, a chegada de novos médicos é considerada uma opção para ampliar o atendimento. No entanto, nem por isso a exigência pela qualidade do atendimento é esquecida.
O aposentado Itor Denker considera a iniciativa do governo federal importante, mas ressalta que a atenção aos pacientes precisa ser melhorada. “Acho uma excelente ideia desde que seja para melhorar. A população está sofrendo demais nessa situação”, comenta.
Opinião semelhante a do aposentado é compartilhada pela costureira Maria Vieira e pela professora Sirlânia da Silva. “Desde que venha melhorar a situação da nossa saúde aqui no Acre seria excelente”, declara Maria. “De onde vier não interessa, desde que venha com qualidade”, considera a docente.
Colaborou Evely Dias, da TV Acre.

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