Grávida peregrina em hospitais de Maceió para retirar feto morto há dias

Bebê que Patrícia dos Santos, 25, estava gerando morreu há 10 dias.
Parteira diz que a paciente tomou remédio para eliminar feto naturalmente.

Do G1 AL

Uma mulher está com um feto morto na barriga há cerca de 10 dias. A estudante Ana Patrícia dos Santos, de 25 anos, grávida de 7 meses, peregrinou por vários hospitais até ser internada na última quinta-feira (2) na ala de pré-parto do Hospital Santo Antônio, em Maceió.
Segundo a vizinha da família, Lindinalva Nunes, a jovem sentiu fortes dores e foi às pressas com a mãe para um Posto de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), onde descobriu que o feto estava morto.

“Ana Patrícia tinha febre alta e sentia muita dor. Depois que ela descobriu que carregava o filho morto na barriga, foi de ônibus até o Hospital Universitário (HU) e só depois conseguiu uma vaga no Hospital Santo Antônio”, contou Lindinalva.
Segundo ela, a mãe da jovem, Rosa Nilda dos Santos, não consegue visitar a própria filha desde o dia em que ela foi internada. “Ela é sempre mal recebida pelas funcionárias do hospital e não consegue ver a filha. Hoje ela foi fazer uma nova tentativa”.

A reportagem do G1 entrou em contato com o hospital e conseguiu conversar por telefone com uma parteira identificada apenas como Elisabeth. Ela negou que Rosa foi mal atendida e falou do estado de saúde da paciente. "Nós demos um remédio para o colo dela abrir, só que ainda não fez efeito. Pode ser que demore entre quatro e cinco dias, não posso determinar uma data. O feto tem que sair naturalmente", diz.

O obstetra e também professor de medicina na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), José Elias Rocha, disse que este tipo de procedimento médico é comum, mas alerta para o tempo em que o feto está no corpo.

"Uma cesária pode colocar a paciente em risco porque pode contaminá-la, já que há um feto morto dentro dela. Se um remédio não faz efeito em um período longo, ela tem que tomar um outro".